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Na segunda saí de casa bem cedo para trabalhar e durante o dia pensei sobre o quanto minha vida mudou em apenas uma semana. A noite recebi uma ligação de uma amiga, Sara, ela me disse que estava doente e me convidou para passar uns dias na casa dela, fazendo companhia. Quando cheguei fui cuidar dela e aproveitei para contar tudo o que tinha acontecido no fim de semana, falei muito sobre o Natan mas não disse quando o veria novamente, fiquei com medo de compromete-lo.

Eu sempre assisti filmes e li livros que relatavam essas histórias malucas que nunca acontecem na vida real, sinceramente nunca imaginei que fosse acontecer comigo. Contei os dias para chegar logo o sábado e quando acordei fui correndo me preparar e esperar, quando eu menos esperava avistei o carro dele vindo e imediatamente fiquei muito nervosa; corri até a varanda e me sentei fingindo que nada estava acontecendo. Ele estacionou o carro em frente ao meu prédio, me olhou, disse apenas um bom dia e saiu andando em direção do outro lado da rua.

Eu havia me esquecido como ele tinha olhos lindos e hipnotizantes, só de vê-lo senti meu coração disparar e fiquei muito assustada. A tarde saí para ir até o mercado e quando abri o portão o encontrei dentro do seu carro, ele perguntou para onde eu ia e disse que ia me acompanhar, entrei no carro muito tímida e fomos até o mercado; no trajeto conversamos sobre a vida e no quanto ela pode nos surpreender. Quando voltamos para casa ele me ajudou a subir com as compras e perguntou se podia ficar para o jantar.

Nós cozinhamos juntos e ele como uma forma de desabafo contou que seu casamento não ia bem, estava passando por crises, desconfianças e distância; tudo isso por consequência de um casamento planejado de última hora e que ele teve que tomar decisões muito novo. Vi que ele não estava feliz e seu trabalho era uma forma de escapar de tudo aquilo. Depois de uma conversa agradável ele se levantou e eu o acompanhei até o portão, ele pegou na minha mão enquanto olhava dentro dos meus olhos e meu coração foi a 100 km/h em 2 segundos, ele me segurou pela cintura e me deu um beijo doce e tão sincero. Eu não estava esperando aquela atitude mas admito que gostei, ele me pediu desculpas caso tenha me incomodado e eu muito feliz o respondi que não, ele sorriu e foi pra sua casa.

Aquela noite foi difícil dormir, meu coração batia acelerado, eu não conseguia parar de sorrir. Liguei para Ana e quando contei para ela, ela ficou sem reação mas feliz por ver a minha felicidade; no domingo quando acordei às 11 da manhã o porteiro do prédio, Ramon, me entregou um bilhete que o vizinho tinha deixado para me, o bilhete dizia:

"Precisei ir embora mais cedo mas logo estarei de volta, espero que tenha se divertido assim como eu, até breve."

Atrás do bilhete ele deixou seu número e eu fui na mesma hora mandar uma mensagem, odeio admitir mas por mais louco que pareça eu já sentia muito a falta dele.

Um estranho em frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora