♡Carta II♡

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Manhattan, 02 de Fevereiro de 1950

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Manhattan, 02 de Fevereiro de 1950

Romeu,

Sei que sentes, ainda que distante, o meu coração vibrar eufórico de saudades. Hoje senti uma estranha necessidade de confabular contigo, contar-te sobre as estórias que teço com a minha imaginação, que por vezes me prega peças, todavia, que anseia em criar universos em que poderíamos ter dado certo. Sim, é bem melancólico pensar que tu poderias estar comigo em uma dessas estórias, que não é só mais um devaneio ou uma quimera de uma imaginação fértil.

Lembra-ti, dos passeios ao bosque, das caminhadas nas trilhas e das vezes que nos amamos ante o luar? Queria pelo menos um minuto ser capaz de não te ter no mais profundo do meu ser, enraizado na minha alma e entranhado na minha pele. Teu gosto, teus gostos e seu rosto, coexistem em tudo.

Admito não esforçar-me para lhe esquecer, tampouco, como poderia?

O meu lamento é pressupor que ei de viver longos anos longe de ti. Longe das tuas carícias, do teu afago e carinho constante. E ouso dizer, que talvez, o nosso tempo tenha findado e me sobra crer que na contígua vida ei de deleitar-me em seus beijos e que esse sentimento, enfim, possa ser concebido dentro de uma realidade nua e crua, longe de tudo que nessa vida nos impediu de viver.

Da sua inconformada Julieta.

Cartas para RomeuOnde histórias criam vida. Descubra agora