Parte 5 - Sentimentos

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PARTE 5 - SENTIMENTOS.

Harry não sabia como, mas havia dormido na poltrona ao lado da cama de Lucius. Lucius dormia tão serenamente que nem parecia que há um tempo atrás estava tão transtornado. A luz do pequeno abajur iluminava minimamente o quarto luxuoso. 

Por um momento Harry cogitou verificar a mão de Lucius, mas desistiu temendo acordar o homem. Saindo do quarto nas pontas dos pés e fechando a porta atrás de si, Harry não notou que olhos cinzentos o assistia partir. 

Retornando para seu quarto, Harry suspirou cansado e vestindo seu pijama, se jogou na cama para aproveitar o restante da noite que ainda tinha, mas o sono não vinha. As memorias deste dia enfestavam sua mente fazendo-o se virar de um lado para o outro cheio de ansiedade. 

Em algum momento, ele pegou no sono. No sonho, o mesmo de anos, Lucius o abraçava e sussurrava palavras bonitas em seu ouvido, enquanto duas crianças lindas os cercavam. Ao acordar, ele não estava mais lá como no sonho, era cruel acordar e descobrir que tudo não passava de um sonho bonito e que o homem que amava estava longe de se recuperar ou de reconhecer seus sentimentos. 

Amor... Era isso, isso era amor. 

Um desejo ardente de cuidar, de estar junto, de respirar o mesmo ar, de sentir o toque. Uma necessidade quase sobrenatural de apenas existir para aquela pessoa.

Levantando-se para seu novo dia, Harry observou que o dia ainda estava clareando. Vestindo suas vestes habituais, Harry olhou para o jaleco branco em um canto e se questionou se estava sendo muito antiprofissional em apenas se vestir como de costume diante de seu paciente, pois para ele, Lucius estava além disso e ele não queria separá-los com esta vestimenta padrão mesmo para os trouxas. 

Amarrando a bota, Harry respirou profundamente e decidido, saiu pela porta. Ele precisava pensar, precisava de um momento de paz com sua mente e nada melhor do que estar em um jardim para se equilibrar. 

Caminhando para fora da Manor, Harry contemplou o lindo jardim. Ao longe, as ondas batiam com força no mar. O cheiro salgado e a brisa refrescante era restauradora. Como seria voar sobre as ondas? Como seria experimentar as gotículas de água batendo em seu corpo?

Abaixando-se em um canteiro de lírios, Harry tocou suas pétalas com suavidade. A textura era tão aveludada, macia e delicada ao toque. Era preciso muito controle para não feri-la, mas ele tinha esse controle? Ele poderia ser suave assim?

Olhando para as pequenas formigas de jardim trilhando seu caminho pela terra fofa, Harry acompanhou um individuo que carregava sobre si uma folha de dez vezes seu tamanho. Era interessante como ela conduzia com cuidado a folha até o formigueiro. 

Ele poderia carregar grandes fardos também, estava em sua natureza, em seu berço. Desistir nunca havia sido uma opção para ele tampouco seria agora. 

Apreciando o ar puro da manhã, Harry encarou seus sentimentos com seriedade, era preciso ter coragem para aceitar, era preciso ter coragem para não desistir e ele era um grifinório e tinha muito disso. 

Harry estava tão distraído em seus próprios pensamentos que não percebeu que passos leves se aproximavam. 

— Bom dia, senhor McLaird. 

Lucius cantarolou assistindo Harry se atrapalhar para se levantar do chão. 

— Senhor Malfoy. Está acordado tão cedo?

Harry perguntou sem saber como se comunicar com o homem devidamente, ele não esperava que Lucius aparecesse ali tão subitamente e se assustou ao encará-lo tão de repente, depois do fiasco da noite anterior. 

My Unstable beloved - Lucius/HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora