Parte I-Fio do destino

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Era uma vez, num reino muito distante, um reino onde o dia nunca se vai.

Seu rei era ninguém mais ninguém menos que o próprio sol encarnado, Hélios, o qual regia o reino com mãos de ferro, expulsando qualquer traço de tristeza ou de trevas de lá e trazendo fartura e alegria com seus raios de luz.

Para manter seu poder sempre presente, de tempos em tempo Hélios escolhia à dedo uma criança que receberia seu poder e o representaria em suas terras, garantindo que tudo que construiu com permanece perfeitamente em seu lugar e que as trevas nunca tocassem um dedo em nada daquilo que ele criou.

Nesse contexto, nasce sua nova reencarnação.

Ele era um garoto o qual ele considerava perfeito: Cabelos louros como campos de trigo, rosto angelicalmente esculpido, voz suave e amável... Enfim! A perfeição em pessoa segundo seus padrões. Seu nome era Hwanwoong... E ele era o "Príncipe do dia".

Quando pequeno, Hélios o abrigou em seu castelo, ensinando-o tudo que precisava saber sobre seus poderes e sobre o reino, instruindo-o em literatura, música, dança e luta, tomando o máximo de cuidado para que o garoto não saísse de sua supervisão, até porque, segundo ele, sua criança deferia ser defendida à todo custo das criaturas da noite, que, mesmo depois de banidas daquelas terras, ainda espreitavam o reino, apenas esperando uma chance de causar a ruína de tudo por ali.

O jovem príncipe vagava pelos campos de flores de seu reino, catalogando cada uma delas com um olhar tristonho no rosto. Ali, na companhia delas, era o único momento em sua pequena vida em que ele se permitia não sorrir e expressar o que realmente sentia: Um grande e imenso vazio.

Ele sabia que não deveria ir para além das árvores torcidas que dividiam o dia da noite, porém... Algo em seu peito gritava para que ele quebrasse seu código de conduta e descobrisse o mundo além dos raios de sol, mesmo que isso provocasse a ira de Hélios.

Então... Ele vivia assim.

Sempre a um passo de entrar nos campos sombrios,

Mas nunca conseguindo de fato atravessar.

...

O que havia de tão perigoso ali, afinal?

***

-Eu tô ridículo.

Diante do espelho do quarto, o jovem rapaz range os dentes, odiando cada centímetro da roupa que usava: Tratava-se de um manto preto com capuz rasgado nas pontas, tremulando de um jeito que imitava labaredas vividas.

Youngjo sentia-se um verdadeiro palhaço naquela roupa. E sentia-se ainda mais ridículo pelo motivo o qual estava usando-a: Aquilo era a única coisa que poderia defendê-lo dos poderes de Hélios.

Ele era um ser das trevas, ou melhor, a própria encarnação das trevas, visto que ele era filho das rainhas do submundo: Hwasa e Solar.

As lendas contam que as rainhas um dia pertenceram ao reino de Hélios, sendo duas das melhores feiticeiras que o Deus-Sol tinha a sua disposição, porém, devido a sua diferença de ideologias e o fato do Deus ter descoberto um romance entre elas, ele as baniu para o submundo, rogando uma maldição que as prendia naquele lugar para sempre. Ele só não esperava que, utilizando-se de todo o conhecimento em magia para construir um verdadeiro império na noite, sendo reverenciadas como "As damas da noite e da morte" por todos os seus súditos.

Outra coisa que Hélios não esperava é que elas fossem capazes de gerar um filho, o qual elas descobriram durante um passeio pelos limites do reino, era em partes imune à maldição, visto que, por mais que ele pudesse atravessar esses limites e até mesmo trazer algumas criaturas da noite consigo, a luz do reino de Hélios ainda o enfraquecia, chegando à quase mata-lo sem uma proteção adequada.

A Flor da Vida & da Morte (Fanfic RavnWoong)Onde histórias criam vida. Descubra agora