Capítulo 1 - Parte 2

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Depois de 3 dias passados com Violet, Óscar finalmente meteu-se de pé outra vez. Ele sentia-se motivado para escrever uma cena específica.

A história que mandou Violet escrever era sobre as misteriosas aventuras de uma garota solitária. Deixando a sua casa, a garota entrou em contacto com várias pessoas e eventos em todos os tipos de locais, assim desenvolvendo-se.

A garota era inspirada na sua falecida filha.

No fim de tudo, ela voltava para a casa de onde tinha partido. O seu pai, o qual tinha deixado, estaria à sua espera lá, não conseguindo reconhecê-la por conta do quão ela já tinha crescido. A garota desanimada implorava para ele se lembrar, trazendo à tona uma promessa que eles tinham feito no passado. Onde ela iria mostrar-lhe um dia que conseguia atravessar o lago ao pé da casa deles, ao andar nas folhas secas que flutuavam na água.

— Os humanos não conseguem andar sobre água.

— Eu só quero a imagem. Na história, eu farei com que ela seja ajudada por um espírito da água, de quem tinha ganhado proteção divina durante a sua aventura.

— Apesar disso... Eu não fui feita para isto. A garota desta história é vivaz, querida e ingénua. Ela é o completo oposto de mim.

O romancista e a Boneca de Auto-Memórias discutiam. Isto porque Óscar pedira a Violet para colocar roupas parecidas às da personagem principal e para brincar perto da margem do lago. Ele foi tão longe ao ponto de lhe pedir para limpar, lavar-lhe a roupa e outros tipo de tarefas domésticas e agora, ainda lhe pedira tal favor. Ele quase que a tratava como se ela fosse uma criada.

Apesar de ser uma mulher profissional com muito tato, Violet pensou "Que pessoa problemática..."

— A cor do teu cabelo pode ser um pouco diferente mas é loiro, tal como o da minha filha era. Se tu o deixares solto e colocares um adereço, de certeza que...

— Mestre, eu sou uma escrivã. Uma Boneca de Auto-Memórias. Eu não sou a sua mulher nem concubina. Nem me poderei tornar numa substituta.

— E-eu sei disso. Eu não teria esse tipo de interesse numa garota jovem como tu... É apenas... a tua aparência... Se a minha filha estivesse viva, ela definitivamente ter-se-ia tornado parecida contigo... é isso que eu penso.

A inexpressividade de recusa obstinada de Violet vacilou com isso.

— Eu realmente acho-o demasiado teimoso, mas a sua menina faleceu...

Ela mordeu o lábio levemente. Pela sua cara, parecia que estava em conflito com a sua própria consciência.

Havia uma coisa que Oscar já tinha percebido, em relação a ela, nos últimos dias. Era que Violet escolhia o lado do politicamente correto quando dividida entre o bem e o mal.

— Enquanto Boneca Automática de Auto-Memórias... eu desejo satisfazer os desejos dos meus clientes... mas eu pergunto-me se este não viola as normas do meu trabalho...

Apesar de Oscar se sentir culpado enquanto ela murmurava reflexões para si mesma, ele insistiu mais um pouco, "Se tu pudesses construir a imagem da garota enquanto adulta, voltando para casa e cumprindo a sua promessa, dar-me-ia vontade de escrever logo. De verdade. Eu posso pagar o dobro do preço original. Esta história é muito importante para mim. Ao escrevê-la, eu quero torná-la na proeza monetária da minha vida. Por favor."

𝒱𝒾𝑜𝓁𝑒𝓉 𝐸𝓋𝑒𝓇𝑔𝒶𝓇𝒹𝑒𝓃Onde histórias criam vida. Descubra agora