Parte I do capitulo I: "O que seria dos começos se não existissem os finais ?".

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" É difícil acreditar de novo quando você já acreditou demais em quem não fez por onde..."



Acabou. The end. Fim. Deve ser engraçado começar uma história pelo final, eu imagino. Quase todos os livros que já li até a data presente tem protagonistas que se apaixonam logo no início, lá pelo meio aparece algo que impede esse amor de acontecer é, no final... bem, felizes para sempre. Aqui vai ser um pouco diferente, me perdoe. Eu jamais gostei de seguir padrões.
Sabe o meu namoro? Então, terminei. É difícil depois de um bom tempo junto com outra pessoa não ter pelos menos uma listinha de motivos para dar um ponto-final. Quando a coisa está definhando, a gente segura até onde dá, porém chega um momento em que tudo voa pelos ares, como quem acorda num dia e, de frente pro espelho, fala: Cansei da cor deste cabelo". Eu cansei cheguei no meu limite.
Minhas amigas não acreditam. " Como assim? Achei que vocês fossem se casar"? " Mas vocês eram um casal tão lindo..."; " Isabela, você é louca". Louca, eu? Loucos são os que aguentam desaforos seguindo de desaforos para não se verem sós, em suas próprias companhias. Eu não tenho medo de ficar sozinha, afinal nasci assim... Qual é? Tá, talvez eu tenha lá um pouquinho de medo de ficar sozinha, talvez isso seja mesmo normal... Mas não posso aceitar a ideia da total dependência de um namorado; eu preciso aprender a viver sem estar com alguém do meu lado.
O que acontece é que, na realidade, ninguém sabia tudo o que passava no meu relacionamento. Ele era ciumento, possessivo, e achava que tinha o direito de controlar a minha vida. E, tudo bem, eu era apaixonado por ele. Eu era muito apaixonada por ele. Daquelas que se apaixonam e ficam por um bom tempo em transe hipnótico, um estado mental em que é impossível enxergar defeitos.
Por isso era de esperar ( e isso ocorreu muitas vezes) que eu mudasse o meu jeito para garantir a felicidade de todos(dele), mas não. Tudo tem limite.
Eu não acho que tenha de mudar o meu jeito para manter um namoro. Talvez podar algumas atitudes mais radicais, aquelas escorregadias em que a gente age sem pensar e, quando dá conta, já foi. Por exemplo, talvez fosse melhor deixar de lado os papos com aquele carinha com quem eu ficava na época do colégio e fingir que não vi o ex-namorado gatíssimo passando no outro lado da rua. Coisas que parecem simples mas que só quem as vive sabe o trabalho que dão.
Porém, mudar o meu jeito de ser? Não mesmo. Nasci assim, expansiva.
Meu maior prazer é sentar em uma mesa de um bar rodeada de amigos, falar alto, gargalhar como se estivesse no próprio quarto. Eu nunca me importei muito com que as pessoas pensam de mim e, bem, já meu namorado... se importava de mais. Até concordo com a teoria de que os opostos se atraem e todo aquele blá-blá-blá, no entanto as pessoas não podem ser tão diferentes. Tentei pedir que ele aceitasse o meu jeito, tentei explicar que não precisava ter ciúmes dos meus amigos, tentei passar a confiança que tanto faltava por para dele, tentei mostrar que ele poderia ser uma pessoa melhor se quisesse... Nada mudava.
Leve para a vida: você pede uma, duas, três vezes... Na quarta é hora de tomar uma atitude.
E eu tomei. Sem medo.
É claro que eu tinha plena consciência de que ia sofrer, afinal, foram dois anos ao lado da mesma pessoa. (Pausa dramática.) Dois anos. E isso é tempo demais, demais mesmo. Que tipo de garota começa um namoro aos vinte e fica estagnada nesse relacionamento, que não lhe faz tãão bem, por dois longos anos? Euzinha aqui. Sei que nesse tempo eu poderia ter feito um intercâmbio, conhecido um príncipe londrino e me casado (casado não, ok. Mas me apaixonado eu poderia, viu?). Só que a vida é assim. Adora jogar na sua cara que os caminhos são muitos é que devemos aceitar a consequência da escolha de cada um deles. Não arrependo em momento nenhum ter feito o que fiz, os erros existem para que aprendamos a aceitar. Se não errássemos dia após dia como saberíamos quando acertamos?
E, francamente, términos não são de todo ruins. Tão logo pus um ponto-final no meu namoro, me vi rodeada de pessoas que queriam meu bem e minha felicidade, sem falar numa gostosa sensação de liberdade que, aos poucos foi tomando conta de tudo. Senti -me como um presidiário que acaba de recuperar a liberdade. Meus amigos podiam até não entender o que se passava na minha cabeça confusa, entretanto me deram as mãos e disseram que apoiavam minhas decisões, por mais loucas que apresentassem ser no calor da hora.
Não demorou muito para surgirem os primeiros " Bola pra frente", aproveita sua vida!, "Finalmente, não aguentava te ver sofrer mais", " Você tem tudo pra brilhar é não precisa de ninguém pra ofuscar o seu brilho". Porém, quando escutei um " Quê?! Você terminou? Mas vocês eram um casal perfeito", fiquei um bom tempo paralisada, tentando digerir o que, afinal, minha amiga querida dizer com isso.
" Casal perfeito." O que é um casal perfeito? Um garoto nem tão bonito, nem tão feio, estrutura média, 1,75 metro, cabelo e olhos castanhos. Ele gosta de rock, pop, blues e de viajar nos fins de semana. Ao lado, uma menina bonita, um pouco insegura, loira, olhos castanhos, 1,63 metro(que é pra ficar quase da altura dele quando colocar um salto). Adora pop, rock, hip-hop é indie com folk. Essa combinação estranha passava pra um montão de gente a ideia de que éramos perfeitos um pro outro, "Perfeitos".
" Casais perfeitos", existem em todos os cantos, desde Juiz de Fora, onde moro, até os confins do mundo. E eles estão sempre ali para lembrar como os "solitários" são "infelizes". Olhe pro lado, isso, aposto que você está vendo um deles. Casais que se sentam a mesa de restaurantes, sorriem, são discretos, conversam educadamente um com o outro e, de vez em quando, dão as mãos na hora de ir embora. Alguns arriscam até um beijinho tímido. Chega a dar inveja, não é mesmo? Que nada! Quer saber um segredo? A maioria desses casais não se suporta, convenhamos. As vezes, a mulher está planejando um modo de colocar veneno na comida do marido, e ele pensando na amante que o aguarda mais tarde naquele motel barato. Vai saber? Não é porque sorriem, se beijam e andam de mãos dadas que são felizes. Aliás, eu sou da seguinte opinião: afeto não precisa ser demonstrado em excesso. Todas as pessoas que querem mostrar demais que estão inapelavelmente felizes, aos meus olhos, são as mais miseráveis. São aquelas que tentam se convencer da própria felicidade. Como se dizer a si mesmo " eu sou muito feliz " fosse mudar alguma coisa. Piada.

Votem aí amores.
Bjoooos😘

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