♡ Carta III ♡

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Manhattan, 20 de março de 1950.

Olá, meu querido

Venho através desta, proferir, confesso que com um pouco de angústia, meus reais sentimentos por ti. Deveras sei que tudo findou, contudo, como esquecê-lo se o meu peito arde de amor? A saudade chega me sufocar e as gotas da chuva
pesam ao tocar minha pele. Anseio poder sentir outra vez, a graça que o seu amor me trazia. O som da chuva ao cair no chão, me remete à outrora. Naquele doce veraneio, deitados na sacada de uma pequena cabana, amávamos como dois loucos ensandecidos na penumbra da noite.

Entro na garoa, pois emergiu em mim uma estranha necessidade de senti-la, espairecer e lavar a alma. Porque a natureza habita dentro de nós, e o seu toque revela aquilo que somos e o que sentimos, e aqui, agora, eu te sinto. Nossa afeição está encoberta nesse manto negro que cobre o céu. Sinto que posso à qualquer momento, perder-me e afogar-me nesse elo de amor que nasceu em meio a dor da partida.

Profundo, obscuro e intenso. O amor seria isso tudo, ou é só o vazio que ficou posterior à sua partida? Ainda que a vontade de gritar seja mais forte, me calo. Converso com a chuva, com as estrelas, com a lua em pequenos devaneios sobre tu. Teço memórias, crio estórias e reinvento um sentimento que talvez exista somente aqui dentro do meu peito. Ele tá vivo, latente e me corroendo aos poucos. Creio eu, que amar nem sempre significa não sentir dor, porque o amor machuca, ou seria, o excesso dele? Não sei, porque continuo à questionar seus reais sentimentos por mim, tentando encontrar algo que explique o porquê tu existe em cada passo meu, no meu jeito de ser e de agir. Tu, onde quer que esteja, pode pensar que não, mas continua influenciando minha vida.

Estamos sobre a mesma terra, sob o mesmo céu e sob os mesmos astros, não obstante, distantes um do outro. Ligados somente por esta conexão invisível chamada amor, que queima aqui no meu âmago, que estremece meu corpo e eriça meus pêlos só de lembrar do seu toque. Penso que não tivemos um epílogo, não dissemos adeus. Fico remoendo minhas memórias, nossos laços que se estreitaram e nada mais me passa ou me faz entender o porquê acabou e os sentimentos, não. Te amar dói.

Com muito pesar, Julieta.

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⏰ Última atualização: Jul 14, 2022 ⏰

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