Capítulo 6 -parte 1

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Há dias Raid vinha evitando aproximar-se de Layla, ela era tudo o que ele mais desejava e no entanto temia no mais profundo do seu ser.

Sim ele a temia.

Raid, ele um guerreiro que já havia lutado ao lado de reis poderosos, vencido batalhas sangrentas, que foi escravizado, torturado e não havia se deixado quebrar. Temia uma simples e linda humana. Tentou realmente envolver-se com Shantia, na tentativa de tirar a mulher com olhos de gato e pele de mel dos seus pensamentos, mas foi impossível.  Várias  vezes foi até a sala de treinamentos com a desculpa de que iria somente verificar como estava indo sua evolução, e viu-se no meio do tatame em uma simulação com ela, apenas para sentir brevemente o calor do seu corpo.

 Ali naquele momento olhando para Shantia não conseguiu sentir nada além da vontade inexplicável de conseguir alguma distância. Sabia que a Djiin não merecia, Shantia era atenciosa, linda, sexy e fora criada para servir bem a um guerreiro,  mas ela não era Layla, e aquilo o atormentava profundamente. Varias vezes cruzou com Layla nos corredores, e viu seu olhar profundamente magoado ao vê-lo ao lado de Shantia ,  Raid gostaria de sentir, em algum momento um sensação de vitória, de saber que estava seguindo o caminho certo, mas sempre acabava sentindo-se um derrotado, e agora após ela vê-lo ali, nú ao lado de outra mulher, sentiu-se pior ainda e quando encontrou seu olhar curioso, e ao mesmo tempo sombrio sobre ele. Tudo o que pode fazer era pensar no quanto estava sendo um idiota.

Como se ao ferir Layla, estivesse ferindo a si próprio também. Raid levantou-se, não se importando em que posição deixou Shantia, rapidamente buscou por suas roupas, e vestiu-se. 

Deu um olhar para a mulher deitada sobre a cama, ela dormia profundamente saciada pelo sexo que tiveram. Shantia podia se sentir saciada, mas ele não, no fundo ele sabia que poderia dormir com mil mulheres mas assim  como sua ancestral somente Layla iria satisfazê-lo. Amaldiçoou-se enquanto cruzava os corredores a fim de chegar aos seus aposentos. 

Estava a ponto de colocar as  mãos na maçaneta quando ouviu gritos vindo dos aposentos de Layla. Rapidamente correu em direção ao som, desembainhando sua cimitarra. Entrou abruptamente, Layla estava agachada em um canto do quarto, a pequena adaga, presente de Zahir em suas mãos, ela já havia feito vários cortes na parte superior de seus braços e pernas, e sangue manchava seu corpo. Raid foi dominado por um ódio intenso ao ver os dois  Ifrit em seu complexo,  eles estavam usando compulsão na  Escolhida, e era obvio que ela podia vê-los, mas seus poderes ainda não haviam sido despertado, e ela era fraca demais para os dois.

— Ajude-me... — ela sussurrou entre lágrimas, enquanto mais um corte surgia na parte inferior de seu pulso.  Ao vê-la naquele estado, foi dominado por uma fúria insana. Não houve tempo para os dois demônios, em milésimos de segundo a cabeça de um deles estava no chão, e quando seu parceiro deu-se conta do que estava acontecendo e partiu em ataque sobre Raid, ele ergueu sua cimitarra e em um só golpe, fez um rasgo perfeito na parte interna do seu ombro. Raid sabia que nem um dos dois estavam mortos, logo iriam se regenerar, mas teria tempo o  suficiente para levá-los até o calabouço para interrogação, e eles sofreriam. Sim! Sofreriam por cada corte que estava nos braços de Layla naquele instante. Ouviu passos apressados no corredor e logo cerca de meia dúzia de guerreiro entraram.

— Senhor! — um dos guerreiros, exclamou ao ver a situação em que Layla se encontrava.

— Eu só quero saber como foi que dois Ifrit  conseguiram burlar nossa  segurança. — Ele perguntou sem dirigir-se a ninguém especificamente — Onde está Zahir? — prosseguiu enquanto ia até Layla e suavemente a tomava em seus braços.

— Raid... eu não consegui... eu tentei.. — Layla balbuciou, ainda em choque. Ela sentia-se uma fracassada, tanto treino, tantas lições, o empenho e  a confiança de Zahir  e ela falhou em proteger a si própria.

—Não fale nada princesa, tudo vai ficar bem. — ele prometeu, sentindo-se culpado. Ela devia estar segura, ele era responsável por sua vida. E no entanto Layla foi atacada dentro do complexo. Raid a colocou delicadamente na cama, enquanto ordenava para um dos guerreiros levarem os dois Ifrit. — Tragam-me Zahir! —ordenou, sem tirar os olhos da mulher em seus braços. — Agora! — Rapidamente os soldados, dispersaram-se deixando- os a sós. — Layla... — ele chamou suavemente segurando seu rosto a fim de ter sua atenção. — Layla, eu vou te levar até o banheiro. Eu vou ter que cuidar desses ferimentos, tudo bem? — perguntou em voz baixa, enquanto notava que ela estava coberta de sangue, ela precisaria de um banho. Layla assentiu ainda com o olhar vidrado e balbuciando palavras desconexas.  Ele retirou suas roupas, admirando, sua pele em tom de mel, pedindo para ser saboreada, as curvas perfeitas, a cintura fina, quadris arredondados, era o sonho de qualquer mortal.

Assim que a deixou somente com as roupas intimas, Raid foi até a banheira e ligou as torneiras a fim de encher a banheira, sem desperdiçar um único segundo ele depositou-a na banheira, lutando com ânsia de acariciar cada centímetro daquele corpo esguio. Sentiu-se um verdadeiro bastardo, seu complexo havia sido invadido, Layla estava fora de si precisando de cuidados e ele só conseguia visualizar as curvas generosas do seu corpo, aquelas coxas firmes e roliças pedindo para ser tocadas. Raid travou o maxilar num esforço para  conter-se, a simples visão daquela mulher nua, mesmo em estado tão frágil era  o suficiente para deixar seu membro rígido e seu corpo quente. Porra!  Precisava concentrar-se, ela estava precisando dele, e mesmo sua consciência avisando que não poderia confiar nela, ele a queria. Raid, torceu para que alguém aparecesse e lhe tirasse aquela tarefa, se continuasse mais algum tempo por ali, sucumbiria à vontade de estar com ela.

— Senhor? — um dos guardas o chamou na porta do quarto, enquanto ele acaba de cumprir sua difícil tarefa,  Raid agradeceu a  intromissão. Mais algum tempo e acabaria cometendo uma loucura.

— Espere ai! —  respondeu, enquanto procurava uma toalha e envolvia Layla cuidadosamente depositando-a na cama e a cobrindo com um lençol. Ela ainda tremia mas notou que estava um pouco melhor. Em seguida foi até a porta.

— Senhor? — o guarda o saudou, e Raid notou que que sua expressão não era das melhores, algo definitivamente ruim havia acontecido. O que mais de pior poderia acontecer, além do ataque a Layla? — Zahir foi levado senhor. Não o achamos em lugar nenhum e havia manchas de sangue no centro de treinamento...

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                                                        Abraços! conto com vocês! 

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