Capítulo 1

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          A floresta era densa meus pés estavam cansados de tanto andar, apenas o som dos animais e das pegadas de três pessoas cortavam o silêncio. O sol quase não ultrapassava a copa das árvores e já estava anoitecendo.

          Pela pouca luz na quase escuridão consegui notar  no Drake,  uma gota de suor que centilava ao escorrer pela testa do garoto. Com certeza estava se concentrando ao máximo para localizar o Azazyel.

          Quem olha para ele pela primeira logo pensa que é popular na escola,  com olhos verdes e cabelo loiro liso, típico de jogador de futebol do ensino médio, e a cicatriz de aproximadamente 20 centímetros no braço esquerdo o que torna ainda mais com cara de galã corajoso. Até descobrirem que era foi feita por um demônio em New York.

          Quase  não consegui notar mas Emily estava bem atrás do Drake,  o cabelo preto repicado da a ela um ar de mistério e inteligência,  que combina perfeitamente com os olhos castanhos claros.  Ela é a mais velha de nós três, porém a mais baixa com 1.65 de altura, mas nunca a subestime.

          - OK, alguém sabe a história desse demônio?  A voz de Drake estava cansada. - Azazaleu, não... não,  Azequiel...

          - Azazyel.  Corrigiu Emily,  a voz dela era calma porém intimidadora.       - Ele foi o anjo que ensinou os homens a fazer espadas, facas e armaduras. Após desafiar o Anjo Gabriel foi subjugado e mandado ao inferno.    

        - Preparado para voltar para aquele forno?

        Ela tentou o intimidar para saber sua localização.

          -Hahaha. Uma risada irônica ecoou pelo ar, a voz era masculina porem muito doce.  -Vocês iram para o inferno,  e seram torturados pelo Demônio dos Demônios. Aaaaaaaahh.

          - SE ABAIXEM.

          Todos responderam ao comando de Emily. Senti o projetil passando por alguns centímetros da minha cabeça, e se chocou contra uma pedra fazendo um som metálico.

          - Apareça seu covarde! Não vai deixar uma dama esperando?

          Tentei provocar.

          Os sons da floresta pararam, as folhas não se mexiam e a brisa havia acabado, como se tivessem respeitando uma ordem de algo, ou alguém.

        Meu plano funcionou.

        - Por aqui ventanores, quero levá-los pessoalmente para a fogueira do inferno.  Onde queimaram por toda eternidade em agonia eterna.

          Olhei para aonde a voz estava. O único lugar da floresta inteira onde havia luz, uma abertura redonda com cerca de 40 metros onde a lua brilhava com seu esplendor divino.

          Geralmente os demônios quando escapam do inferno chegam possuindo um matérial, vivo ou morto, animal ou objetivo,  porém esse veio em sua forma real.

        Parado no meio da arena estava uma besta com cerca de 2.90 de de altura o rosto era uma combinação de um bulldog com tigre dentes de sabre, os olhos abaixo do normal cara de mal e caninos inferiores grandes e a mostra.

         Usava uma armadura de couro estilo grega, portava uma aljava com lanças e na cintura um cinto feita de espadas apontadas para baixo, parecido com saia havaiana só que muito mais cortante e perigosa.

          -  Vamos nos separar  e se esconder no escuro, lembre-se passos rápidos e silêncios. Esse só será mais um.

          Verifiquei se estava frasco com a água abençoada ainda no meu bolso.  Era o único líquido capaz de matar um demônio porem preciso ferir. Por sorte havia algumas gotas. Encantei minha única flecha de minha aljava, passei para a Emily que encantou a adaga e por último Drake que encantou a espada.

          - Vamos lá. falei.

          Assim corremos um em cada direção, estávamos muito cansados, enquanto corria minha perna doía.

          O que tinha que fazer era perfurar o corpo do Azazyel com minha flecha encantada, sem dúvida minha arma era a melhor naquela situação. Me posicionei em uma árvore onde tinha visão privilegiada do Azazyel e de meus amigos. Drake estava ao sul do demônio, Emily estava ao nordeste e eu noroeste.

          Drake avançou lentamente com sua espada e logo percebi o plano. O pé era a única parte do corpo que não era coberto. Peguei minha flecha, e com um tiro certeiro ela viajou 50 metros até o pé do demônio.

          Algo inesperado aconteceu, a flecha bateu na pele do demônio e caiu no chão. Não fora feito nenhum dano ao demônio.

          - Então você está aí? A besta pegou uma de suas espadas e a jogou em minha direção. Pulei bem a tempo para não ser dividida ao meio como minha amiga árvore.

          Emily jogou a Adaga em direção do Helmo que se destrancou e caiu no chão.  Drake atacou o pé de três dedos com toda a força porém novamente sem efeito.

          Azazyel percebeu  a presença de Drake o pegou com a mão e jogou no chão.

        - Desgraçado.  Gritou de dor.

        - Ventanores inocentes, nenhum tipo de arma pode me matar, já que fui eu quem as criei.

        O demônio começou a correr em direção de onde a Adaga havia surgido. Se eu não entrasse em ação, Azazyel mataria nós três.  Então fiz algo que sem dúvida a coisa mais desesperadamente burra que já fizera em minha vida.

        - Hey tio dos palitos estou aqui, essa sua saia está muitíssimo fora de moda amiga.

        -Como ousa me insultar Ventanora?  EU O AUTOR DE SUA MORTE.

        A boa notícia: Livrei Emily da morte.

          A má notícia: Tem um demônio de mais de dois metros correndo atrás de mim.

          Meus esforços para correr foi em vão.  Corri no máximo 17 metros quando fui pega e levantada por Azazyel.

          Azazyel levantou seu troféu com orgulho e deu uma gargalhada de satisfação.  Fechei os olhos sem já sem esperança.

        O demônio gritou.

        - Aaaaaaaahh meus olhos.

        Ele me soltou e já estava feito. Azazyel começou a se dissolver em uma fumaça negra e logo eram apenas dois adolescentes deitados no chão a luz da lua. Emily saiu atrás de uma pedra.

        -Como?

         - Bem quando ele falou que não poderia ser ferido por armas passei um certo perfume nos dedos e brinquei com os olhos dele.

        -Uau. Admiti

        - Vamos voltar para o hotel, ainda da tempo de pedir uma pizza. Drake passou a mão na barriga.

        Nós pegamos nossas armas e juntos fomos ao hotel.

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⏰ Última atualização: Jan 18, 2015 ⏰

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