I.I - the miracle of life

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A morena abraçava forte a cintura da namorada sentada em seu colo enquanto sentia o cheiro de seus cabelos recém pintados de laranja.

Ela tentava ouvir a outra comentar animada sobre o filme que assistiam, mas sua atenção estava concentrada demais no quanto seus corpos se encaixavam perfeitamente.

- Gyul, você está ao menos me ouvindo?

- Estar eu estou, mas eu preferia estar fazendo outra coisa. - Ela começou a distribuir alguns beijos na nuca da mais velha vendo seus pelinhos se arrepiarem.

- Isso é a única coisa que você pensa?

- Quando você está sentada no meu colo usando apenas minha blusa sim, é tudo o que penso.

A ruiva se virou ficando de frente com a namorada beijando seus lábios em um selinho carinhoso.

- Eu bem queria, mas você sabe que eu não posso dormir aqui hoje.

- Eu sei, eu sei, só beijos então? - Perguntou com um biquinho nos lábios fazendo a outra sorrir e beijar novamente sua boca.

As duas ficaram trocando entre selinhos e beijos leves por um bom tempo apenas aproveitando que o que podiam uma da outra quando sentiram um peso no sofá ao lado delas.

- Yah, Jisun perdeu o juízo, eu não te dei a chave reserva para entrar aqui de fininho. - Gyuri tirou a namorada de seu colo, que já estava com as bochechas vermelhas de vergonha, e encarou a menina que estava encarando a parede com choque no olhar.

- Desculpa Gyul, Hanyang, mas eu não sabia mais para onde ir. Fudeu e fudeu pesado. - Era estranho ver Jisun falar palavrões então naquele momento elas perceberam a gravidade do problema.

- O que aconteceu?

- Lembram da minha irmãzinha? Nakyung? Então, ela está grávida.

O silêncio permaneceu na sala por um segundo e os olhos de Jisun começaram a lacrimejar.

- Nakyung não tem uns 15 ou 16 anos? Como isso foi acontecer? - Gyuri era a melhor amiga de Jisun desde o ensino médio e por isso viu sua irmã crescer e nutria um carinho imenso por ela. A ver nessa situação era realmente chocante para qualquer um.

- 15 e como você acha? Um idiota fez algo com ela que ela nunca quis e agora ela que está tendo que sofrer com isso.

- Seus pais sabem?

- Eu conheço meus pais, eles provavelmente vão dizer que ela pediu por isso e nunca vão deixar ela abortar porque consideram isso "imoral" e "assassinato". - A esse ponto a menina já estava chorando todas as lágrimas que segurou para não chorar quando confortava a irmã.

Gyuri abraçou a amiga forte e com apenas um olhar Hayoung entendeu a mensagem e foi para a cozinha fazer um chá para acalmar a mais nova.

- Vamos pensar racionalmente agora, ela é uma criança e não tem corpo para parir um bebê, muito menos maturidade para criar.

- Eu sei disso, eu queria que ela abortasse, eu queria botar o desgraçado na cadeia, mas querendo ou não eu não sou sua responsável legal e até conseguir esse título ela já pariu.

- Tudo bem, tudo bem. Quer dormir aqui? Pode chamar Nakyung também, eu durmo no sofá. - Gyuri ofereceu a amiga enquanto Hayoung voltava para a sala entregando a bebida a outra que agradecia silenciosamente.

- Não, não precisa eu não quero atrapalhar mais a noite de vocês.

- Você nunca vai estar atrapalhando, além do mais eu não posso dormir aqui hoje mesmo porque tenho trabalho cedo amanhã.

- Tem certeza unnie?

- Tenho, minha porta está sempre aberta para você.

Jisun sabia que não conseguiria dormir sem a irmã hoje, mas também não poderia ficar em casa tranquila com a pressão de ter que contar para os pais sobre ela.

Com uma ligação Nakyung já arrumava a bolsa dela para dormir fora e sua mochila escolar.

- Vai a algum lugar? - O pai da menina apareceu na porta com uma expressão irritada no rosto.

- Eu vou dormir na casa da Jisun unnie hoje e sim, ela disse que ne levaria na escola pela manhã, não se preocupe.

- Sabe que eu não gosto de você e sua irmã planejando coisas pelas minhas costas.

- Eu estava indo te contar, desculpa pai.

- Tudo bem meu amor, durma bem, coma coisas saudáveis e me mande uma mensagem quando estiver na escola. - Ele chegou mais perto beijando a testa da filha suavemente e voltou para porta, mas antes parou olhando novamente a menina. - Aquela menina a tal de Gyuri não vai estar lá não é?

- Não, apenas eu e Jisun. - Ela odiava mentir para os pais, mas sabia que era melhor do que os enfrentar.

- Tudo bem, só não quero ela te corrompendo, você entende.

- Sim, entendo. - Não, ela não entendia, Gyuri foi sempre uma irmã mais velha para ela, mas suas habilidades de atuação só melhoravam cada vez que concordava.

Dessa vez o homem realmente saiu a deixando sozinha, mas ela logo recebeu uma mensagem da irmã dizendo que estava a esperando na frente da casa.

Com as uma bolsa na mão e mochila nas costas ela saiu de casa se despedindo dos pais e entrando no carro.

- Oi de novo unnie.

- Está melhor depois de dormir a tarde toda Nakko?

- Eu queria poder dizer que sim. - Sentiu a mais velha segurando sua mão e apertando forte. - A Gyuri unnie sabe?

- Sim, me desculpa, eu precisava de um conselho extra no assunto.

- Tudo bem, eu acho até melhor, não quero ter que repetir a história para alguém.

Apenas concordando com a cabeça ela acelerou o carro dirigindo até a casa da melhor amiga.

~♡~

Já era madrugada, mas a mente de Jisun estava enlouquecendo com pensamentos, ela podia culpar a ansiedade ou nervosismo, mas ela culpava o fato de ser racional demais e sempre tentar pensar em todas as possibilidades possíveis para um problema.

- Está acordada ainda? - Gyuri parou de seu lado enchendo um copo com água para beber.

- Sim, não consigo dormir e você?

- Eu não tenho sono tranquilo a um tempo, sempre fico me revirando na cama e acordando. - Ela se sentou na bancada e bateu com a mão na bancada sinalizando para a amiga se sentar lá, o que a outra obedeceu. - Mas e aí, já sabe o que fazer.

- Nakyung vai ter que ter o bebê, não há outro jeito, se eu tentar a levar para abortar eu vou precisar da permissão de seus pais, coisa que eu não vou ter, caso eu tenta algo clandestino ou criminoso ela pode acabar se machucando ou mesmo morrendo e isso é a última coisa que eu quero.

- Okay e depois que ela der a luz, vai entregar para adoção? Ou vai atrás do pai? Sabe ao menos quem é ele?

- Não, nunca vou entregar uma criança a um adolescente estuprador imaturo, e adoção também não, não quero mais uma criança passando pelo que eu passei, isso que eu tive sorte que fui adotada no final.

- Entendo, mas então o que vai fazer?

Com um suspiro ela encarou a porta do quarto onde a irmã dormia pacificamente.

- Eu vou criar a criança.

Unconditional love ;; fromis 9 - gyulsunOnde histórias criam vida. Descubra agora