Nós (parte 1)

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Estava um dia desses; chuvoso...
Desço do meu carro e corro até a porta do prédio.
Ao chegar à porta do prédio, apercebi-me de que me esqueci das chaves dentro da minha própria casa.
Liguei para o senhorio do prédio para ver se me arranjaria uma chave ou alguém que conseguisse concertar a merda que fiz. De lixo já me bastava o que eu tinha feito.
Tudo o que eu mais queria era, tomar um banho e trocar de roupa porque apanhei CHUVA. Acabei por molhar meu cabelo e uns documentos importantes do serviço.
Manter a calma era tudo o que eu mais queria, pois já estava a ficar tarde e não queria apanhar uma enxaqueca. Pelo menos não agora!
A única opção foi ligar para o Ian e perguntar se podia passar a noite me casa dele. Mas assim que ouviu a minha voz desligou o telemóvel na cara. Também não é pra menos depois de tudo que lhe fiz passar.
Fiquei meia hora à procura de coragem para ligar ao Pedro. Assim que a encontro ligo logo.
- Alô, digo eu.
- Oi, diz ele.
- O que queres?, perguntou firmemente.
- Nada...esquece, digo com a voz trémula.
- O que se passa?, perguntou ele mais uma vez, mas dessa vez com a voz mais calma.
- Preciso de um lugar pra ficar. Só por essa noite, acrescentei.
Ficou calado durante um tempo. E por fim respondeu. - Se quiseres podes vir pra cá.
Confesso que fiquei meio aliviada.
- Em 30 minutos estou aí. Me despedi.
- Tchau, Disse ele.
A caminho da casa dele fui parada por uns motoqueiros, confesso que fiquei aterrorizada.
Mas não foi nada demais, eles só queriam indicação. Sorte minha!!!
Cheguei em casa do Pedro com o coração na mão. Depois de tudo o que lhe disse mais cedo fiquei com medo que não aceitasse o que lhe pedi.
Bati a porta, porque ele detesta que toquem a campainha.
Abriu a porta e ficou surpreso quando me viu. Também não era pra menos atendendo a minha situação.
- Entra Lyla. Disse ele.
Agradeci-lhe e entrei, pousei as minhas coisas por cima da mesa, em seguida ofereceu-me um dos seus pijamas, e eu com um sorriso no rosto recebi e agradeci.
Comecei a me vestir mesmo aí. Não havia tabu entre nós; sempre fomos muito a vontade.
Tive uma certa dificuldade para meter a camisa pois o cabelo estava todo para o ar, e eu não conseguia passar a camisa do pijama.
- Ajudas-me?! Perguntei eu.
- Com?, Retribuiu com um olhar confuso.
- Com a camisola. Respondi.
Levantou-se e veio direitinho à mim. Confesso que fiquei constrangida, tínhamos discutido, e me pareceu que ele ainda não se tinha esquecido as poucas e más palavras que saíram da minha boca. Porém, eu queria muito fazer as pazes, virei-me pra ele e olhando nos olhos dele disse-lhe:
- Volta a ser meu como era antes, chega de discutir, chega desse orgulho parvo. Eu te amo muito e não quero te perder por causa disso.
E ele sem dizer nenhuma palavra foi para o quarto, deu-me a entender que ainda estava muito magoado.
Mal acabei de vestir, e eu só de camisa e cueca, respirei fundo e fui atrás dele, e vi ele de pé, frente à janela a olhar para o céu. Fui ao encontro dele e abracei-o por trás.
Precisava de mais um empurrãozinho, então tive de tirar a única carta que eu tinha na manga. Comecei por perguntar-lhe se, se lembrava das as nossas aventuras, dos nossos momentos mais profundos, das nossas conversas a luz do luar? Lembras-te da viagem que fizemos à Grécia? Conhecer os teus pais foi muito bom. Será que já te esqueceste que fomos feitos uma para o outro? Quanto tempo nos divertimos lá?
Depois das perguntas que fiz, senti o seu corpo a molificar e percebi que era o momento certo para o beijar. Assim o fiz. Soltei um leve sorriso quando ele retribuiu o meu beijo...

O meu outro EUOnde histórias criam vida. Descubra agora