#8 i fell for your magic

458 78 61
                                    

Existem vários motivos pelos quais podemos sentir arrepio. Medo, frio, suspense, nervosismo, paixão e uma infinidade de outras coisas.

Eu não sei ao certo a razão do arrepio que estou sentindo agora, mas eu juro que meus pelinhos nunca se eriçaram com tanta intensidade como nesse momento.

Talvez seja por causa do ar condicionado do auditório que parece estar ligado no -10°C, pelo nervosismo por ter que atuar na frente de todos no ensaio ou porque Park Jimin não para de me encarar desde o momento em que me sentei nessa cadeira.

Eu voto na última opção.

Depois do dia em que eu resolvi encenar um dorama e sair correndo na chuva atrás do ruivo, ele tem evitado falar comigo. Eu, como um bom ansioso, fiquei dando replay em tudo o que aconteceu naquele dia depois que eu o encontrei com os olhos vermelhos de tanto chorar enquanto andava sozinho pelas ruas de Sacramento.

Eu fiquei no mínimo uns dez minutos o abraçando e tentando formular alguma coisa reconfortante para dizer a ele, mas no fim, acabei não falando nada. Ele se afastou para me olhar, ainda com aqueles olhinhos azuis tristes e se desculpou por algum motivo que nem eu mesmo sei, e também não fiz questão de perguntar. Nós continuamos andando lado a lado embaixo da chuva, que aos poucos foi diminuindo e nos colocando em um silencio ensurdecedor.

Eu estava tão preocupado com Jimin (na verdade, ainda estou) que meu coração pulava fora do meu peito a cada batida e a cada movimento diferente do ruivo. Quem tem transtorno de ansiedade sabe do que eu estou falando. É estranho porque eu não sabia e até agora não sei o porquê de ele estar chorando tanto, mas consegui sentir a tristeza e angústia como se seus sentimentos fossem meus também.

Nós caminhamos até a frente da residência onde moro e ele foi rápido em se despedir e sair andando, mas é obvio que eu acabei o acompanhando pelo resto do caminho até sua casa. Fala sério, eu não andei por uma hora na chuva pra simplesmente deixá-lo assim.

Com isso, acabei descobrindo que sua casa é mais perto do que eu imaginava, a primeira da rua do parque. É uma construção humilde, pequena e muito bonitinha, e tenho certeza que chama a atenção de todos que passam por ali, devido a cor amarelo vibrante e das flores que preenchem a fachada da construção.

Nos despedimos com um abraço meio desajeitado e fiquei o observando entrar, vendo uma mulher, que deduzi ser sua mãe, na janela acenando para mim. Depois disso, apenas andei o caminho de volta para minha casa e levei uma puta bronca de Seokjin por ter demorado tanto. Eu até fiquei lisonjeado por ver meu irmão preocupado comigo, mas não tive tempo de expressar porque eu estava todo encharcado e fui direto tomar banho.

Óbvio que antes de dormir eu fiquei pensando em todas as possibilidades que podem ter levado o Park sair por aí chorando, mas a falta de conhecimento que tenho sobre ele apenas me deixou no escuro, sem nenhuma resposta.

E agora, quatro dias após o acontecido, aqui estou eu, sentado em uma das cadeiras que estão colocadas encima do palco junto a no mínimo umas 20 pessoas, entre elas, Park Jimin, que não para de me encarar.

— Jun? Tudo bem? — A professora pergunta me fazendo acordar do quase-transe.

— Sim, senhora. — Gaguejo um pouco ao falar.

De vez em quando acontece de eu me desligar do mundo ao redor pra focar em algo específico, e as pessoas me acham um tanto anormal por isso. Mas qual é, que culpa eu tenho se o menino mais bonito que já pisou na terra não para de me encarar?

— Ah sim, é que parece que você deu uma viajada aí... — Folheia os papéis em sua mão para ler algo. — Então, como eu havia falado, você vai fazer grupo com Jung Hoseok, Kim Yeri e Park Jimin, ok?

Sobre Amores e Constelações | pjm+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora