Ranu

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P.O.V RAFAELLA

Nos afastamos rapidamente a tempo de ver Caon caminhando com uma bandeja até nós.

- Rafa, eu achei que você deveria estar com fome, então resolvi te trazer algo pra comer – ele falou sorrindo, enquanto deixava a bandeja com sanduíches e suco na mesinha ao lado da espreguiçadeira.

Gizelly olhou para ele... depois olhou para mim... E eu gelei dos pés à cabeça com a sua expressão fria de volta a tona.

- Não era um sonho – franziu a testa e se levantou bruscamente do meu colo. – Seu dedão desgraçado! - Cerrou os punhos e trancou a mandíbula, olhando para Caon com ódio.

- O que foi que você falou, aberração? - Caon deu um passo em direção a Gizelly.

- Você me ouviu bem, seu pequinês enrustido! – Gizelly deu mais um passo e empurrou o Caon.

Levantei em um pulo alarmada e me aproximei deles.

- Gizelly... - tentei a puxar pelo braço, mas ela se desvencilhou de mim facilmente.

- Você se acha muito não é mesmo, Bicalho? - Caon devolveu o empurrão e eu fiquei feito besta ali no meio.

- Eu já estou de saco cheio de você – ela me empurrou paro lado e voltou a empurra-lo com mais força.

Gizelly estava mais assustadora do que o normal, os seus olhos se tornaram brancos por completo e algumas veias saltaram dos cantos. Logo uma nevasca se deu início em volta dela e eu fiquei com medo de ela querer fazer algo realmente grave. Me aproximei várias vezes para tentar separar os dois, mas estava sendo inútil, era como se eu fosse uma formiga tentando apartar uma briga de dois rinocerontes raivosos. Até que Gizelly o empurrou com mais força e o Caon acabou caindo dentro da piscina. Um sorriso maldoso se apossou de seus lábios enquanto ela assistia Caon se debatendo na piscina, tentando se livrar das correntes de água que o envolviam e o puxavam para baixo afim de afoga-lo.

- GIZELLY, PARA COM ISSO! PELO AMOR DE DEUS, PARA! VOCÊ VAI MATA-LO! – Gritei desesperada enquanto a chacoalhava, mas ela nem sequer piscava. – GIZELLY! - Me enfiei na sua frente e segurei o seu rosto entre as minhas mãos, fazendo-a me olhar. – Por favor, para – falei em um tom mais baixo acariciando o seu rosto, tentando acalma-la. Ela estava me assustando de verdade e por um momento eu pensei que ela fosse se voltar contra mim.

Gizelly piscou algumas vezes e afrouxou os punhos que estavam fechados com uma força absurda. A nevasca cessou e eu presumi que o pequeno tsunami na piscina também, já que eu não podia mais ouvir o barulho da água.

- Fica aí com o seu namoradinho idiota – segurou as minhas mãos e as retirou de seu rosto, me dando um olhar de desprezo que me fez sentir como se eu fosse a pior pessoa do mundo, mesmo eu não tendo feito nada demais.

- Gizelly, espera... - ainda tentei chama-la de volta quando ela se afastou e caminhou até a saída, mas não obtive sucesso, ela me ignorou completamente.

Fechei os meus olhos e joguei os meus cabelos para trás, minhas mãos trêmulas de nervosismo. Afinal, por que ela ficou daquele jeito? Pelos deuses, ela iria mata-lo se eu não tivesse a parado!

Quem diabos você é, Gizelly?

Despertei dos meus pensamentos com um barulho de tosses... Caon! Eu tinha me esquecido completamente dele.

- Oh, deuses! Você está bem? - Falei, me aproximando da beirada da piscina e oferecendo uma mão para ajuda-lo.

- Estou si-sim – falou meio ofegante, se sentando por ali ainda com as pernas dentro da água. – Eu vou matar aquela vadia! - Ele rosnou ao falar e não poderia ter sido mais bizarro que isso, se a forma com que ele tivesse falado não tivesse me assustado tanto quanto Gizelly a pouco.

Fire and Ice - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora