Empurrãozinho

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P.O.V RAFAELLA

Quando eu voltei com o Caon para a área da piscina, eu encontrei aquela vadia prensando Gizelly contra a parede da piscina, a atacando como uma besta selvagem. O sangue subiu para a minha cabeça e quando os nossos olhos de encontraram, revirei ligeiramente os meus e segui com o Caon até onde as meninas estavam. Elas começaram a conversar animadamente com ele e é claro que as piadinhas de Bianca não podiam faltar, por isso as gargalhadas ecoaram por ali. Tentei entrar no assunto deles, mas só o que eu conseguia fazer era rir também. Apenas para disfarçar que a minha atenção estava toda nas duas garotas na piscina. Percebi Gizelly empurrando a Natalie e mergulhando até o outro lado da piscina. Quase saltitei em comemoração ao ver a cara que a vadia fez quando Gizelly a largou ali sozinha na piscina, mas me contive. Vi ela bufando e indo embora ao ver que não conseguiria a atenção da Gizelly. Um sorriso vitorioso se espalhou pelos meus lábios e eu me toquei do que eu estava fazendo assim que o Caon chamou a minha atenção para o assunto que eles conversavam. Entrei na conversa, mas continuei observando os seus movimentos disfarçadamente. Era impossível não olhar já que eu estava praticamente de frente para onde ela estava com as amigas. Gizelly começou a se secar com uma toalha e eu tentei inutilmente não reparar no corpo dela de novo.

Céus! Eu preciso controlar mais os meus pensamentos.

Ela falou algo com a Marcela que a respondeu com um sorrisinho debochado, arrancando risadas das outras duas menos da Gizelly, que mantinha a expressão fria de uma psicopata. Uma curiosidade imensa de saber o motivo das risadas se apossou do meu ser. Gizelly pareceu responder Marcela a altura, porque no momento seguinte ela parecia extremamente constrangida – o que não é do feitio da Marcela – enquanto a Ivy e a Gabi riam da sua cara. Tomei um pequeno susto quando a Gizelly começou a atacar a Marcela com esferas de gelo. Marcela conseguiu levantar uma parede de terra a sua frente a tempo de se defender das esferas. O resultado disso foi uma bagunça de gelo e terra... uma meleca! Mas elas pareceram não ligar para isso ou simplesmente já estavam acostumadas com esse tipo de bagunça. A última coisa que eu pude ver foi Marcela correndo com a Gabi para a piscina, pois na mesma hora o Caon me chamou para entrar na mesma também. Não quis parecer mau educada ou antipática, levando em consideração que eu concordei em aproveitar o dia com ele, então eu aceitei o seu convite para entrar na piscina um pouco. Fui pega completamente de surpresa quando ele me pegou no colo e acabei me segurando ao seu pescoço com medo de cair no chão. Ele estava tão radiante em passar esse tempo comigo que eu nem consegui me irritar com a sua atitude. Decidi que eu iria tentar esquecer um pouco a criatura gelada e me concentrar em me divertir um pouco com o Caon. Acho que eu mereço um pouco de diversão e descanso, depois de toda a rotina pesada e estresse que a Bicalho me faz passar. Assim que eu emergi na superfície e me livrei dos fios rebeldes dos meus cabelos que tampavam a minha visão, eu pude ver Gizelly se deitando no colo da Ivy na espreguiçadeira. Senti uma pontada no peito com a cena e me recusei a acreditar que eu estava mesmo sentindo aquilo por ela. Eu preciso esquecer da existência dessa garota e preciso parar com essas coisas, parar de pensar nela e parar de sentir ciúmes dela... espera, ciúmes? NÃO! Me recuso a sentir isso pela rainha do inverno! Ela não merece nada disso.

Despertei com o Caon jogando água na minha cara entre risadas. O olhei incrédula e ele saiu nadando para fugir de mim. Fui atrás dele nadando com rapidez para alcança-lo. Não demorou muito e eu o alcancei, pulei sobre as suas costas e o prendi pelo pescoço. Ele engoliu um pouco de água e eu não consegui segurar a risada que escapou com a cena. Começamos uma guerrinha idiota de água e eu me diverti como se eu tivesse dez anos outra vez. Quando paramos para recuperar o oxigênio perdido, a minha risada morreu na minha garganta assim que os meus olhos pousaram sobre Gizelly. Ela dormia tão serenamente no colo da Moraes, que nem parecia aquela garota fria e prepotente de sempre. Seus lábios estavam entreabertos, ressonando o que parecia ser uma respiração calma e tranquila, como um bebê gigante. Se ela soubesse o quanto ela fica fofa desse jeito... Dormindo despreocupadamente, sem as barreiras protetoras que ela sempre arma em volta de si mesma.

Fire and Ice - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora