Parte 1 - Danem-se os limites

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PARTE 1 - DANEM-SE OS LIMITES 

Deslizando pela multidão que caminhava fervorosamente pelo átrio do ministério da magia, Harry vislumbrou o elevador. Como sempre correndo contra o tempo, ele se lançou sobre a porta que se fechava diante de seus olhos, ofegando quando finalmente conseguiu embarcar, se ajustando em seus trajes de trabalho visivelmente desajustado.

— Bom dia, senhora Bones, senhor Crowley, madame Doravan. — Harry cumprimentou cada um deles pelo nome, enquanto disfarçava seu mal jeito com o crachá embolado na gola da camisa social cujo botão estava abotoado sobre o cordão.

— Bom dia, senhor Potter. — O trio bastante austero, respondeu em uníssono.

É, mais um dia, ou melhor, últimos dias, como auror nesse ministério, por sorte, Harry falaria sobre seu desejo de dispensa ainda hoje, afinal, fazia quantos anos desde que ele começou a trabalhar ali? Seis ou sete? Por volta disso e finalmente ele havia recebido uma proposta de promoção e todos acreditavam que era isso que ele queria, se tornar o Auror Chefe mais jovem de todos os tempos, mas, essa não era nem de longe a realidade.

"Voando" para fora do elevador outra vez, certificando-se de acenar para seus colegas de trabalho, Harry ensaiou como responderia a seu chefe mais tarde, quando rejeitasse a oferta de promoção.

"Senhor, er, sinto muito, mas não estou com vontade de me tornar o chefe, na verdade, eu nem quero mais estar aqui..." Com certeza não, esse não seria o jeito de começar com uma recusa educada saindo à francesa, se é que isso seria possível, afinal, quem era o louco de negar subir de cargo e aproveitar o embalo para se cuspir para longe do serviço.

"Senhor, veja bem, estou ficando sozinho, minha ex está se casando com Dean, minha melhor amiga Hermione se casou com meu melhor amigo Rony, que agora dirige uma loja com o irmão e cuida da primeira filha do casal, Rose, enquanto sua mãe está trabalhando aqui como secretaria do ministro, mal tive tempo de ficar com a criança e estou perdendo seu crescimento. Pensando nisso, vejo que mesmo Neville se casou e está para ter seu primeiro bebê, assim como Luna e eu estou aqui senhor, sozinho, sem ninguém para me aquecer no inverno ou perguntar como estou." Bem, parando para analisar o discurso, ele sentiria pena de si mesmo e quase desejou reduzir os passos e se jogar ali mesmo, naquele chão e chorar, o quão lamentavelmente na seca ele estava.

Merda, ao menos ele sabia que era bi, bem bi, muito bi e isso o estava deixando louco.

Vamos começar do começo, quem imaginaria que há cinco anos atrás, um sonho o fizesse refém de um fracassado amor platônico. A merda de Merlin! No começo Harry até pensou em negar e negou, fingiu para si mesmo que isso não era nada além de um problema emocional e talvez curiosidade com o sexo oposto, mas, parando para pensar, não era bem isso que parecia quando os pensamentos e seus sentimentos para com essa pessoa em especial, destruíram seu relacionamento com Ginny, que percebia cada vez mais, que Harry não estava mais correspondendo seu amor como ela desejava.

Na verdade, todos perceberam que Harry estava cada vez mais absorto, entrando para dentro de si, se tornando inquieto e isolado, mas ninguém conseguia compreender porque. As vezes, Mione e Rony tentavam tirar dele respostas, mas nem mesmo quando Ginny terminou seu namoro com ele que relutantemente a deixou partir, não por amá-la, mas por desejar acima de tudo, esquecer os próprio sentimento se escondendo em uma relação ideológica sem amor, tendo os próprios filho convencendo-se que voltaria a amá-la como a ruiva merecia, eles não arrancaram dele qualquer verdade sobre sua situação atual.

Entretanto, Harry apenas não queria aceitar que mesmo a ruiva anunciando dois meses depois seu namoro com Dean, Harry não sentia nada além de alivio. Pelo menos, ele não precisava mais carregar o peso da culpa, sempre que estivesse com ela e pensasse nele.

My Unstable beloved - Lucius/HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora