Capítulo 1: Me sinto apagada.

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Olá eu sou Fernanda, sou bolsista de uma escola onde só tem várias pessoas ricas e com condições melhores que a minha, eu estou mais sozinha, me dizem que eu sou muito pobre para ser como as outras garotas, com roupas caras, maquiagens impecáveis, bolsas super caras e cada uma tem um celular. Eu sei que para muitos pode parecer besteira, todavia o principal motivo de me excluírem tanto é porque eu não tenho celular, não tenho redes sociais, sou totalmente desatualizada de todo esse mundo digital, por este motivo que sou mais afastada, digo isso porque outra garota da minha sala é bolsista e pobre, mas a tia dela comprou pra ela um celular e todos a tratam bem, é incrível como a idiotice humana pode ser elevada por coisas tão fúteis.

Ela puxou meu braço e disse assim para mim: "Vamos lanchar nos bancos ali." Mas eu não entendi porque essas garotas ricas iriam se aproximar de mim, é famosa frase clássica de "Faz o meu dever de casa, se não..." é simplesmente insuportável. Eu detesto fazer atividades para outras pessoas, se são tão melhores do que eu por condições financeiras, por que me pedem para realizar as atividades deles? Se eu fosse da mesma condição financeira que eles, eu me esforçaria para estudar, não ficaria encolhida pedindo para bolsistas fazerem minhas atividades.

Elas insistiram e disseram pra mim:

"Ei vamos nos sentar ali? Tirar uma fotos para postar nas redes sociais, vamos ir na praça mais tarde tomar um sorvete? Troque de roupa, coloque itens femininos, um batom rosa, uma máscara de cílios... "

Não eu não quero amizades falsas, não, que só pensam no que eu tenho a oferecer, quero amigos de verdade, os que eu posso contar piadas em um fim de semana, os que eu posso brincar, jogar, orar, viajar e sobretudo contar com eles em momentos de turbulências.

Do que adianta tentar ser conhecido, se é conhecido como uma cópia e não com sua própria identidade? Estamos tão acostumados a tentar adequar as coisas dos outros em nossa vida cotidiana que esquecemos de quem realmente somos.

Elas repetiram:

Tá vai, deixa de ser chata vamos s junte a nós, podemos escolher os garotos que queremos namorar, as pessoas as quais iremos usar..."

Aos meus olhos parece até que estou dentro de um filme, quando será que as pessoas irão acordar um dia?

Eu espero que mudem sim, pelo menos algumas pessoas, querido caderno de anotações.

Crônicas da Nanda - Andreanne FranciscaOnde histórias criam vida. Descubra agora