#17 mine

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Los Angeles foi a melhor e pior viagem da minha vida. A essas alturas você já deve saber os motivos, pelo menos alguns deles, mas eu estou aqui para explicar, detalhadamente, o porquê dessa divergência entre melhor e pior.

Uma coisa que eu sempre trago a tona na minha mente é o quão perto os opostos podem estar. Odiar e amar, por exemplo, apesar de serem opostos, também são quase a mesma coisa. Ambos são sentimentos fortes que trazem a tona uma série de emoções, situações e pensamentos poderosos, mesmo que sejam tão diferentes um do outro. Outra coisa que é sempre bom deixar bem claro é que é possível sim amar e odiar ao mesmo tempo, principalmente pessoas.

Por isso posso dizer que eu odeio a minha mãe.

Eu sei que parece doideira pensar que existem pessoas que odeiam a própria família, a própria mãe como é o meu caso, mas infelizmente essa é a realidade.

Nosso relacionamento nunca foi dos melhores; Nos damos muito bem em alguns momentos, mas tudo o que ela já fez e ainda faz de ruim não pode ser simplesmente anulado pelas boas memórias. Drogas, tráficos, relacionamentos abusivos, overdoses... Eu nunca vou ser capaz de esquecer nada disso. 

- Mãe, o que ta acontecendo? - eu perguntei, assustado. Era madrugada quando ela apareceu na frente da casa da festa onde eu estava. Uma ligação dizendo que eu precisava vir para o portão foi o suficiente para me fazer gelar.

- Eu já disse, Jimin. - Apertou o volante com as duas mãos, claramente enfurecida. - O seu vô morreu.

- Mas como!? Aliás, como você tem coragem de simplesmente rastrear o meu celular, vir até mim e esfregar uma informação dessas na minha cara? Só pode ser brincadeira!

Eu já imaginava o que tinha acontecido. Meu avô tinha uma herança, não muito grande, mas tinha. Ele já estava chegando aos 90 anos de idade e minha mãe sempre comentava por aí o quão feliz ela ficaria quando ele morresse e deixasse todo o dinheiro para ela, comentava inclusive para John, seu namorado estúpido que sempre deixou claro seu ódio pelo sogro. O negócio de drogas deles estava quebrado, eu sabia disso. Sabia porque, pelo menos uma vez por mês, um homem batia na porta da nossa casa perguntando a respeito da grana da farinha.

Farinha era cocaína, caso você não saiba.

Foi muito fácil juntar as peças e descobrir que foram os dois os responsáveis pela morte do meu avô. 

- Cala a boca, menino. - esbravejou com os olhos cravados na estrada. Ela parecia nervosa, muito nervosa. - Você vai entender quando chegar, então me faça o favor de calar a boca.

Meu estômago se embrulhou pela segunda vez no dia, e o motivo não era só o álcool que eu havia ingerido anteriormente na festa. Eu realmente quis vomitar, quis gritar, quis me jogar do carro e correr de volta para onde eu estava minutos atrás.

Correr de volta para Jungkook.

Naquelas alturas ele já deveria estar bravo como nunca, magoado comigo e me odiando com todo o seu coração por causa da cena que ele assistiu momentos antes depois de termos nossa primeira vez juntos. Ah, e se por algum acaso você ainda tenha dúvidas a respeito do que aconteceu naquele noite, naquele momento em específico, eu vou deixar bem claro para que você possa entender.

O Lucas me beijou a força.

Eu fui sim ao banheiro conforme eu havia dito a Jungkook que faria, mas assim que cheguei no comodo, ele já estava lá. Sorriu sínico para mim quando me viu, tentou pegar na minha mãe e até mesmo mexer no meu cabelo, mas eu não deixei.

- Me deixa em paz, Lucas! - afastei sua mão gelada de mim.

- Por que eu deveria?

- Porque eu já disse que não quero você perto de mim! - explodi. - Eu estou feliz com alguém, muito feliz, e esse alguém não é você.

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⏰ Última atualização: Feb 07, 2023 ⏰

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