Absorto em pensamentos, Lu Han caminhou a passos apressados pela Universidade Keele. Não prestava atenção em ninguém ao seu redor, somente na brisa fria do vento que aplacava o calor que ele sentia; o calor que Sehun havia lhe passado.
Que sensações estranhas eram essas? Por que ele estava excitado como um adolescente humano? Por que seu corpo respondia fervorosamente ao de Sehun? Será que isso era o que acontecia quando se amava alguém? Será que Sehun poderia ajudá-lo a se sentir humano de novo?
'Covarde', aquela voz cruel e sarcástica ressoou em sua cabeça. 'Perdeu a chance de saborear o doce sangue de Sehun.'
Lu Han balançou a cabeça em negação. "Eu amo o Sehun. Não posso correr o risco de machucá-lo."
'Ele quer ser machucado.'
"Ele é só uma criança! É tão jovem, não sabe o que diz!", Lu Han debateu consigo mesmo. Era nessas horas que ele gostaria que o seu lado pervertido e sádico sumisse para sempre. Porém, esse lado malicioso o acompanhava desde o início, fazendo com que Lu Han, depois de um tempo, decidisse sair do convívio humano para se trancafiar em casarões vazios e solitários. Ainda bem que Marian estava com ele.
A família de Marian sempre havia servido Lu Han, geração após geração, e o mais velho era eternamente grato por isso.
"Hnng", gemeu, sentindo como se suas veias estivessem secas. Ele precisava se acalmar. Sua sede não era de energia, pois ao tocar Sehun, mesmo com o colar de prata no pescoço, ele havia conseguido transferir inconscientemente um pouco da vitalidade do maior para si. Sua sede tinha outro nome... Sangue.
Mordendo o lábio inferior, ele alcançou seu carro, entrando rapidamente no veículo. Ele não voltaria para Manchester àquela noite. Ficaria num hotel próximo, protegido e sozinho.
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Jongin não sabia o que doía mais: seus olhos, depois das horas de choro no colo de Minseok; seu coração, depois de ter tido a confirmação de que Sehun não o amava como homem, mas mesmo assim o considerava importante em sua vida; ou seu ego que havia sido destroçado pelo maior ao deixá-lo lá plantado na biblioteca para correr atrás de um cara de cabelos loiros que o moreno nunca tinha visto na vida.
Já não bastasse isso, ele havia visto esse mesmo cara saindo do prédio onde ele morava com Sehun. 'O que mais pode acontecer?', pensou, colocando sua chave na fechadura da porta e notando que ela não estava trancada.
Sehun nunca deixava a porta aberta. Algo devia ter acontecido.
Apreensivo, adentrou na sala, dando de cara com o mais novo deitado no sofá. Seus olhos estavam fechados e suas bochechas coradas; e seu peito subia e descia como se ele estivesse cochilando.
Jongin notou os diversos livros, que antes estavam na mesa de estudos da biblioteca, dispostos aleatoriamente em cima da mesinha de centro e no tapete ao chão.
Estranho. Sehun sempre recolhia seus livros depois que terminava de estudar.
Esfregando os olhos doloridos do choro, Jongin andou vagarosamente pela sala, tentando não acordar o maior.
Estava quase chegando à porta do corredor que dava para a cozinha quando seu nome foi chamado.
"Jongin..."
Respirando fundo, ele se virou.
Na verdade, o moreno não queria conversar com Sehun; não naquele momento. Não quando ele estava se sentindo péssimo e cheio de raiva e ciúmes. Ciúmes de alguém que ele nem sabia quem era.
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Hunger of Love
VampireUm vampiro e um humano. Uma paixão proibida que resistiu ao tempo e às diferenças. "Lu Han precisava sentir o gosto de Sehun para saciar a fome que tinha dele. Sehun queria se entregar ao olhar faminto que Lu Han lhe direcionava."