Capítulo 36

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O dia iniciara e com ele vinha a chegada do tratamento de Millie, a menina sentia medo, mas sabia que precisava disso, queria livra-se de todos os seus pensamentos suicidas e de suas lembranças perturbadoras. Seria difícil! O que acontecera com a mesma era o pior que um ser humano poderia passar, toda sua vontade de viver esvaiu-se e caiu em esquecimento profundo, assim como sua felicidade.

— Millie, vamos? A Sarah esta a nossa espera no carro.

— Sim mãe vamos.

O caminho foi em completo e absoluto silêncio, a mais nova estava tensa e isso era notório, seu coração batia acelerado enquanto sua perna movia-se de forma uniforme e nervosa, queria poder abrir a porta do carro e sair correndo sem rumo e sem parar, queria fugir de todos ao seu redor, principalmente de si, mas como seria isso possível? Ela estava eternamente fadada a viver com suas tristes memorias que a torturavam sem compaixão alguma.

Ao chegarem no local, ficaram alguns minutos na gélida e deprimente sala de espera até que o nome da menina foi chamado, primeiro entrara Sarah e Holland, o que tornou tudo mais assustador. Millie olhava para o relógio pendurado na parede e em seguida olhara para a porta de saída, suas mãos tremiam e sua respiração falhava, essa era a sua chance de escapar do que a esperava, sem tardar em seus pensamentos, levantou-se abruptamente e estava pronta para correr em direção a saída do local, mas neste exato momento suas mães voltaram e a chamaram.

Millie agora estava sentada em um aconchegante sofá olhando diretamente para sua nova psicóloga, ela se lamentava por não ter conseguido fugir mas preferiu conforma-se e encarar a sua consulta.

— Então... Meu nome é Ally, e a mpartir de agora sou sua nova psicóloga e psiquiatra, você não precisa ter medo algum e nem se preocupar, tudo que você me contar ficara só entre nós.

— Você não vai contar as minhas mães?

— Não. Tudo o que você me contar é extremamente confidencial, é um dos códigos de ética da minha profissão.

Por algum motivo Millie sentiu-se segura para contar tudo o que havia acontecido, ela precisava disso! Seu coração não aguentava mais guardar todo esse peso apenas para si. Seus olhos instantaneamente queimaram e com isso iniciou um choro compulsivo e carregado de dor.

— Eles me machucaram! — Falou soluçando.

— Eles quem?

— Os meninos da escola!

— O que eles fizeram?

— Eles me bateram e...

— E o que Millie?

— E-Eles abusaram de mim.

Ao confessar o ocorrido para sua psicóloga, Millie despejou-se ainda mais em lagrimas, seu desespero era nítido, sua mão correra em direção ao seu braço e com as unhas começou a arranha-lo, ao perceber os movimentos, Ally foi em direção a menina e segurou seu braço, mas surpreendentemente Millie debruçou-se sobre seu corpo e a abraçou.

cerca de 15 minutos passaram-se até que a menina finalmente voltara ao normal, em todo o tempo a mais velha a segurou e abraçou. Sem que Millie percebesse Ally também deixou algumas lagrimas rolarem pelo seu rosto mas as limpou antes que fossem vistas.

— Eu não sei o que fazer, isso não sai da minha cabeça, simplesmente não me deixa!

— Quantos foram?

— Seis... — Foi inevitável para Ally não entrar em choque, seu coração doía só de pensar no que a menina teve que aguentar.

— Onde isso aconteceu?

— Atrás da arquibancada na escola. 

— Você consegue me dizer exatamente o que aconteceu?

— Eles passaram pouco mais de uma semana me assediando com palavras, mas eu resolvi não da bola e continuei minha vida, até que um dia eu fui ler um livro embaixo da arquibancada. Eu sempre ia para lá porque era tranquilo e longe o suficiente de todos, mas naquele dia eu vi eles se masturbando juntos em uma sala onde ficavam algumas vassouras e produtos de limpeza. Quando eu os vi imediatamente sai dali, mas meu celular começou a tocar e eles me viram, foi ai que eles me seguraram e começaram a me bater e em seguida fizeram aquilo comigo...

— Porque você não contou a ninguém?

— Porque um deles filmou tudo. Eles disseram que se eu contasse o que aconteceu eles vazariam o vídeo para que todo mundo visse... Um deles me mostrou o vídeo e eu vi que filmaram todas as minhas partes intimas enquanto eu estava desmaiada. Eu fiquei com tanto medo de todos me verem daquela forma...

 — Millie, porque você não conversa com suas mães e conta o que aconteceu? Esses meninos precisam ser punidos!

— NÃO! Elas não podem saber de jeito nenhum! Você me prometeu que  não falaria!

— Eu não vou falar, mas não acho que você mereça passar por tudo isso enquanto esses meninos estão soltos e com certeza fazendo isso com outas meninas.

— Eu não consigo, por favor, não me obrigue a contar a elas! — Millie suplicava em meio a lagrimas.

— Não vou e nem posso te obrigar a falara nada. Quando isso aconteceu? 

— A três semanas.

— Você foi até algum hospital? Como você saiu de lá?

— Não, eu não fui a nenhum hospital. Após algumas horas eu acordei ainda no chão, então eu vesti minha roupa e fui para casa.

— Como suas mães não viram seu estado?

— Eu fui pra casa da minha namorada, eu moro com ela. eu tinha um casaco dentro da minha bolça então o coloquei e fui para casa, os meninos não me bateram no rosto, apenas no corpo então ficou mais fácil de esconder, porém minha namorada viu alguns cortes nos meus pulsos, eu os tinha feito um dia antes de tudo isso ter acontecido. Eu tinha me cortado por causa dos assédios verbais que já vinha sofrendo deles.

— Millie, você precisa ir ao medico, precisa fazer exames para saber se eles acabaram te passando algo.

— Eu só poderia ir se minhas mães fossem comigo, porque ainda sou menor de idade.

Após a frase dita, sons de batidas na porta ecoaram na sala. "Entre" disse Ally. Era sua secretaria que veio avisa-la que passara da hora e precisava atender outro paciente. Ally então falou um pouco mais com Millie até que a liberou e marcou a volta dela para outra consulta.

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Oiii, esse capítulo foi bem triste mas... Caso algo parecido tenha acontecido com vocês ou com alguém que vocês conhecem, POR FAVOR, DENUNCIEM! Não tenham medo muito menos vergonha! <3

Logo logo posto outro capitulo!

(capítulo não revisado)

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