III. If You Love Me

44 7 13
                                    


Fazia quase um mês desde que Harry havia tido sua crise de choro por causa de Louis e não vira mais o homem, sabia por Niall que ele também havia ficado mal, e se sentiu culpado por aquilo. Harry suspirou e levantou da cama, se arrumando para a sua corrida matinal, colocou os fones e saiu de casa. 

Geralmente Harry não prestava atenção nas músicas que rodava em seu fone, não de forma correta, ele analisava mais a batida e o tom de quem estava cantando, mania, ele diria. Mas naquela manhã, ele prestou atenção na letra, era Best Part do Daniel Caesar e a vontade de chorar que já não sentia há algum tempo o invadiu naquele dia, pois, cada trecho daquela música o lembrava de Louis, cada verso lembrava de quando cantaram aquela música um para o outro, cada palavra era como uma facada em seu coração. 

If you love me, won't you say something?

If you love me, won't you

Aquele final foi o estopim para que Harry voltasse para casa com lágrimas nos olhos e pensando em Tomlinson, parte do de olhos verdes se odiava por ele nunca superar Louis, por não conseguir simplesmente esquecê-lo depois de todo aquele tempo, por sempre se perguntar o que o de olhos azuis estaria fazendo, como ele estaria, se ele ainda pensava no que tinham vivido e se quando ele ouvia algumas músicas pensava em Harry. Tudo aquilo rondava a mente de Styles naquele momento que apenas queria que aquele sentimento passasse, aqueles pensamentos e tudo desse um tempo, aquelas vozes gritando na mente dele, o ensurdecendo. 

A corrida terminou mais cedo para Styles aquele dia, que foi diretamente para casa e pegou o celular encarando o mesmo e pensando em mandar uma mensagem para Chloe e pedindo para que ela cancelasse sua agenda daquele dia, mas ele sabia que não podia, já tinha falta a compromissos importantes e que possivelmente a mais nova o daria uma bronca se ele não fosse, então apenas encarou o aparelho, pensando se devia ou não fazer aquilo, optou por não fazer e largou o celular, não mandaria mensagem, não depois da última vez em que tentara fazer isso. 

Tomou um banho e se arrumou comendo um lanche saudável e um chá gelado, coisas típicas de Styles, logo saiu para os seus compromissos, pensando na música de mais cedo, com ela ecoando em sua mente e a vontade de mandar uma mensagem a Tomlinson ali também.

Do outro lado da cidade, Louis deixava a última caixa em seu novo apartamento, enfim era hora de voltar a Londres. Aquela havia sido uma decisão dura e difícil, já que ele tinha se afastado de tudo e vivia no interior em Doncaster com a família, trabalhava na escola local, mas agora, depois de uma longa conversa - e algumas discussões - com Demi, sua amiga e assistente, haviam decidido que talvez ele estivesse pronto para voltar pro mundo da música, nada muito grandioso e não de uma forma repentina, mas sim ajudando outros em suas composições e para isso, precisava estar em Londres, uma região mais central e de fácil acesso a todos os cantos. 

—  E essa foi a última caixa. —  ele mesmo disse, observando os amigos e sorrindo de lado agradecido por eles terem deixado as agendas de lado para o ajudarem. —  Obrigado pessoal.

—  Que isso Lou! Só dizer que eu e Demi somos perfeitos no twitter que tá tudo bem. —  Malik riu alto seguido de Lovato.

—  Ele está certíssimo, mas Louis, só se lembre que, amanhã sua agenda começa oficialmente ok? Temos estúdio e se eu tiver que vir aqui e te acordar, te meto um murro. —  Demi falou, séria e sorrindo de canto no final, tentando ainda manter a pose.

—  Ah, na boa Demetria, vai pra merda. E você não teria coragem de meter um murro em mim, você me ama demais pra isso. —  devolveu, rindo.

—  Experimenta Tomlinson, experimenta. —  a mulher disse, caminhando até a porta seguida por Malik que apenas ria daquele diálogo tosco dos dois. —  E você Malik, só vai ficar rindo mesmo?

—  Mas é claro, você acha que eu quero enfrentar dois pinschers? Desculpa, eu tenho amor a minha vida. —  respondeu e ganhou dois dedos médios apontados para ele, Demi levantando a mão para soca-lo logo depois. —  Ai! Tá vendo, é por isso que eu só dou risada. —  passou a mão em cima do local onde tinha sido acertado pelo soco, enquanto se despediam oficialmente de Louis e iam embora.

Agora William estava sozinho com seus pensamentos e um monte de caixas para organizar, ele realmente podia ter contratado alguém para fazer isso, mas queria ver onde iam ficar todas as coisas, ver as fotos com a mãe e se lembrar de como ela era maravilhosa. Ele abriu a primeira caixa, e eram apenas algumas roupas, então foi levando para onde seria seu quarto e começou a tirar tudo dali de dentro, vendo que tinham algumas roupas que pertenciam ao ex-namorado e que nem ele lembrava de ter ainda, apenas respirou fundo ao vê-las, apesar de ainda dormir com uma camiseta enorme de Harry, aquelas roupas acabaram virando dele com o passar do tempo, então apenas guardou, da forma mais delicada. Continuou sua arrumação, saindo do quarto e indo para a sala, cozinha, banheiro, decorando os cômodos como queria e guardando todos os itens ali.

Não concluiria naquele dia, mas abriu uma caixa lotada de fotos, e sorriu. Eram fotos de família, sua infância com a mãe e as irmãs mais velhas, depois fotos com as gêmeas pequenas e Ernest e Doris ainda na barriga de Jay, ele com Mark em uma apresentação de dia dos pais no colégio, a primeira audição que fez, o primeiro show com sua antiga banda, uma foto aleatória com seu grupo de amigos e por fim, uma como ele. Era uma foto simples, nada muito especial, os dois após algum show que haviam feito, totalmente suados e ofegantes, mas com largos sorrisos em seus rostos e a foto seguinte era a continuação, um beijo calmo entre os dois, ele nem sabia quem havia tirado aquela foto, mas era linda. Uma lágrima veio a seus olhos, se lembrando dos beijos e dos toques. 

Ainda era extremamente complicado para Tomlinson fazer qualquer coisa que fosse relacionada a Styles, ele apenas se perguntava como havia estragado tudo. Um dia, bêbado, Styles haviam mandado algumas mensagens para Louis, o que o fez chorar a noite toda durante quase uma semana, mas não teve forças para responder e quando teve respondeu da forma mais idiota possível, sendo grosso e falando que Harry não podia lhe mandar mensagens já que haviam terminado e ele estava “muito bem, obrigado” sem o de olhos verdes, o que era uma total mentira já que sempre se perdia pensando em como tudo seria diferente se tivesse tido coragem de enfrentar toda aquela merda. 

William pegou seu celular, abriu o instagram e foi até o de Harry, ele não o seguia mais por decisões óbvias, é claro. Seguiu até o perfil do esverdeado e começou a ver as fotos, abrindo naquelas mensagens e as lendo novamente, escritas de forma errada e bêbada, mas que sabiam que eram sinceras, o rapaz pedindo para voltar, dizendo que sentia saudades de Tomlinson e que não conseguia dormir sem ele, que era doloroso viver aquele momento sem poder ajudá-lo e deu sentimentos por Jay e Fizzie. Louis tentou respirar fundo e não deixar que as lágrimas que queriam vir a seus olhos realmente viessem, precisava se controlar, mas falhou.

As mensagens abertas e as lágrimas em seus olhos, a foto a sua frente, Louis não entendia bem o que era, mas quando viu já havia digitado um “Oi” na conversa. Se sentiu mal, mas precisava tentar consertar aquilo, então, continuou:

LT: Oi, sei que sou a última pessoa de quem quer receber uma mensagem no momento, mas só queria pedir desculpas. Estava vendo algumas coisas hoje e acabei encontrando coisas da época da banda. Lembranças boas vieram, inclusive você. Peço desculpas pela resposta que dei acima, há anos atrás, eu não estava em uma boa fase como você deve saber e depois eu apenas me isolei de tudo. É isso. Desculpe por ter sido um idiota, você não mereceu aquilo.

E apertou o enviar, nem ele entendeu o que tinha acontecido e o porquê de ter enviado a mensagem, mas sentiu que precisava, tinha que limpar aquela sensação de ter sido um idiota com o esverdeado. Ficou algum tempo encarando a tela, enquanto esperava alguma resposta, mas decidiu que seria melhor continuar arrumando o apartamento, Harry responderia se quisesse e quando desse para ele e Louis aceitaria aquilo, afinal, sabia das consequências de suas atitudes e ser um babaca tinha consequências horríveis. 

09.28 - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora