Lover Stories (F1 Edition)

London Boy | Parte II (Lando Norris)

Gracie batia sua terceira ou quarta caneca de cerveja no balcão do pub da sua rua quando sua tela do celular acendeu.

Sem muita vontade, olhou a notificação do app de ícone azul que aparecia sempre, mesmo que ela não entrasse e nem quisesse ver nada que era postado lá dentro.

"BREAKING: McLaren conquista seu primeiro pódio na temporada com Lando Norris em 3º Lugar"

- Uau. – Suspirou ela. – Foda-se.

Após aquele almoço no mínimo estranho – mas muito divertido, ela temia admitir, - Gracie não havia mais visto o piloto. Aquele tinha sido seu último fim de semana em casa antes de um longo período de corridas ininterruptas durante os domingos, e tudo que ele pode fazer para manter contato foi pedir o Instagram da garota e manter pequenas interações com ela na rede social.

"- Aqui, Norris. Mas só fale comigo se for sobre Charles Leclerc.

Lando riu, guardando seu celular de volta no bolso após a garota passar seu Instagram para ele.

- Às suas ordens, Miss Americana."

- Mais uma, Joe. – Pediu Gracie, se referindo ao seu copo vazio.

Ela sabia que estava indo muito além do que devia. Por Deus, ela deveria ter parado na segunda caneca – mas a experiência londrina estava deixando-a desesperada por uma (ou muitas) cervejas.

Gracie precisava admitir: suas expectativas na capital eram muito diferentes do que vinha acontecendo na realidade. Seu custo de vida se tornou muito mais alto, seus bicos de fim de semana não eram o suficiente para ela se sustentar, e ela não aguentava mais depender de dinheiro do seus pais para se manter na cidade. Fazia 2 meses que ela havia se mudado e seu apartamento não estava nem 10% organizado com suas coisas, e seus estudos começaram num ritmo mais rápido que Max Verstappen. Os trabalhos semanais estavam a deixando doida, e o pior de tudo isso era não ter com quem compartilhar nada que acontecia na sua rotina.

Suas amizades que ficaram nos Estados Unidos – que já eram escassas lá – viviam num horário totalmente diferente do dela. E com sua vinda para a Inglaterra, as conversas acabaram diminuindo, as novidades foram se acabando, e Gracie se via completamente sozinha num local cheio de pessoas que falavam como se tivessem um ovo entalado na boca.

Pelo amor de Deus, como era difícil entender o sotaque desses britânicos.

Assim que Joe, o bartender que a garota havia conhecido naquela noite mesmo, deixou sua quarta ou quinta caneca de cerveja em sua frente, direcionou um olhar de repreensão para ela.

- Fechamos a noite, americana. Melhor você parar por aí, não quero vômitos no meu banheiro.

Gracie fez uma careta, virando todo seu caneco de uma vez só, jogando o dinheiro no balcão e se levantando do banco.

- Então tchau para você, seu inglês arrogante.

Quando sentiu o ar da rua, ela se deu conta de que o clima estava muito mais frio do que quando chegou no bar. O inverno se aproximava, e com isso o movimento nas ruas também se tornava menos denso – aparentemente o frio ainda fazia com que as pessoas não quisessem andar na rua por aqui, o que aumentava ainda mais seu sentimento de solidão.

- Maldito inverno.

No curto caminho até seu apartamento, Gracie tentava entender o motivo de ser alguém tão difícil de se ter um amigo. Provavelmente seu temperamento difícil era a principal causa, junto com a falta de paciência, além das suas expressões nada simpáticas para desconhecidos e muitos outros pontos que faziam a garota afastar as pessoas de sua volta. E isso nunca a incomodou. Até agora.