Can you?

weak when ur around on me

君は

Passei pelos três quieta, havia pego só meu celular e caminhava calma em direção onde eu queria ir desde manhã quando chegamos. Mandei uma mensagem pra Alice dizendo "Se precisar de mim, pode me ligar, tô na praia mas não demoro muito".

Tirei meu tênis e senti a areia australiana, que vinha a ser fofa e extremamente clara, parei alguns segundos apenas ouvindo o som das ondas se quebrando e me sentei próximo a água.

O barulho de toda a imensidão azul na minha frente parecia nada comparado a bagunça que a minha cabeça estava naquele dia, tudo que Alice me disse ficava se repetindo sem parar na minha cabeça e a pergunta que ecoava insistentemente era de fato se eu sentia algo por Miller.

De alguma forma, tudo que ela falou se passava como se eu estivesse em um flashback de um filme, onde eu tentava achar cada ponto citado na minha memória pra buscar de alguma forma, saber se aquilo tudo realmente havia existido.

-Ficar sozinha no escuro não é muito inteligente.

A voz vinha ficando cada vez mais próxima.

-Claro que não, o Diabo pode aparecer quando citado.

-Você está me chamando de Diabo, Morganna?

-É um ditado popular, George!

Fiz menção ao meu lado na areia.

-E qual seria esse ditado?

-Falando no Diabo, olha ele aí. -Disse em português e percebi que ele me encarava.

-Eu não sei se entendi muito bem se o que você disse pra mim tem muita conexão com o que você falou agora, mas eu não entendi nada do que você falou também, então não tenho muita escolha além de aceitar.

Me confundi só ouvindo o que ele dizia e acabei sorrindo.

-Então, tá me perseguindo hoje?

-A, na verdade não. Eu fui pro quarto mas a Alice começou a dar bronca no Brian aí eu resolvi sair e meio que por acaso você tava aqui também.

-Que belo jeito de passar o aniversário.

Ele sorriu e pelo tempo que isso ocorria, eu sorri também.

-Bom, esse ano eu planejava ficar em casa mesmo, não tá tão ruim quanto o planejado.

Fiquei em silêncio por um tempo até aquelas perguntas voltarem a minha cabeça.

-George, posso te pedir uma coisa?

-Pode.

Suspirei voltando a olhar pro mar, convicta sobre o que queria saber.

-Mais cedo, Alice me disse que você ficou chateado quando eu te chamei de amigo, isso é verdade?

Percebi que sua postura havia mudado, assim como seu tom de voz, parecia que eu havia pedido algo de extrema importância.

-Então até a Alice percebeu e você não? -Essa coisa de todo mundo vir com o papo de "não percebeu" estava me irritando, eu não era tão tonta assim.

-Eu tô tentando esclarecer as coisa aqui, se não ficou muito claro.

Vi o moreno suspirar como se estivesse frustrado e naquele momento eu havia me arrependido de começar aquela conversa.

-Se não ficou claro, Morganna, eu não quero ser só seu amigo, desde o dia em que eu esbarrei em você, assim que eu te vi, já sabia que você não ia sair fácil da minha cabeça e o problema é que além de não sair, você perambula ela o tempo todo e sinceramente, tá parecendo que você foge de mim, eu quero entender isso aqui tanto quanto você.

-Eu não deveria ter começado. -Sussurei

-Tanto deveria como começou, agora me dá uma única razão pra você agir assim, me dá uma razão pra dizer que você não é o que eu preciso pra me completar e eu juro que não vou passar de seu amigo.

-Eu não vou poder te responder isso.

-E por que não?

-Por mais que eu te dissesse, se eu inventasse mil razões, por mais que eu quisesse, elas não seriam verdade.

-Então me diz a porra da sua verdade, a minha você já tem!

-Tá legal George, a minha verdade é que de fato eu não sei lidar com você! Eu juro que não consigo entender exatamente o motivo pelo qual eu gosto de estar com você e porra, eu te conheço não fazem nem dois meses, eu tento entender qual é o sentimento que eu sinto por você mas sempre que eu tento achar uma solução eu só acho mais dúvidas e a última coisa que eu quero aqui é te magoar por não conseguir entender a mim mesma.

A essa altura tudo isso, eu falei olhando diretamente em seus olhos, o que eu havia evitado até agora.

-Eu nunca vou poder te dizer o que sentir mas talvez a droga dessas suas dúvidas a gente possa responder.

-O que você quer dizer com isso?

-Nossa Anna, você tem certeza que quem bebeu fui eu? Não tá óbvio que eu quero tentar alguma coisa aqui? Nem que essa coisa seja entender você, eu só preciso da merda de uma resposta.

-Eu juro que tô com muita vontade de socar a sua cara agora, fala de uma vez. -Conclui me virando pra ele, que continuava na mesma posição desde que chegou. -Na moral, se o que você quer é a porra da sua resposta, ela é sim George. -Peguei meu tênis e sai andando em direção a pousada novamente.

-Sim de você aceita tentar algo?

O ouvi dizer alto pra que eu podesse escutar conforme andava.

-Parabéns, você entendeu e aliás, boa noite!

Assim que cheguei no quarto fui direto pro banho, era estresse de mais pra muito pouco tempo.