Um novo começo

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Paul Rudson era apenas mais um jovem rapaz de 20 anos que andava pela cidade de Garden Springs, mas ele chamava certa atenção da população. Todos os dias eles passava pela cidadezinha com suas roupas esfarrapadas tentando vender chapéus velhos.
-Bom dia, moça bonita. Gostaria de comprar um novo chapéu? Este está apenas por 25 centavos. Combina com esse belo vestido de renda - ele abordou  uma jovem moça que andava por ali, que apenas o olhou com desdém.
-Todos os dias, de domingo a domingo, ele está aqui - comentou o padeiro para três jovens donzelas que observavam da padaria Paul Rudson tentando vender seus chapéus.
-Oh, ele é tão bonito! - comentou uma delas.
-Aqueles belos cabelos pretos dele são um charme. E combinam com os olhos dele - completou uma delas.
-E ele é tão forte - suspirou a outra.
-Há! Paul é forte assim porque ele trabalha desde que se conhece por gente.
-Sim, é um rapaz muito sofrido - disse a mulher do padeiro, entrando na conversa.
-Qual a história dele? - perguntou a donzela do meio.
-Paul é o filho mais velho dos Rudsons, um casal de pobres camponeses. Eles tiveram outra filha, Thalia, que é dois anos mais nova que Paul. A mãe morreu no parto do terceiro filho, que também não sobreviveu. Já o pai vendeu tudo o que tinha para comprar uma estoque de chapéus, achando que assim conseguiria subir na vida. Foi um fracasso, o velho Rudson colocou os filhos ainda mais na miséria. O pobre ficou tão desgostoso que morreu tempos depois. Paul tinha apenas 9 anos, e passou a ter que cuidar sozinho da irmã. Os dois quase morreram de fome várias vezes. Eles moram num barracão na periferia da cidade.
-Ele é tão bonito! Pena que meu pai jamais permitiria me casar com ele! - lamentou uma das donzelas.
De longe, Paul conseguiu vender um de seus chapéus para uma velhinha. Seus olhos brilharam de contentamento e ele correu para a padaria.
-Bruce! Olhe! Consegui vender um chapéu! - comemorou ele.
-Quem bom, meu jovem Paul.
-Bom dia, senhoritas! - ele cumprimentou as jovens moças que estavam ali.
-Bom dia, Paul! - elas falaram em uníssono.
-Aqui está seu pão, como sempre - entregou Bruce.
-Obrigado, amigo - Paul deu parte do seu dinheiro ganho com a venda do chapéu e saiu em direção a sua casa.
Na verdade, ele não chamaria exatamente de casa. Era apenas um pequeno quartinho que ele dividia com a irmã Thalia, apertado e escuro. Todos os dias ele desejava tirar a irmã daquela situação.
-Thalia! Cheguei! - chamou ele. Ninguém respondeu.
-Thalia? Thalia?
Nada.
E então...
BUM!
-AAH! - ele se assustou.
-HAHAHA!!! - ouviu-se uma risada de menina, bem escandalosa.
-Ora, Thalia! Você me assustou - Paul tentou fazer uma cara séria, mas um sorriso travesso surgiu em seus lábios.
-Eu nunca me canso de te assustar, irmão!
Thalia surgiu das sombras. Tinha longos cabelos pretos mal-cuidados e usava um velho vestido de camponesa que pertenceu a mãe deles.
-Está feliz hoje, irmã. O que aconteceu?
-Trago novidades! - anunciou ela, animada.
-Eu também! Vendi um chapéu hoje!
Thalia revirou os olhos. Odiava aqueles chapéus.
-Bem, com a minha novidade, você não vai mais precisar vender esses chapéus idiotas.
-O que?
-Vai abrir um novo hotel na cidade. Sabe, daquele velho rico que morreu a alguns anos, o Pusset.
-E...?
-E que essa é a sua chance, Paul! Você pode conseguir um emprego lá! E eu também, é claro.
Paul coçou a cabeça.
-Sei não, Thalia. Sabe como é difícil conseguir emprego.
-Mas podemos tentar! Vamos lá amanhã. Hoje tomamos banho, nos arrumamos e preparamos um belo discurso para amanhã. Imagina Paul! Vai ser um dos lugares mais nobres dessa cidade. O salário deve ser incrível!
Paul refletiu por um instante. Thalia estava certa. Essa seria sua chance.
-Tudo bem, então vamos atrás desse emprego.

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⏰ Última atualização: Sep 29, 2020 ⏰

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