Eu não contemplo
Toda a lista de regras
E adjetivos que você me deu
E me disse para seguir
Não sou e não serei
O que você quer que eu seja
E isso é algo que eu sei
E sempre soube
Mas ainda assim
Eu me esforço para ser
A minha versão mais soft
A questão é: por que?
Porque eu cultivo
No fim do meu ser
A ideia de que talvez um dia
Eu acorde sendo suficiente
Quando nem tu és
Quando nem tu contempla
Aquela porcaria de lista?
Porque eu desejo que
Você me valide?
Além dos claros motivos
Que a sociedade impõe
Muito antes de eu
Sequer existir
Sinceramente, pode ir pro inferno
Você e a droga da sociedade
Cansei dos teus rótulos
Agora eu sigo minhas regras
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Surto-circuito
PoetryUma coletânea de vezes em que a marionete arrancou as cordas que a controlavam e começou a pensar sozinha.