regra dois

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Eram nove da manhã de um domingo e eu estava parada em frente a grande pista de skate da cidade, procurando Rafael com os olhos enquanto tentava esconder um grande bocejo com a mão

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Eram nove da manhã de um domingo e eu estava parada em frente a grande pista de skate da cidade, procurando Rafael com os olhos enquanto tentava esconder um grande bocejo com a mão.

Eu não sabia por que ainda fazia o que ele pedia.

— Procurando alguém? — uma voz falou atrás de mim, me assustando.

Me virei para encarar o dono da voz, encontrando um Rafael suado e sorridente. Sério, eram nove da manhã, pra que toda aquela boa vontade?!

— O que você queria? — perguntei ao cruzar os braços, já recuperada do susto.

— Credo, de onde veio tanta agressividade? — ele perguntou, apoiando a mão livre no peito.
Percebi tardiamente que ele trazia um skate na outra.

Quem andava de skate às nove da manhã de um domingo?

— Para começar você me acordou muito antes do aceitável para um domingo. — retruquei, ainda visivelmente irritada com aquele joguinho. — Vai falar ou não? Eu gostaria de voltar para a minha cama logo. — completei, reprimindo um bocejo.

Ele continuou me encarando por mais alguns segundos, com aquele irritante sorriso de lado no rosto. Eu estava quase lhe dando as costas e indo embora, quando ele desviou o olhar e indicou com a cabeça algo atrás de nós.

Franzi o cenho e me virei na direção que havia indicado, sem saber ao certo o que eu deveria procurar. E então eu vi. Depois de dois anos convivendo com aquela cabeleira loira, seria um pouco difícil não notar.

Léo estava distraidamente tirando fotos dos skatistas da pista, a câmera semiprofissional que tinha ganhado no último Natal em mãos. Aquela câmera era seu xodó, e ele parecia muito concentrado em sua tarefa, clicando e apontando a lente para diversos lugares.

Aos poucos as coisas foram se encaixando na minha mente, e eu tive a confirmação quando Rafael sussurrou perto do meu ouvido:

— Bem vinda a fase dois.

Ignorei o arrepio que a ação me causou e virei o rosto para encará-lo.

— Que seria...? — perguntei, encarando seus olhos marrons brilhantes. Eles pareciam quase dourados na luz matinal.

— Ciúmes. — ele abriu o sorriso, levantando as sobrancelhas numa expressão convencida.

Antes que pudesse sequer raciocinar, ele pegou a minha mão e começou a me puxar até a pista. Rafael entrelaçou nossos dedos e eu senti novamente o arrepio irritante passar pela minha espinha.

Eu ainda estava com muito sono para lidar com aquilo.

— O que skate tem a ver com isso? — perguntei por fim, apertando o passo para estar ao lado dele.

Nós paramos no portão que separava a pista do restante do parque, e ele estava ocupado demais conversando com alguém. Logo voltamos a andar, ele carregava um capacete, joelheiras e o skate em uma mão só, uma habilidade que eu invejava; nunca conseguiria segurar mais de duas coisas sem derrubar algo.

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