CAPÍTULO 7

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MATHEW ON


- Mas mãe...


- Não tem mais nem menos, Mat - Ela fala me cortando - Seu pai já disse que não, então não tem mais conversa.


- Vai ser rapidinho mamãe - Falo fazendo bico e ela roda os olhos - Por favorzinho.


- Chega Matthew! A resposta é não e assunto encerrado - Ela responde sem paciência - E você precisa dar um jeito no carro do seu pai que está com tinta.




- E como eu vou fazer isso? - Pergunto irritado - Eu nunca fiz isso antes.



- Na lavandeira tem os produtos que precisa - Ela responde tirando o celular do bolso e atendendo.


- E como eu vou saber qual é o certo? - Pergunto e minha mãe faz sinal para que eu fique em silêncio.


Rodo os olhos esperando ela terminar de falar no celular. Eu só queria sair com Jackson, não custa nada eles deixarem eu ir, faz um ano nós não nos vemos.


- Bebê, eu preciso ir para o hospital agora... - Ela fala pegando a chave do carro no balcão.


- Mas você já não foi ontem de noite?


- É uma emergência. Não quero saber de você saindo de casa, ouviu? - Rodo os olhos e concordo - Deixe o carro para lá, quando seu pai vier, ele te ajuda. Te amo, se comporte.


- Eu também te amo - Respondo e ela sai com pressa.

   Já até me acostumei com essa rotina corrida da minha mãe, na maioria das vezes, ela tem um horário para ir trabalhar, mas as vezes tem dessas de ter que ir com emergência para o hospital. Por isso, a maior parte das coisas quem faz é o Damon, já que ele sempre tem mais tempo que ela.
  

- Cadê a mamãe? - Escuto a voz da minha irmã se aproximar.



- Ela teve que ir para o hospital - Respondo sentando no sofá - Era urgente.


- Por que está com essa cara? - Ela pergunta se sentando ao meu lado.



- É a única que eu tenho - Respondo e ela roda os olhos.



- Grosso - Ela soca o meu braço de leve - É sério, Matt. Aconteceu alguma coisa?

   Como eu já mencionei antes, minha irmã e eu passamos a maior parte do tempo provocando um ao outro, ou brigando mesmo. Porém, o que eu não contei foi que, no ano passado (naquela merda de ano), eu tive vários problemas... Não gosto muito de falar sobre eles e também não sei dizer porquê de eu ter os tido, mas a Valerie passou a maior parte das crises comigo, principalmente nas primeiras, que eu fiz prometer não contar para os nossos pais. Então, quando de algum jeito ela acha que eu não estou bem, fica me enchendo a paciência até contar o que é e eu simplesmente não consigo esconder as coisas dela, talvez pelo fato dela ter feito de tudo para me ajudar.
   Nós até podemos não nos dar bem o tempo todo, mas quando o assunto é mais sério, sei que posso contar com ela.



- Não aconteceu nada. Eu juro - Respondo sorrindo - Eu só fiquei chateado.



- Pelo o que?


- Papai não quer deixar eu sair com Jackson - Falo chateado - Faz um ano praticamente que a gente não se falava e eles não querem deixar eu ir.


- Pode sair com ele outro dia - Ela responde - Pelo o que a Nath falou, ele não vai mais embora.



- Nem sabia disso... Ontem a gente só se falou pra... Você sabe - Falo e ela ri.


- O carro do papai que eu diga.


- Não sei como ele não surtou ontem e me bateu com uma vara - Falo ligando a televisão - Da última vez que mexi no carro dele...



- É, eu lembro... - Ela me cortando suspirando aliviada - Acho que ele não tem mais coragem. Papai só finge ser durão, mas tenho certeza que ele se arrependeu amargamente daquele dia.


- Tio Stefan até foi viajar - Comento - Mas não posso dizer que a gente não mereceu... Mas que foi engraçado, isso foi.


- Stefan não riu muito quando o papai tirou ele de lá - Ela fala rindo - Nunca fiquei tão aliviada de não ter ajudado vocês.


- Esperta - Falo rindo - Pelo menos agora eu já sei como o papai fica quando tá puto de verdade. Ninguém escapa.


- Não mesmo - Valerie responde  forcando a atenção ao celular.


   Enquanto ela fala com sei lá quem no celular, tendo entender o que está acontecendo no filme que estava passando na televisão, mas já peguei pela metade, ou seja, nem se eu quisesse.
    Quando eu estava quase dormindo no sofá, escuto a porta da frente abrir.


- Pai? - Minha irmã pergunta - Chegou cedo.

DAMON ON


- Sua mãe me avisou que precisou ir para o hospital - Respondo entrando em casa.

   Elena me avisou no caminho que precisaria ir para o hospital e que os dois estavam sozinhos em casa. Então, sai mais cedo do trabalho, aproveitei e liguei para o meu irmão, perguntando quando exatamente ele voltaria.
   Passamos uma vida inteira sobrenatural juntos, mas diferente de mim, Stefan não quis a cura de jeito nenhum. Não o insisti, afinal, é uma escolha dele não querer, mas como de costume, Stefan continua morando comigo. Ele pode até não ter mais dezoito anos, mas aparenta ter e aqui na cidade, ele é menor de idade e precisa de um responsável.
   Quando Elena e eu tivemos as crianças, meu irmão só vinha visitar, não podia ficar muito tempo em um lugar sem que as pessoas percebessem que ele não envelhece. Porém, ano passado, Stef decidiu voltar para a cidade, voltar para a nossa casa, o que para o azar do meu irmãozinho, significa andar na linha.
    Não que Stefan seja um completo desastre, longe disso, mas as crianças são humanas e não quero elas envolvidas com esse mundo, da qual Elena e eu saímos.

  - Eu vou pedir o almoço hoje - Falo me sentando ao lado da minha filha.



- Sabe que a mamãe vai ficar brava, né? - Matt fala sem tirar os olhos da televisão.



- Ela vai entender, campeão - Respondo - Preciso pegar o Stefan do aeroporto.


- Hoje? Mas não era só na quinta? - Matt fala finalmente olhando para mim.



- Parece que o meu querido irmão resolveu apressar as coisas.


- Posso ir junto? - Meu filho pede rapidamente - Por favorrr


- Eu também quero ir - Valerie fala deitando no meu ombro.



- Podem, mas primeiro deixa eu pedir o almoço de vocês - Falo pegando o celular do bolso - Ou sua mãe me mata.











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