como (não) conquistar um cara

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Rafael uma vez me perguntou como que eu tinha conseguido enrolar durante dois anos para começar a agir, e eu tenho a resposta: eu sou muito boa em fingir que as coisas não estão acontecendo

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Rafael uma vez me perguntou como que eu tinha conseguido enrolar durante dois anos para começar a agir, e eu tenho a resposta: eu sou muito boa em fingir que as coisas não estão acontecendo. Simplesmente deixo o tempo passar e quando vou perceber já se passaram horas, dias, semanas.

Foi o que aconteceu naquela semana: eu não lidei com nada.

Depois da conversa com Julia, eu apenas desliguei aquela parte do meu cérebro e segui com a minha vida.

Não respondi as mensagens de Rafael, nem atendi suas ligações, muito menos apareci na lanchonete para o meu milkshake diário.

Eu estava em mais uma sessão de filmes quando Julia entrou no meu quarto com tudo, indo direto para a janela e escancarando a cortina.

— Bora levantar daí, Miranda. — ela disse, vindo em minha direção e puxando meu cobertor com tudo.

Tampei o rosto com o travesseiro antes que ela viesse me atacar. Minha tática de camuflagem não funcionou, ela arrancou o travesseiro da minha mão de qualquer jeito.

— Juliaaaaa... — resmunguei.

— Levanta a bunda daí, vai tomar um banho que o Leonardo está na sala e vocês precisam conversar. — ela disse e eu sentei no susto.

— Você chamou o Leo? — sussurrei, aterrorizada.

— Não, ele apareceu aí porque está preocupado com você. — respondeu, cruzando os braços em cima do peito. — E eu achei que você já tinha resolvido esse assunto.

Abri um sorriso amarelo em resposta. Talvez eu tenha fugido dela durante os últimos dias também. Já era sexta-feira, e eu ainda estava longe de estar pronta para encarar a realidade. Peguei o celular na cômoda, e confirmei minhas suspeitas: Leo tinha me ligado dez vezes na última hora.

Eram três da tarde e eu o entendia, nunca tinha perdido um encontro na lanchonete antes. Não sem aviso prévio.

Suspirei, derrotada.

— Fala que eu já desço. — falei, levantando da cama para pegar uma roupa no armário.

Eu não pretendia sair de casa, então só peguei um shortinho e uma camiseta qualquer, apenas para falar que estava trocada. E porque eu sentia o olhar de Julia me julgando por estar com o mesmo pijama a semana inteira.

Saímos do quarto e ela desceu as escadas, enquanto eu fui até o banheiro tomar meu banho.

Por mais que eu quisesse enrolar e esperar até eles desistirem de me esperar, eu tomei um banho rápido e logo estava trocada e limpa, mas nem um pouco pronta para encarar a realidade.

A descida até a sala foi rápida demais, e quando eu o avistei, queria mais que tudo voltar correndo para o meu quarto; mas ele me viu antes, e eu tive que descer o resto dos degraus.

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