Capítulo 5

1.1K 82 3
                                    


POV Brunna

Estávamos sentados na lanchonete conversando sobre o que faríamos, minha mãe disse que a amiga dela tinha uma casa pra alugar e que poderíamos vê-la hoje. Então optamos por isso. Fomos até a casa de Marcia, a amiga da mamãe e ela nos levou até a casa em que estava alugando, chegando lá ficamos maravilhados, a casa era linda bem maior do que a que morávamos, era mais bonita também e provavelmente não seria barata, mas negociamos com dona ela e decidimos ficar com a casa. Ela era bem espaçosa e aconchegante.

Não conseguiríamos nos mudar hoje ainda pois já estava tarde, mas o marido de dona Marcia nos deu o número de um frete de sua confiança e amanhã mesmo nos mudaríamos pra nova casa. Eu estava feliz, como dizem a males que vem para o bem e essa mudança de ares vai me fazer bem. A nova casa ficava no bairro vizinho, mais perto do meu trabalho, porém um pouco longe do colégio de Brunno, teremos que levá-lo sempre.

Ainda não temos ideia se vamos chamar nosso pai para morar aqui, não tivemos notícias dele, confesso que isso me deixou um pouco preocupada, mas ele é bem grandinho né, sabe se cuidar. Agora vamos voltar pra casa da Ju pra podermos dormir, amanha será um longo dia. Faremos uma parte da mudança pela manhã pois amanhã eu só entro as 10 no serviço e outra parte faremos a noite, assim que eu chegar.

POV Lud

Play na música - sing of the times- Harry Styles (Não tem nada demais, só estava ouvindo ela enquanto escrevia)

Estacionei na frente da casa da minha mãe e meu coração se apertou antes mesmo de eu entrar. Passei pelo grande portão e pela porta logo em seguida adentrando a residência e vendo marcos com Yure no colo e meus olhos correram pela sala e vi minha mãe aos prantos com alguns machucados no rosto, Luane estava em pé ao seu lado fazendo alguns curativos no rosto da mais velha, reparei que seu rosto também tinha alguns machucados e um corte considerável em seu supercilio direito. Ela se mantilha forte, mas assim que seus olhos encontraram os meus as lagrimas caíram e caíram com força.

Ainda estava estática com a situação, olhei a minha volta e vi a destruição que estava aquela sala fiquei mais desesperada ainda, voltei meu olhar para minha mãe e a vi vindo em minha direção, seu rosto inchado e seus olhos marejados me disseram tudo, ele esteve aqui. O filho da puta, ele esteve aqui de novo. Naquele momento, abracei minha mãe o mais forte que consegui e fiquei naquela bolha aos prantos junto com ela por alguns longos minutos. Eu não era muito de chorar, principalmente na frente de alguém, mas aquela era a segunda vez na semana que eu chorava e eu chorava por causa dele. Eu expulsei o maldito de nossas vidas, mas ele sempre volta e deixa marcas cada vez mais profundas. Na minha cabeça se passava mil coisas, o que eu iria fazer com ele, quais atitudes tomaria... Mas a coisa que mais martelava na minha cabeça era como minha mãe ficaria depois disso. Ela sempre se mostrou forte, mas isso era demais até pra ela. Eu precisava ajudá-la de qualquer forma.

Sai do abraço dela e dei uma olhada no seu rosto, vi que ainda tinha alguns cortes então decidi levar ela e Luane ao hospital para fazer os devidos curativos, mas as duas se negaram a isso. Minha mãe disse que tomaria um banho e depois voltaria, Luane fez o mesmo, deixando eu e Marcos, que ainda estava com Yure no colo, só que agora o menor dormia com uma respiração tranquila. Levamos o mais novo pro quarto e o colocamos na cama. Voltamos pra sala e enquanto arrumávamos um pouco da bagunça Marcos quebrou o silêncio.

- Mana? – o olhei e fiz um sinal nasal para que ele prosseguisse – o que iremos fazer agora?

Eu respirei fundo antes de responder e uma lagrima solitária escapou de meus olhos

- Marcos, minha vontade agora é de matá-lo – antes de eu terminar de falar ouço a voz da matriarca atrás de mim

-Não ouse fazer isso, sei que sua raiva deve estar te consumindo agora filha, mas você não é assim, não foi assim que eu criei você e seus irmãos, honre esse sobrenome que eu te dei – ela disse tudo isso com uma calma que fez meu coração se acalmar

-Tudo bem, mãe me perdoa – disse abaixando a cabeça por vergonha do que tinha dito

- Vamos a delegacia – Marcos disse em um tom de raiva – ele precisa pagar pelo que fez mãe. A senhora não pode defendê-lo tanto assim

- Nós iremos, já pedi Luane para se arrumar. Tire umas fotos do local, Marcos. E você – disse agora olhando diretamente pra mim – fique aqui e tome conta do meu bebê – eu ia interrompê-la, mas ela foi mais rápida – isso é uma ordem Ludmilla.

Apenas acatei sua ordem, subi para o quarto do mais novo e olhando pra ele pude me ver no passado. Ele era minha cópia, no auge dos seus 11 anos era um menino muito arteiro, mas ao mesmo tempo um doce, ele era extremamente amoroso e companheiro. Eu me via nele, compartilhava dos medos e das dores que ele sentia, assim como eu, ele foi muito xingado pelo nosso pai, cresceu com tanto ódio, mas transformou tudo isso em amor e doçura. Eu o admirava tanto, sentei na beirada de sua cama e me peguei chorando novamente. O que raios está acontecendo comigo? Por que estou tão emotiva assim esses dias? Acho que esse homem está acabando comigo. Preciso me recompor urgentemente. Isso nunca mais acontecerá eu não me permito sofrer mais por esse homem, muito menos ver minha família sofrer por ele. Chega, a partir de hoje ele não me fará sofrer mais...

Com esse pensamento peguei no sono ali mesmo na cama do Yure.

POV Brunna

Acordamos cedo, levei Brunno para escola e voltei para começarmos com a mudança. Pegamos nossas coisas que estavam um pouco na casa da Ju, outro pouco na casa de Mario Jorge e levamos tudo na casa, algumas coisas nós tivemos que deixar pra trás, não dava pra levar tudo assim as pressas. Chegamos na casa nova e apenas colocamos as coisas e fomos para um banho, precisávamos trabalhar, hoje é meu primeiro dia de trabalho, não vai ser nada bom chegar atrasada. Por isso tomei um banho, peguei uma roupa no meio daquele monte de caixa e vesti, optei por uma calça jeans azul, uma blusa rosa clara e um salto creme com o cabelo preso em um coque deixando alguns fios soltos e fui pra empresa.

Chegando lá entro na caixa metálica e encontro com Larissa e uma amiga dela a Julia, ela nos apresentou e perguntou como eu estava me sentindo para meu primeiro dia de trabalho, ela disse também que a chefe ainda não havia chegado. Confesso que isso me deixou mais tranquila. Nos despedimos assim que elas chegaram no andar delas e eu fiquei naquela caixa sozinha, o frio na barriga só aumentava e logo ouvi o bipe indicando que havia chegado. Saí e dei de cara com Patrícia que já estava a minha espera. Ela me mostrou onde era minha mesa, na frente da sala da chefe, que era linda por sinal, toda de vidro tinha um sofá espaçoso, uma mesa de mogno australiano, um mini bar e uma porta que eu suponho ser o banheiro.

Patrícia me explicou que naquele andar só havia a sala da chefe, a dela, a sala de reunião a minha mesa e a mesa de sua secretária que ficava na frente de sua sala assim como a minha ficava enfrente a da minha chefe. Ela também me deu instruções do que eu deveria fazer e que qualquer dúvida era para eu perguntar para Ohana, sua secretária. Ainda não fomos apresentadas. Nesse momento aparece uma loira baixinha falando apressadamente com Patrícia

- Patty eu esqueci de pedir você pra assin... - ela para de falar e olha pra mim com um olhar DE APAIXONADA?? Gente que isso. – oh me desculpa não sabia que estava com clientes

- Ah não Ohana, essa é Brunna, a secretária de Ludmilla. Brunna essa é Ohana, minha secretária – ela diz simpática e eu estendo minha mão para ela que prontamente segura firme e sorri fraco

- Prazer, Ohana

- Prazer, Brunna

- Bom meninas, preciso trabalhar, Ohana ajude a Brunna no que ela precisar, por favor.

- Claro, Patty, com prazer – diz Ohana com um sorriso no rosto – vamos Brunninha vou te mostrar o que tem pra fazer...



Oii meninas, turu bom? Estão se cuidando? Vou tentar postar mais uma cap hoje... bjs até mais 

me apaixonei de primeira - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora