Can you?

by chance

チャンス

Lá estava minha pessoa, em um vôo direto para a Austrália, por favor não me entenda mal, não que eu estou indo a força, não é isso, mas não estou indo por diversão também. Há dois meses a empresa que eu trabalho em Los Angeles resolveu abrir uma filial na Austrália e eu fui designada a resolver tudo.
É óbvio que eu fiquei feliz, pois se me deram esse voto de confiança foi por mérito meu. E não vou mentir, ultimamente estou vivendo praticamente e exclusivamente ao meu trabalho. E o por que do praticamente? Bom, eu também estudo, estou no último ano da faculdade de música, que em teoria é apenas um complemento para o meu trabalho, é o que eu amo, mas as vezes acaba comigo, eu estudei na UCLA pouco mais de 3 anos e bom, parece que vou ter de dar um jeito nisso também. Mas como diz meu chefe, eu tenho apenas 20 anos e muita coisa pra fazer ainda.

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Eu olhava todas aquelas pessoas completamente diferentes, achava isso tão bonito, todas as vidas que eram unidas em ocasiões tão tolas e pontuais, como um vôo, todas saiam tão apressadas, tão rápidas e não olhavam para esses pequenos detalhes, como o casal de senhores sentados na segunda fileira, ali para alguma viagem, talvez comemoração de bodas. As duas crianças sentadas mais atrás, elas passaram o vôo todo comentando o que elas queriam ser, sua inocência era tão admirável, era tão incrível perceber a esperança apenas no modo que elas conversavam. O senhor à minha frente, ele comentou com o moço ao seu lado que havia ido visitar sua irmã na Califórnia, mas estava morrendo de saudades de sua esposa, o rapaz tratou aquilo como se não fosse nada, e pelo jeito que ele agia, para ele não era. Todas aquelas pessoas saindo tão apressadas do avião, chegava a ser encantador ao mesmo tempo que assustador. E ao nível que o avião ia esvaziando eu ia percebendo que não poderia ficar ali, e que esses 6 meses não seriam fáceis.