Capítulo 7

289 28 23
                                    



Um Dia Depois


Em Zermatt, uma pequena cidade da Suíça quase com a divisa na Itália, Tom e Fox resolveram se hospedar para a noite para depois prosseguirem a viagem.

Bem, Fox resolveu e Tom teve de aceitar isso.

"Eu não venho a Suíça para depois simplesmente ir embora sem nem um chocolate quente" protesta ela, mais uma vez enquanto andam pela cidade, como turistas.

Por que são turistas até certo ponto.

"Precisamos voltar para Londres, Fox" argumenta mais uma vez o jovem Holland. "Eu tenho que voltar pra casa. Você não me deixa nem ligar pra eles" agora a encara, com navalhas e facas no olhar direcionados a ela.

"Isso é o melhor. Você só está vivo ainda, por que não entrou em contato com ninguém quem possa te trair e te matar. Informação dada, é se entregar pra eles" explica mais uma vez, enquanto caminham lado a lado na rua.

"Eu preciso me comunicar com minha família!" Praticamente grita, parando de andar, já muito puto.

"Ô surtado, fala baixo" ela volta e para na frente dele.

"Você não surta, por que parece não ter família. Por isso tá nem aí pro resto do mundo" ele rebate, zangado. Mas após ver os olhos estreitos de Fox, percebe que talvez falou besteira.

"Me escuta aqui" ela se aproxima, apontando um dedo na cara dele "você só está vivo, por que fiquei com pena de estragar esse rostinho lindo que você tem. Por que se não, já estaria num saco preto e eu tendo meus milhões. Então não me venha falar merda sobre minha vida e jogar na cara minhas desgraças que as conheço melhor do que imagina. Se quiser ir, vá, fica a vontade, mas vou cobrar da sua família os milhões que você me deve." Ela termina e se vira, indo pela rua sozinha. "Ah, só mais uma coisa" ela para olhá-lo "eu não tenho mesmo família, mas já tive uns anos atrás. Só pra você saber." Voltando a caminhar para longe, ela guarda a mão no bolso, a aquecendo.

Tom engole em seco, se sentindo mal. Ele fica observando a figura dela ir pela rua, sabendo que se resolver ir na direção contrária, será a última vez que irá vê-la.

De repente, uma vontade súbita de correr atrás dela o invade, de não deixá-la ir, ainda mais depois de uma briga.

Ele quer ir atrás dela, fazer as pazes, se desculpar. Dizer que sente muito pelo que disse por que se arrepende, e muito.

Mas também, o sentimento de saudade de casa o tormenta, querendo saber da família.

Dividido entre ir pela direita ou esquerda, ele fica estacado na rua, enquanto Fox já dobrara a esquina, sem nem olhar pra trás.

Por fim, a preocupação com Fox andando sozinha toma conta dele e o faz segui-la.

Quando ele dobra a esquina, ela está entrando em um café. E claro, Tom a segue, também entrando.

O aroma de chocolate invade suas narinas, o fazendo salivar em desejo de provar tudo. Ele rapidamente localiza Fox e vai até ela, que está fazendo seu pedido ao garçom que sorri de volta para ela com dentes demais.

Isso irrita Tom. E ele trinca o maxilar ao se aproximar. Se sentando sem nem esperar ela falar nada, ele a encara.

Ela por outro lado, apenas fica olhando o cardápio para decidir o que pedir a seguir.

Hoje mais cedo, eles conseguiram com a digital de Tom, sacar quase dois mil dólares em dinheiro em um banco pouco movimentado.

E por gentileza e companheirismo, dividiram entre si o valor.

Dusk Till DawnOnde histórias criam vida. Descubra agora