Prey

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Joui POV
Já devia ter se passado 1 mês desde que falei pro César que iria cumprir minha promessa. Ele estava ficando na minha casa, então fizemos um acordo de tarefas. Além de deixar a casa arrumada, o acordo também mantinha a mente distraída e não permitia que ele ficasse o tempo todo no computador. César não sabia cozinhar, então eu estava fazendo as refeições, por enquanto, para que não nos alimentassemos apenas com comida pronta.

Estava tudo indo muito bem. Eu sempre quis um colega de quarto e pretendia me mudar com meus amigos, no ano passado, mas... aconteceu aquilo. Enfim, eu estava muito feliz e nós não nos sentíamos solitários.

Evoluímos bastante em questão ao nosso relacionamento e oficializamos o namoro para o resto da equipe. Tudo corria muito bem e César aparentava estar bem mais saudável. Nada poderia dar errado... até que deu.

Um certo dia, a Liz-Senpai tinha bebido muito e acabou caindo da escada. Por conta de sua idade, não foi só um simples tombo. Ela desmaiou e, como não foi tratada na hora, teve que ser hospitalizada, ou poderia ter seqüelas graves. Liz ficou em coma por 2 dias e mais um tempo no hospital, pra se recuperar completamente. Não deixei de visita-lá nenhum dia. Alguns dias, César vinha comigo, outros não. Arthur também ia algumas vezes e todos nós sempre conversávamos até a enfermeira nos expulsar. Eu me importava com a Liz e, sabia o quão solitário deveria ser, então nunca parei de visitar.

Um dia, cheguei e a encontrei procurando algo no frigobar do seu quarto. Ela se virou pra mim com uma expressão de surpresa "Joui!" Disse, vindo em direção a mim. Fechei a porta e dei um abraço apertado nela "Liz-Senpai, o que estava fazendo?" Eu normalmente perguntava isso pra começarmos uma conversa mas, dessa vez, ela não respondeu. Se afastou de mim e me encarou "Joui, eu quero que você pare de vir aqui."

Fiquei chocado. Eu realmente estava tentando ajudar. A única coisa que se passava na minha mente era "Por que?" Acabei dizendo e senti um nó na garganta, como se eu estivesse prestes a chorar "Eu realmente adoro a sua dedicação, mas não gosto que me veja em um estado tão ruim." Falou, enquanto olhava debaixo da cama. Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Ela se virou pra mim, enquanto puxava um banquinho "Eu gosto muito de você, de verdade. Por isso, não quero que veja meus exemplos estúpidos." Falou, enquanto subia no banquinho "Liz-Senpai..." Me encostei na parede pra não cair. Minhas pernas estavam tremendo muito "Joui..." Ela disse, abrindo um armário e puxando algo "Eu já pedi pra parar de me chamar assim!" Se virou pra mim, irritada, segurando uma garrafa de whisky "Liz-Sen... Liz, você não ia parar de beber?" Disse, num tom preocupado, me dirigindo a ela. Sentou no banco e abriu a garrafa "É o que as enfermeiras pensam!" Falou de forma debochada e deu um gole na bebida. Liz puxou um copo do bolso e me olhou com um sorriso, servindo uma dose. Ergueu o copo em minha direção, peguei e a encarei "Um shot pela última vez que você vai me ver!" Comecei a chorar profundamente e não conseguiria engolir a bebida, mesmo se eu quisesse. Ela se levantou e me deu um abraço "Joui, não tem motivo pra chorar. Não é como se eu tivesse morrido." Parei um pouco de chorar, me afastei do abraço e desci o shot, de uma vez só "As vezes..." Falei, em meio às lágrimas "...Eu queria ter ido no lugar do Thiago!" Gritei, irritado e sai correndo do quarto, sentido que começaria a chorar de novo. Fechei a porta atrás de mim, passei andando pelos corredores e já estava chorando de novo. Algumas enfermeiras me viram indo embora, nenhuma ligou muito.

Estava dentro de um táxi, voltando ora casa, quando recebi uma mensagem de César.

César
Você ainda tá no hospital?

                                                             Você
                       Estou voltando direto pra
                                                        você 😘

César
Tenho uma surpresa pra
quando chegar❤❤❤

                                                             Você
                               Tô louco pra ver❤❤

Sorri um pouco. A certeza que César estaria comigo, melhorava qualquer dia ruim. Olhei pela janela e já estava escurecendo. Continuei observando as ruas até, finalmente, chegar em casa. Estava tremendo enquanto procurava a chave do portão. Senti que choraria de novo e entrei, tentando forçar um sorriso. Voltei pra a realidade e reparos que todas as luzes estavam apagadas. Estranhei. A porta não estava trancada e procurei se via algo esquisito no escuro, não achei nada. Minha mão se dirigia ao interruptor enquanto, a outra, pegava o celular "Cés-" Não consegui terminar minha frase, nem me mexer, ou ver alguma coisa. Fiquei naquela posição por um tempinho, sem conseguir fazer nada, por mais que eu tentasse. Vi uma luz vermelha muito forte, me senti zonzo e cai no chão de joelhos "Porra, Agatha!" Era a voz de César.

Inside this place is warm {Joesar-osnf} (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora