Wildflower (Daniel Ricciardo)

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Eu o olhava sentada em frente ao computador, com os dados para o treino classificatório expostos na tela, implorando minha atenção - mas quem a tinha era Daniel. O piloto arrumava seu macacão ao lado do seu carro, enquanto os mecânicos faziam a última checagem para ter certeza que tudo estava onde deveria estar, e eu estava ali com a equipe da estratégia, pensando - ou tentando pensar - em um plano C, caso nossos planos A e B falhassem. Eu estava no segundo ano de estágio na Renault F1 Team, e muito feliz por terem me selecionado para o setor de estratégias. Durante esses dois anos tive as experiências mais maravilhosas que já vivi, mas com certeza a melhor delas tinha um sabor australiano inesquecível.

Levantei e caminhei em direção à Daniel, que se preparava para entrar no carro. Todos já estavam acostumados, geralmente eu era a responsável por checar o rádio do mesmo e passar as informações iniciais sobre os planos dos treinos - e eu amava essa função, já que ouvir a voz do garoto no meu ouvido me animava instantaneamente, não importa o quão rápido fosse.

- Pronto para sair? -Perguntei, ligando o fone para me comunicar com ele, enquanto o mesmo entrava no carro.

- Eu sempre estou. - Riu, falando convencido. Típico Daniel.

- Ótimo. Se você não cumprir a expectativa de qualificação, não vai ganhar o que te prometi.

- Aguarde e me veja pegar P4 com esse motorzinho. - Daniel disse, recebendo um olhar mortal de Cyril, que nos ouvia no rádio.

E assim, parte com o carro para o Q1. Eu só esperava que ele realmente conseguisse P4 - apesar de que eu não deveria querer cumprir o que prometi.

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Sentada no meu quarto de hotel, suspirei quando ouvi batidas na minha porta. Eu já sabia quem era - parece que eu o ouvia chamando pelo meu nome a todo momento, vindo me assombrar a todo segundo, mesmo eu tentando me segurar para não me apaixonar. Era impossível. Eu já estava totalmente rendida.

- Você não estava onde devia estar quando cheguei no meu quarto. - Disse Daniel assim que abri a porta.

- Eu sei. Daniel, você não podia sinceramente esperar que eu estivesse no seu quarto. Nós não podemos fazer isso, você sabe. - Respondi, tentando parecer firme, mas torcendo para o moreno não concordar com o que saiu da minha boca.

- Eu sei, mas não ligo. Não me interessa o que podemos ou não podemos fazer, Mônica. Relaxa. Ninguém precisa saber. - Falou ele enquanto fechava a porta com uma mão, já passando o outro braço ao redor da minha cintura.

- Daniel, isso não vai funcionar. Eu não consigo viver em segredo, não consigo disfarçar a minha vontade de revirar os olhos a cada festa que vamos com a equipe e todas as mulheres do local ficam em cima de você, ou quando quero simplesmente sair como um casal normal e eu não posso, porque não somos um casal normal.

- Mas somos um casal, meu amor. E é isso que importa. 

Senti seus lábios no meu pescoço, e nesse momento já não tinha mais argumentos para me defender. Como eu odiava Daniel Ricciardo.

- Além do mais, - se afastou do meu pescoço para olhar nos meus olhos - Não importa quantas mulheres venham tentar algo comigo. Você é a única que faz eu me sentir assim.

Suspirei, rindo de leve.
- Garanto que você fala isso para todas.

Daniel abriu um de seus sorrisos maravilhosos, rindo.
- Mô, você está na minha cabeça 24 horas por dia. Não tenho tempo para outras. Além do mais, não adianta bancar a durona, eu sei que você gosta disso. Gosta do perigo que é me ter escondido de todos. Não vai me dizer que nunca teve uma fantasia como essa que vivemos hoje?

- Eu te odeio, Ricciardo. Você se acha muito. - Eu ri, não conseguindo evitar. Passei os meus braços por trás do pescoço dele, fazendo um carinho de leve em sua nuca. - Mas sim. Apesar de tudo, eu gosto disso. Gosto de olhar pra você na garagem, e enquanto todos acham que são olhares profissionais, eu sei que tem muito mais do que somente isso. Gosto que apenas eu e você sabemos o que acontece entre nós todas as noites.

Daniel sorriu, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, ainda me abraçando pela cintura.
- Você é minha fantasia preferida. E agora, precisa me dar o que prometeu. Já esqueceu que largo na quarta posição amanhã?

E quando eu senti os lábios do garoto que tanto me tirava do sério junto aos meus, eu sabia que não tinha mais volta. Ele era a minha música romântica mais fatal - e eu amava poder ouvir a mesma diariamente, não importa que fosse em segredo.

Lover Stories (F1 Edition)Onde histórias criam vida. Descubra agora