CAPITULO 2

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Ainda me lembro da primeira vez que almocei com meu pai naquele restaurante.

Foi no meu aniversario de 17 anos, ele tinha marcado um jantar na casa dele com a nova esposa Diana, mas é claro que nem eu e muito menos a minha mãe fomos, então ele apareceu na porta da escola no dia do meu aniversário com um lindo e gigante buque de rosas vermelhas ( rosas vermelhas não são para namorados? Pelo menos era o que eu achava ) e me levou para almoçar no seu restaurante preferido.

Foi a primeira vez que ele me levou em um lugar chique desde que tudo aconteceu, e eu estava de uniforme.

Não que ele não quisesse, ele sempre queria, eu é quem não aceitava, eu nunca pertmitia que ele se aproximasse demais, tinha medo de um dia ele aparecer com aquela mulher e me enfiar ela goela a baixo.

As outras vezes que comemos alguma coisa juntos foi no Mc Donald's e ele só tomou um Milk shake, então eu sabia que ele me falaria algo importante.

Aaaaaahhhh eu estava tão ansiosa! Seria capaz de comer a geladeira, com porta e tudo de tanta ansiedade, então decidi fazer outra coisa que eu amava. Escolher roupa.

Como eu disse, minha pensão era uma afronta a humanidade, mas minha mãe não a usava, graças a Deus ela tinha um excelente trabalho no consultório de um dentista famoso em Moema, e com seu salário ela conseguia pagar nossas contas e ainda dava pra ir ao teatro e ao cinema ou um jantar no japonês que a gente amava, tinhamos uma vida confortável, nada perto do que tinhamos antes, mas ainda assim era acima da média da maioria da população, o dinheiro da mesada era para pagar a escola e o resto era guardado para o futuro ( pelo jeito eu não ia precisar me preocupar até a quinta geração da minha família) e desse dinheiro eu tinha direito a uma porcentagem muito boa para meus gastos pessoais.

Aos 17 anos eu tinha um cartão de crédito de dar inveja a todas as minhas amigas.

Eu adoro comprar, sempre gostei, sou uma consumista assumida e não tenho vergonha de dizer que meu hobby preferido é andar pelo shopping e descobrir as novidades do mundo fashion, meu guarda roupas era minha paixão, organizava minhas roupas por cor e separo os vestidos das saias e as calças dos shorts, para mim organizar era uma terapia, desde minhas estantes de filmes que deixei na casa do meu pai, até os talheres da cozinha, mas meu guarda roupas era minha maior paixão.

Escolhi uma saia de cintura alta e uma camisa gola role sem manga, um visual bem filhinha do papai para impressionar meu velho, as 11 horas eu já estava pronta sentada no meu sofá me controlando para não roer minhas unhas de tanta ansiedade, as borboletas explodindo no meu estômago e um sorriso bobo em meus lábios, eu estava com uma ótima sensação. E morrendo de fome. De novo.

As 11 e meia o interfone tocou me fazendo dar um pulo do sofa e sair correndo para atendê-lo.

- Oi.

- Oi Luana seu pai está aqui. - o porteiro informou e sorri de expectativa, a hora estava chegando...

- Estou descendo.

O elevador era lento demais, minha ansiedade estava me matando, demorei anos até chegar a portaria onde meu pai me esperava dentro do seu novo sedan de luxo de vidros negros onde eu apostaria a minha vida que ele estava falando ao telefone.

Jonas, o motorista de meu pai desde que o mundo foi criado desceu assim que me viu abrir a porta.

- Olá menina, como vai?

-Oi Jonas, eu vou bem e você?

Dei um beijo em sua bochecha e um abraço rápido, para mim Jonas era uma espécie de tio torto, eu não me lembro de nada na minha vida em que a imagem de Jonas não esteja presente, os principais eventos, festas e, passeios no shopping e o nosso primeiro show... em tudo tinha a carinha feliz e prestativa de Jonas no meio.

Antes dos 20 - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora