Parte 2 - Paragon da Esperança

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10 minutos

Haviam se passado 10 minutos desde que escutei o grito de Lena ecoar pelo horizonte. Vesti o traje de Supergirl às pressas, minhas mãos tremiam e nem a super velocidade parecia o suficiente para me ajudar na tarefa. Sai pela janela de meu apartamento em disparada, minha respiração estava desregulada, meu corpo estava gelado, algo de muito ruim estava acontecendo. Senti-me uma estúpida, Lena estava com problemas todo esse tempo e não a ajudei, mais um erro para minha conta em nossa amizade... ex amizade.

Voava pelos céus de National City em completo desespero, não fazia ideia de onde poderia ter vindo o grito, nem ao menos tinha certeza tinha partido de dentro da cidade. Lena poderia estar em qualquer lugar, isso estava me deixando cada vez mais apavorada. Desde a briga na fortaleza, a Luthor nunca mais havia chamado-me, o pensamento de que não seríamos mais amigas ou ouviria sua voz chamar por meu nome rondava constantemente minha mente. Agora, o grito ecoou em meus ouvidos, atingindo meu peito em cheio, havia dor em seu tom, sua voz estava rouca... Ela está com sérios problemas, meu coração se apertava a cada minuto, não conseguia me concentrar em seus batimentos cardíacos, a cidade estava barulhenta demais, problemas demais nas ruas, sirenes, gritos, conversas, choros, tudo alto demais. A vontade que eu tinha era de gritar para todos se calarem, "Preciso ouvi-la... Tenho que encontrá-la... Lena... Por favor", minhas mãos começavam a tremer levemente.

Pousei no alto da torre da L-corp, o vento frio batia em meu rosto. Respirei fundo e fechei os olhos, sentindo o poder fluindo em meu corpo, direcionando todo meu foco para a Luthor, as luzes, o barulho e tudo que fazia a cidade viva, estava afastando de minha mente, ignorando tudo que não fosse Lena. Parei, escutei, o vento não me trazia nada, com o desespero aumentando, lágrimas ameaçavam cair, "Por favor... Qualquer coisa... Por favor, Lena", iria achar a morena nem que fosse a única coisa que fizesse. Alguns segundos depois, captei algum sinal, uma lenta e desritmada batida cardíaca, estava muito fraca. "Onde? Onde?", pensava virando minha cabeça para todas as direções. Pude perceber que o batimento vinha de algum lugar nas docas. Abri os olhos e saltei em direção ao solo, comecei a voar rapidamente.

— Aguente, Lena... Eu estou chegando, meu amor.

Alguns metros antes de adentrar no perímetro dos galpões presentes nas docas de National City, pude ouvir uma transmissão de rádio.

"Supergirl se aproxima, senhor"

"Irei recebê-la, não se preocupe". Uma voz masculina com tom jocoso respondeu.

Uma raiva se apoderou de meu corpo, eles estavam com Lena, tinha certeza. Pousei com toda força que pude, quebrando o solo e levantando algumas lascas de concreto. Aquele lado das docas localizava-se o depósito de containers e alguns navios, um pequeno labirinto de altos galpões se apresentava a minha frente. Andava lentamente, tentando olhar e investigar cada instalação, nenhum sinal de vida, apenas estavam abarrotados de encomendas que seriam transportadas nos navios em algum momento; meus passos geravam pequenas ondas nas poças que se espalhavam pelo local, havia chovido recentemente, o ambiente estava úmido e escuro. Passado alguns galpões, vislumbrei um isolado dos demais, era mais baixo, sua pintura acinzentada era idêntica aos demais mas, enquanto os outros iluminavam-se devido as artes de metais com pequenas lâmpadas nas pontas que encontravam-se cravadas no solo, esse mantinha-se nas sombras. Ao tentar olhar seu interior, detectei que o mesmo era revestido de chumbo.

"É esse", pensei ao dar o primeiro passo em direção do galpão

— Supergirl, que honra —. Um homem alto, com corte militar falou ao sair das sombras, possuía um sorriso presunçoso e suas mãos estavam sujas de sangue.

Poor Lena (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora