Capítulo 1

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Acordei por volta das 10h da manhã e direcionei o meu olhar para a janela do meu quarto que continha umas grades, não me deixando ver grande coisa do que estava lá fora. Sinto-me como se estivesse numa prisão, todas as manhãs acordo com comida no chão, vejo o mundo aos quadradinhos e estou isolada de toda a gente. Sempre me perguntei o que é que eu fiz para merecer isto? A minha mãe morreu quando eu tinha 6 anos, quando ainda era livre, a partir desse dia nunca mais me deixaram sair deste quarto e o culpado é ele. Ele , o senhor a quem em tempos eu chamei de pai. Eu realmente nunca saí muito de casa mesmo quando a minha mãe era viva mas pelo o menos ela fazia-me companhia e deixava-me andar pelo o jardim enquanto aquele homem não estava no nosso lar. Ela nunca me explicou o motivo de não poder fazer coisas como as outras crianças. Sempre tive um pouco de ciúmes disso, a única pessoa que me dava carinho era a minha mãe e infelizmente ela já não está cá. O "meu pai" pode até dar-me comida e deixar-me tomar banho mas isso para mim não vale nada. Eu tenho exatamente 17 anos e há 11 anos que não saio destas quatro paredes. Cada vez me sinto pior, se não fosse a minha explicadora, Dr.Anne eu acho que tinha dado em maluca. Ela é o único contato que eu tenho com o exterior, ao menos aquele homem que vive comigo e a quem eu não vejo á muito tempo paga a alguém para dar-me aulas em casa, é a única coisa que ele faz de bom para mim. Não sei como é possível algum ser humano, tratar assim uma pessoa , principalmente uma pessoa do seu sangue e a quem ele deveria cuidar, tendo em conta que sou sua filha. Não sei quando irei sair daqui, não sei se alguma vez sairei daqui mas sinceramente com o passar dos anos as minhas esperanças acabaram.

Levantei-me ainda um pouco ensonada e olhei para o chão , vendo o mesmo tabuleiro de todos os dias com uma taça com leite e cereais. Era assim todas as manhãs , ele vinha cá enquanto dormia e punha comida no meu quarto sem dizer apenas um "Bom dia" ou até mesmo dar alguma sinal de preocupação para comigo.

Peguei no pequeno almoço e comecei a comer calmamente, eu não sou rapariga de comer muito, além disso como sempre a mesma coisa todos os dias e parecendo que não , eu acho que até enjoo só de olhar as vezes para o tabuleiro pousada sempre no chão.

Após acabar , dirigi-me á pequena casa de banho do meu quarto e fiz a minha higiene pessoal. O meu olhar caiu sobre o espelho que estava á minha frente, o meu cabelo castanho estava todo bagunçado e os meus olhos azuis mostravam as minhas olheiras, só de pensar que vou ficar mais um dia fechada neste cubículo, dá-me náuseas. Soltei um suspiro quando ouvi o ranger da porta do meu quarto , dando assim a perceber que esta tinha sido aberta. Rapidamente ouvi um pequeno estrondo indicando-me que ele veio buscar o tabuleiro e já foi embora. Eu não sei como é que ele sabe, quando acordo, quando como ou quando faço alguma coisa mas nós nunca nos cruzamos. Porque raio ele me mantém viva e trata ainda um pouco de mim? Quem quer viver fechada num quarto?!

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Eram 15h da tarde , o meu pijama permanecia no meu corpo , a explicadora devia estar mesmo a chegar. Sentei-me na cama a observar a chuva pela a janela , hoje o tempo estava mau , deve estar imenso frio lá fora. Ouvi a minha porta a ser destrancada , fazendo-me desviar o olhar , encontrando assim uma senhora com os seus 40 e tal anos , cabelo castanho pelos os ombros e olhos verdes , caminhou pelo o meu quarto na minha direçao e beijou a minha testa em sinal de carinho. Senhora a quem eu chamo de minha explicadora.

" Boa Tarde Rosemarie , como estás hoje? " disse carinhosamente sempre com um sorriso nos lábios , dirigindo-se á minha secretária já um pouco velha.

"Igual a todos os dias, e a professora?" falei sem emoção na voz e dirgi-me á secretária sentando-me na cadeira

"Estou bem. Vamos comecar?" Disse um tanto entusiasmada e eu apenas assenti

Já estava á duas horas a ter explicação , de certo modo , a Anne era a minha única ligação com o exterior. Como sempre a explicação acabou com ela a falar da sua família. Tem dois filhos , o Harry e a Gemma , o rapaz é o mais novo e a rapariga a mais velha , ambos estão na universidade como ela já tinha referido antes. Pelo o que me contou , o seu filho mais novo , anda metido em coisas ilegais , tambem referiu que ele mesmo sendo maior de idade , ainda vivia na sua casa e queria mante-lo ocupado para não fazer mais disparates , por isso ia falar com o meu pai para passar a ser ele a dar-me explicações pois podia ser que ganhasse algum juizo. Não sei se o meu pai alguma vez permitia uma coisas dessas , um rapaz no meu quarto , uma pessoa nova , um adolescente sem juizo , sinceramente não estou a ver o meu pai a aceitar esta ideia. Estremeci com o pensamento de ver um rapaz , praticamente da minha idade , so uns anos mais velho e pelo o que a Anne disse um pouco problemático. Curiosidade era o que tinha neste preciso momento, quando "acordei" do meu transe , a Dr.Anne já se tinha retirado do meu quarto e a minha porta tinha sido novamente trancada.

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Oioi , A MINHA PRIMEIRA NOTA

OH MDS FESTA

OLÁ MENINAS

EU SEI QUE ISTO ESTÁ PEQUENO mas peço desculpa por ter demorado

Eu gostava de saber as vossas opiniões sobre a fic

Por favor comentem

JÁ AGORA CHAMO-ME CAROLINA ♡♡

Four Walls || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora