Prólogo

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"Por favor! Não faça isso!" Tom pede do chão, na poça de sangue e lágrimas que ele está agora.

O sangue de seu nariz, sobrancelha e machucados em suas bochechas sujam o piso. Assim como de seus vários outros ferimentos enquanto ele a observa, sentada na cadeira, amarrada e também torturada. Amordaçada e segura, pra não fugir ou usar seu corpo como arma.

A arma está apontada pra ela, em clara ameaça de disparar.

Tanto Tom quanto Fox, apenas se olham, profundamente. Ela não pode dizer nada, por causa do pano em sua boca, mas tenta dizer pelo olhar tudo que palavras a impedem de dizer nesse momento.

Ele tenta se levantar, mas não pode, ele não consegue. O machucaram ao ponto de não conseguir se equilibrar.

"Por favor... não a machuque." Ele ofega, cuspindo um punhado de sangue com saliva a sua frente.

"Que vergonha, Holland" o homem diz, negando com a cabeça. "Essa vadia tentou te matar em primeiro momento. E estava sendo paga pra meter uma bala na sua cabeça... e agora, ainda sim, você a protege"

Fox apenas o encara, impotente, sem conseguir se mover. Ela quer sair, meter bala em todos, mas não pode.

Não pode...

Tenta se soltar de forma discreta, de maneira que os homens ao redor deles não percebam, mas o processo está lento.

"Você está certo" ele admite em uma voz baixa, ofegante... "Nós dois sabemos disso..." Seus olhos são intensos e crus, expostos e vulneráveis, enquanto olham pra Fox. "Mas ela não me matou..."

"Talvez, por que ela estava esperando você a pagar mais pra viver" o cara com a arma diz. Doug, como ele se intitulou. E ele pressiona o cano frio de metal na sua têmpora esquerda, machucando a pele de Fox ligeiramente.

"Não... não foi por isso" ele nega, tentando parar seu sangramento do nariz.

"Eu não sei não... o que você me diz, gostosa?" Ele diz, e pressiona o cano com mais força.

"Me desculpe" ela pede, de forma estranha e restringida pela mordaça. "Eu te amo" ela sussurra, da melhor forma que consegue.

"Own, que fofo...! A puta com sentimentos, essa é nova!" Ele retira a arma, pra levantar os braços, sorrindo como se fosse natal e ganhou milhares de presentes. "Você não parece tão má agora, até parece a vadia dele, se escondendo atrás de homem. Ele te protegendo Viúva Negra? Qual é... Você é a assassina de aluguel mais cara e competente que conheço ou ouvi falar, e agora que tenho prazer de ver sua cara, você não passa de uma covarde... E foi fácil te pegar" ele volta a apontar a arma pra ela.

Que engole em seco, com vontade de atacar a jugular dele. Marcando com sua visão apurada, os pontos mais prazerosos que pode o atingir, e fazê-lo sentir muita dor enquanto o olha sofrendo no chão... Mas por enquanto, ela não pode.

"Fai pro iverno" responde, as letras saindo trocadas através do pano que tapa a boca dela.

"Então me enfrente, bonitinha..." Doug provoca, sorrindo lhe chamando com o dedo. "Ah, certo... não pode!"

"Fox" Tom a chama, e ela o olha no mesmo segundo. Ele tenta se levantar novamente, e quando consegue se ajoelhar, é impedido por um dos homens.

"Qual é, Thomas Holland... Quem diria, o filho do mafioso mais famoso de Londres rendido por uma qualquer... Você nem sabe o nome dela, ninguém sabe!" Doug parece estar tendo o melhor momento de sua vida... "Vamos lá, almas gêmeas, digam algo que sabem um do outro, ou você Tom, já que com certeza ela sabe até a cor da sua cueca que usou no natal de 2002... Vamos lá, diga algo que sabe sobre ela."

Tom e Fox se encaram.

Ele sabe seus segredos, Fox os revelou para ele, por que de certa forma, confia nele para se abrir.

"Eu sei o bastante" Tom diz por fim, olhando pra frente agora. "Eu sei o suficiente pra amá-la... Apesar de tudo" ele diz, olhando em seus olhos verdes.

"Que lindo...!" Doug sussurra. "Pena, que nãovai dar em casamento..." Doug diz, e engatilha a arma, pronto pra atirar...



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Eu sou uma mula e esqueci de dizer que todo sábado sairá um novo capítulo.  

Dusk Till DawnOnde histórias criam vida. Descubra agora