Oh Klahoma

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César POV
Faziam algumas semanas desde a missão de busca pela equipe Kelvin. Eu perdi duas pessoas que amava pra, no fim, nem completar o maldito objetivo daquela porra! Eu tinha medo que se eu me aproximasse mais da equipe E, eles iam me deixar ou morrer, então resolvi cortar relações antes que isso acontecesse.

Comecei a jogar muito mais e eu chegava a nem sair de casa. Estava me alimentando só com comida de delivery. Tinham noites que eu nem reparava que passavam -Pelo menos os jogos não vão me deixar- foi com esse tipo de pensamento que eu passei semanas isolado.

Estava tudo bem no começo, mas os dias foram ficando mais e mais frios e nada me deixava quente, com exceção daquele suéter. Aquele maldito suéter, era a única lembranças da qual eu não conseguia me livrar. Tinham alguns poucos dias eu iria dormir, mas quando acordava não sentia ânimo algum, ou qualquer tipo de vontade. Nesses dias, eu queria ficar na minha cama pra sempre, onde era quente e inofensivo, mas quando eu olhava pra aquela blusa, eu me lembrava de Joui. Me lembrava de como ele nunca desistia e como me prometeu algo que nunca seria cumprido, por minha causa. Essa era a única coisa que me dava vontade de levantar.

Era mais um dia (ou noite) frio. Estava no fim de uma partida, quando escutei o interfone tocar. Eu não tava esperando nada, então presumi que a pessoa errou o apartamento. Ignorei e continuei jogando, mas a pessoa insistiu e tocou de novo depois de um tempo. Eu já tinha acabado a partida, então resolvi atender pra, quem quer que fosse, parasse de me encher o saco. Me levantei tentando andar direito, mas eu tava muito torto - Eu devo ter desenvolvido escoliose, nesse tempo- pensava, enquanto apertava o botão pra atender "O que foi?" Tentei dizer em um tom agressivo para a pessoa ir embora, mas eu recebi uma resposta que nunca imaginaria "César-Kun!" Era ele.

A única pessoa que me fazia querer levantar de manhã, estava no portão de casa. "Podemos conversar?" Quando escutei isso, tive quase certeza que não era um sonho e acordei do meu transe "Joui?" Eu disse, ainda sem acreditar "Claro, pode subir." Falei enquanto destrancava o portão.

Fiquei paralisado de felicidade. Ainda não conseguia acreditar que ele estava ali. Ele não me deixou. Ele se importava comigo. Ele... -Espera, como ele achou meu endereço?- só parei pra pensar naquele momento, mas nem deu tempo de refletir. Escutei algumas batidas na porta e fui correndo abrir. Destravei bem rápido a maçaneta e o vi.

Joui estava ali e eu tinha quase certeza que não era um sonho. Mas tinha um problema... quando abri a porta, senti um vento gélido vindo do lado de fora. Se ele realmente estivesse lá por mim, entenderia minha próxima ação "César-Kun, por que você..." Puxei seu braço pra que não ficássemos naquele lugar frio. Assim que ele já havia entrado por completo, rapidamente fechei a porta.

"Kuso..." Escutei sua voz -Ele continua sem xingar? Que fofo- Me virei pra vê-lo w reparei que o havia derrubado "Joui, sinto muito!" Eu disse enquanto me abaixava pra ver se ele tinha se machucado. Felizmente, ele estava bem. Eu ia me sentir muito mal se tivesse acontecido algo com ele "É que lá fora tá muito frio. Não ia dar tempo de falar se você ficasse na porta." Eu tentava me explicar, mas foi algo completamente impulsivo.

Joui não disse nada, apenas se sentou ajeitando a postura. Me sentei na sua frente enquanto esperava ele dizer algo, mas ele fez algo que era a última coisa que eu queria naquele momento.  Começou a olhar em volta e reparar no estado terrível da qual eu me encontrava. Fiquei um pouco tenso, pois achei que levaria uma bronca fodida dele. Estava nervoso, então me cobri mais ainda com meu cobertor pra que ele não visse que eu estava tremendo.

Comecei a encara-lo. Ele se virou de volta pra mim e sua expressão era de choque, misturada com tristeza e decepção. Olhou um pouco pro lado e parecia pensativo. Eu não queria que Joui me visse tão mal e estava até que curioso pra saber o que era a tal urgência, que ele teve que vir até meu  prédio "Joui, então..." cortei o silêncio pra que ele falasse algo "César-Kun, eu vim fala algo sério!" Quando ele disse isso, começou a me encarar com um olhar muito frio, cheguei até a me arrepiar.

Não me lembrava desse lado dele e achei que tinha acontecido alguma coisa "O que houve?" Eu perguntei e ele começou a se aproximar de mim "Você tá me assustando..." Falei isso e senti suas mãos segurando meu ombro. Eu sentia falta de seu toque, mas... algo estava diferente. Ele parecia estar mais agressivo que o normal "Você tá bem?"

Inside this place is warm {Joesar-osnf} (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora