Ordens a cumprir

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Macarena sempre tratava de chegar cedo em sua casa, a mesma nunca optou por uma balada ou algum jantar em amigas sem antes avisar seu marido, oque não era necessário, pois Fábio sempre deixou claro que a mulher tinha sua vida livre, contando que não dormisse fora, estava tudo bem.

Finalmente em casa, Ferreiro trata de fechar a porta atrás de si, logo chamando por Fábio, que não a responde. A mesma sorri, e deixando sua bolsa sobre o sofá, move seus calcanhares calmamente até o segundo andar onde certamente Martínez estaria.

___ Fábio?- Um barulho abafado toma o ambiente, fazendo a loira apressar os passos. Ferreiro podia jurar que tudo fazia parte da tal surpresa que o marido havia preparado á ela, mas todos seus pensamentos se afastam quando a mesma adentra ao cômodo o qual supostamente o barulho havia saído.

[...]

___ A senhora tem certeza do que viu? - A mulher de cabelos grisalhos vestida por uma farda escura questiona, lhe olhando por cima de seus óculos.

___ Vocês já me fizeram essa pergunta. - A loira ainda em estado de choque diz.

___ E ainda lhe faram muitas vezes, te garanto. - A policial se levanta de seu assento, pedindo por um pequeno tempo a sós com a testemunha. - Bem... Ferreiro, sim?

___ Isso. - Macarena respira fundo, ainda lutando contra sua mente que insistia em voltar no momento em que viu o seu marido desacordado sobre sua cama.

___ Acha que tenha sido suicídio talvez? - Com papel e caneta em mãos, a mesma lhe questiona.

___ Oque? Não! Fábio nunca mostrou estar insatisfeito com sua vida, pelo contrário... - Seus olhos ardem, e pequenas lágrimas se formam.

___ É comum que a senhora não saiba como seu marido convivia com o interior dele, as vezes-

___ Eu conhecia meu marido, e ele era feliz! Estávamos com planos para viagens, ele me fez uma surpresa, ou... estava planejando... - Lágrimas grossas rolam pelo rosto de Macarena, impossibilitando a mesma de dar continuidade em seu depoimento.

___ Me desculpe, mas você não viu nenhum suspeito, é muito difícil para nós conseguirmos algo quando não se sabe nem a causa do ocorrido. - A mulher diz, fazendo Macarena tentar ao máximo lembrar dos mínimos detalhes daquele momento, mas nada foi encontrado.

Depois de pouco tempo, Macarena é dispensada podendo assim voltar para sua casa; a mesma não conseguia dizer nada além de se derramar em lágrimas, não era fácil para ela digerir tudo tão naturalmente, além do mais, seu marido havia acabado de ser morto, e não se sabia nada até o momento.

A mesma dirige até sua casa, a qual não ficava tão longe dali. Muitas caronas foram lhe oferecidas, mas todas negadas pela loira que afirmava estar ótima para poder tomar o volante.

Sua casa, por sua vez, estava cheia de viaturas pela frente pelo fato de não ter nenhum sinal de provas diante a cena do crime, eles teriam um grande trabalho pela frente. Os policiais tentaram a todo custo achar algo que fosse incriminar alguém da vizinhança, mas nada foi encontrado, oque deixava a cabeça de Ferreiro mais confusa a cada minuto que se passava.

Pov Zulema

___ Cheguei porra, oque foi dessa vez? - A morena fechava a porta atrás de si, se assentando diante o homem grisalho ficando a sós com o mesmo.

___ Você ama me desafiar, não é? - Ramalla permanecia com seus olhos vidrados em Zulema enquanto tragava o cigarro que havia entre seus dedos. - Te dei uma ordem. E você não a cumpriu. - A voz grave já afetada pela velhice ecoa pela pequena sala, sem causar efeitos em Zulema.

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