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Um mês depois...

Faz duas semanas que não vejo o Noah pois ele está de novo em Los Angeles gravando mais músicas.

Hoje a Joalin faltou na escola, então estou
sentada almoçando sozinha.

- Posso me sentar aqui? - escuto uma voz
masculina e levanto a cabeça.

- Ah, pode! - vejo que era o garoto brasileiro.

- Valeu. - ele senta. - E aí? Como você tá?

- Bem e você?

- Bem. - responde. - Você tá sozinha por que?

- Ah, minha amiga faltou. - digo.

- Ah...mas e o seu namorado? - ele diz e eu
gelo.

- Meu namorado?- digo sem entender.

- É! Você não tinha namorado?

- É... - penso se devo mentir ou contar a
verdade. - Eu tinha namorado. - minto.

- Ah...foi mal. - diz olhando pra baixo.

- Ah, tudo bem! - sorrio.

- Não devia ter mencionado isso. - fala.

- Não tem problema. - digo.

- Jura?

- Sim. - balanço a cabeça.

- Ah! Tem uma coisa aqui. - ele aponta pra
própria boca.

- Ah, obrigada. - limpo minha boca.

- Ainda tem aqui. - ele pega o papel e limpa.

- Obrigada. - falo sem graça.

- De nada. - sorri. - Você tem olhos lindos.

- Ah, valeu. - digo timidamente. - Os seus
também são bonitos. - elogio seus olhos azuis claro.

- Os seus são mais. - ele me encara.

- Ah tá. - falo ironicamente tentando desviar o olhar.

- É sério! Seu olhar em si é bonito.

- Então tá. - digo ainda envergonhada.

Olho pro relógio e vejo que só faltavam 5
minutos pro almoço acabar.

- Ah, eu tenho que ir. - me levanto. - Tenho
ainda que falar com a professora de
matemática. - seguro minha bandeja.

- Ah, ok. - fala. - Até! - sorri.

- Até! - sorrio de boca fechada.

Meu Deus, que vergonha!
Deixo minha bandeja no lugar certo de
deixar bandejas (que eu não sei o nome) e
corro pra encontrar a professora.

Enquanto ia andando, sem querer esbarro na Sina.

- Cuidado, Foster! - ela olha brava pra mim.

- Desculpa, Sina! - falo apressadamente e continuo andando rápido.

Chego na sala da professora e ela não estava lá, apenas a faxineira.

- Sra. Watterson aonde a professora está? -
pergunto.

- Acho que ela está na diretoria. - responde.

- Ah, obrigada! - falo e saio correndo.

Quando eu chego na diretoria, bato na porta e escuto alguém falar que eu deveria esperar.

Fico sentada do lado de fora quando vejo
Joalin e uma mulher saindo da sala.

- Joalin?! - falo surpresa ao vê-la.

- Oi! - ela olha pra mim meio desanimada.

- Por que está aqui? - digo me levantando da cadeira.

- Eu...

- Ela vai sair da escola. - a mulher responde
antes dela.

- O que?! - falo inacreditada. - Por que?!

- Porque essa insolente não estuda! - a
mulher, que por sinal estava muito bem
trajada, dá um tapa na cabeça de Joalin.

- Eu fui expulsa. - Joalin diz depois de olhar
feio para a mulher que lhe deu o tapa.

- Não, não pode ser! - digo triste.

- Quem mandou se meter em encrenca?! - a
mulher com cara de brava fala. - Te espero no carro! - diz sem paciência saindo dali.

- É sua mãe? - pergunto quando ela sai.

- Ih! Sai fora! - fala. - É a mulher do meu pai. - responde com desdenho. - Eu odeio ela.

- Calma, ela só está brava porque você foi
expulsa.

- Ah! Quem dera ela me tratar assim só nesse caso. - suspira. - Ela é mulher mais cruel que eu já vi.

- E por que seu pai fica com ela?

- Porque ela é a única que ainda quer transar com um cara de 60 anos pobre! - diz. - E já que meu pai trabalha de mais, ela que "cuida" de mim. - faz aspas com os dedos.

- E por que você foi expulsa?

- Eu tenho muitas faltas e advertências, e
daí hoje eu ainda xinguei a professora de
matemática... - explica. - Esse foi o fim pra
mim.

- Você vai pra onde agora?

- Não faço ideia. - dá com os ombros. - A
Adelaide quer me colocar num internato.

- Quem é Adelaide? - questiono.

- Aquela mulher ridícula que estava aqui.

- Joalin, você tem que denunciar essa
mulher! Ela te trata muito mal!

Foi meio ironia do destino eu falar isso,
pois todos me falam a mesma coisa quando
eu falo da Sina.

- Eu sei...mas meu pai meio que "gosta" dela, então... - bufa. - Sei lá.

- Vou sentir sua falta. - digo bem triste.

- Também vou sentir sua falta. - me abraça
espontaneamente.

- Por favor, continua falando comigo.

- Pode deixar, todo o dia. - diz sorrindo de
boca fechada.

- Obrigada, pode contar comigo para o que
quiser! - falo.

- Você também!

- Melhor você ir logo pro carro.

- Sim! Antes que aquela vagabunda se
estresse mais! - fala rolando os olhos e vai
embora.

Não acredito! Aconteceu de novo! Perdi
minha melhor amiga!

Um tempo depois recebo uma mensagem
de Noah que estava escrito "Precisamos
conversar".

Ah, não! O que aconteceu agora?!

Inalcançável || 𝗡𝗼𝗳𝘆𝗮 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora