capítulo 7 - Cinderela

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O frio percorria seu corpo lhe causando arrepios. Abriu os olhos piscando algumas vezes, seu corpo estava dolorido, certamente estava em uma posição desconfortável. Ergueu a cabeça e se deu conta de como havia dormido. Passou horas conversando ao lado de Sasuke, e em algum momento entre choros e desabafos, acabaram adormecendo e ela estava em uma posição totalmente desconfortável, dividindo uma cama de solteiro com o Uchiha. Ergueu o corpo lentamente para não acordá-lo. Seu rosto ainda estava avermelhado e os olhos levemente inchados, devido ao choro copioso.

Passou a mão no rosto para despertar. Olhou para o lado de fora, e estava totalmente escuro e uma brisa fria atravessava a entrada da tenda. Deveria ser madrugada. Correu os olhos pelo recinto e constatou que havia deixado suas armas espalhadas pelo chão ao redor da cama. Um perigo eminente se alguém resolvesse entrar ou até mesmo se Sasuke posse um pé para fora da cama. Levantou, esticou o corpo dolorido e praguejou baixinho.

- você me paga por essas dores nas costas, Uchiha. – o encara novamente e um sorriso triste brota em seus lábios. Depois daquela noite, jamais veria Sasuke Uchiha com os mesmos olhos.

Volta sua atenção para o chão do local onde estava, mira os locais certos para pisar e não machucar os pés. Começa a catar e guardar suas armas, até que uma em especial lhe chama atenção. Havia deixado uma kunai separada das outras, com sua lamina coberta por um coldre de couro, e logo lembrou-se do porque.

Aquela kunai em específico foi um presente de Sakura, continha veneno em sua lâmina, não era um veneno muito letal, porém paralisava o oponente por algumas horas. Foi o mesmo que usou em Sasuke e agora estavam naquela situação. Olhou mais atentamente o objeto em sua mão e viu uma pequena marcação na base da lâmina, estreitou mais os olhos tentando identificar na penumbra o que seria. Uma flor? Encarou curiosa, a imagem lhe era familiar, e como um estalo a ideia lhe surgiu.

Caminhou rapidamente até sua mochila e retirou de lá a flor de papoula que Kenobi havia lhe entregado mais cedo. Comparou o formato da flor com a insígnia gravada na arma. Era a mesma. Mas porque a Sakura gravaria uma papoula aqui... a não ser que... e foi então que tudo se encaixou. Tenten se amaldiçoou por não ter percebido antes, a amiga tinha o costume de usar venenos em suas armas ninjas, e para ajudar sempre deixava gravado alguma coisa que lhe ajudasse a lembrar do elemento base para o antídoto, e nesse caso seria a flor de papoula.

Tenten estava eufórica e já ia macerar a flor, mas parou de súbito. Lhe ocorreu que já havia sido administrada uma dose de antídoto, não era esse o problema. Bufou. Estava na estaca zero novamente. Não! Não! Tem alguma coisa aqui! Revirou novamente seus livros de medicina. Se sua ideia louca desse certo, seria tudo que eles precisavam para chegar em Konoha em segurança. Bingo! Quase gritou de euforia, mas lembrou que iria assustar a todos, então se pôs a trabalhar madrugada a dentro, pela manhã já estariam a caminho de casa.

Depois de passar a madrugada em claro, ela conseguiu sintetizar um pouco de morfina. Na verdade não tinha certeza, era algo entre a morfina e o ópio, mas serviria para aliviar as dores de Sasuke até chegarem na vila e ele ir para o hospital. Lee a acordou, havia cochilado sobre a mesa enquanto esperava os reagentes surtirem efeito. Ele ficou surpreso ao ver que Tenten e Sasuke estavam se dando bem, e a boa vontade dele em receber a dose experimental do que quer que fosse que a amiga tinha feito.

- pode aplicar, eu confio em você. – Sasuke disse com um sorrisinho nos lábios.

Olhou desconfiado para ambos. O que aconteceu com esses dois?! Estranhou muito. Aparentemente haviam de tornado mais próximos. Não perguntou nada, se algo havia acontecido, Tenten iria lhe contar, eles conversavam sobre tudo. Na verdade não necessitavam de muitas palavras, algumas trocas de olhares eram o suficiente. Lee achava que a amiga apesar de sempre estar muito contente e alegre, usava aquilo como escudo para esconder suas emoções.

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