Capítulo Um-Os mesmos velhos sentimentos

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Ponto de vista da Luz 


"Luz, acorde garota!" A voz da minha mãe interrompeu meu sonho, tirando-me do pior dos meus pesadelos. Normalmente eu fico aqui por alguns minutos, mas hoje foi um daqueles dias em que eu queria levantar antes de cai em outro sono horrível


"Já vou, mãe!" Gritei escada abaixo antes de correr para o meu armário, puxando roupas aleatórias e quase as jogando no meu corpo. Eu tropecei nos sapatos que estavam espalhados por todo o chão bagunçado. Eu realmente preciso limpar meu quarto, mas não agora



"Ei, você se levantou rapidamente, algo errado? Você tá com aquele olhar de 'como se você tivesse visto um fantasma' no rosto." Minha mãe, Eda, colocou duas panquecas no meu prato e olhou para mim, analisando cada movimento meu. Ela se preocupa muito comigo, sabendo que tenho pesadelos quase todas as noites e valentões que me empurram todos os dias. Eu costumava ser otimista sobre tudo, mesmo quando as pessoas riam de mim, mesmo quando a vida me pressionava muito. Agora tudo está diferente. Minha mãe verdadeira morreu quando eu tinha 14 anos e Eda me adotou, mas ela tem sido basicamente minha mãe o tempo todo. Ainda assim não ajuda a dor que sinto quase todos os dias por perder meus pais



"Estou bem, mãe, apenas mais um pesadelo" Enfiei meu garfo na panqueca e comi um pedaço, "os mesmos de sempre" Ela olhou para mim com simpatia misturada com preocupação. Eu nunca poderia olhar para ela quando ela tinha aquela expressão, me machuca mais do que qualquer coisa. Odeio quando as pessoas se preocupam comigo, posso cuidar de mim mesma, estou bem



Sentei-me em silêncio enquanto terminava minhas duas panquecas e engolia meu leite rapidamente. Afastando-me da mesa, peguei minha mochila e corri porta afora. O ônibus geralmente chega dois minutos mais cedo para me pegar. Já pensei em tirar minha carteira de motorista para ir de carro até a escola, mas minha motivação para isso está faltando muito. Eu penteei meu cabelo curto para ter certeza de que não parecia que eu rolei para fora da cama, mesmo que eu tenha feito isso 



Quando vi o ônibus chegando perto de mim, peguei as alças da minha mochila e subi os degraus e entrei no ônibus. As pessoas me olhavam com ódio ou nojo, é assim que todos olham para mim. Eu ignorei seus olhares e sentei onde normalmente fico, sozinha na frente, ao lado da motorista. Com minha cabeça baixa, meus olhos ficaram grudados nos detalhes do chão, mesmo que seja apenas preto. A motorista é a única pessoa que gosta de mim nesse ônibus, ela fala que um dia eu deveria tentar sentar ao lado de alguém e ver o que acontece. Esse pensamento é absolutamente assustador. Eu nem sei porque as pessoas me odeiam tanto, alguns dizem que é porque sou esquisita, outros dizem que é porque não valho nada. Eu faço o meu melhor para afastar os comentários negativos, mas é difícil.


Eu podia sentir os olhares de todos queimando na parte de trás da minha cabeça. Meu coração disparou e eu queria muito sair correndo desse ônibus e voltar para casa, mas sabia que não poderia fazer isso. Minhas mãos estavam segurando minhas pernas enquanto meu corpo começou a tremer. A ansiedade borbulhava dentro do meu peito e as lágrimas ameaçavam cair, mas empurrei tudo para longe e puxei meu telefone para procurar freneticamente por uma distração. Meu telefone iluminou com a hora, apenas mais três minutos até estarmos na escola. Só terei que aguentar por mais três minutos


Pareceu uma eternidade antes que o ônibus finalmente parasse em frente à escola. Eu pulei da minha cadeira. As pessoas passaram por mim para entrar no prédio, meu corpo estava congelado a apenas um metro da entrada. Isso acontece quase todos os dias.
Eu queria mais do que tudo ser quem eu costumava ser. Meu eu feliz e otimista virou uma ansiosa e com medo de tudo e de todos. Não sei exatamente o que mudou, mas tudo começou com a morte da minha mãe e, a partir de então, tudo meio que ... desmoronou

Recklessly-TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora