Apresentação

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Bem vindos e boa leitura! :)
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Quinn está enrolando o cabelo em seu dedo há dez minutos e isso está começando a me deixar louca. Eu balanço a cabeça e aproximo meu chá gelado, colocando os lábios no canudinho. Quinn está sentada à minha frente com os cotovelos apoiados na mesa redonda, segurando o queixo com uma das mãos.

- Ele é lindo - afirma Quinn, olhando para o sujeito que acabou de entrar na fila - Sério, Britt, quer fazer o favor de olhar pra ele? - eu reviro os olhos e tomo mais um gole do meu chá.

- Quinn - respondo, colocando a bebida na mesa - Você já tem um namorado. Eu preciso ficar te lembrando disso sempre? - Quinn faz uma careta pra mim.

- Não sabia que você era minha mãe - ela responde, mas não consegue ficar muito tempo prestando atenção em mim, não enquanto aquele Deus grego está de pé diante do caixa, pedindo café e bolinhos - E Puck nem liga se eu olhar, desde que eu fique de quatro pra ele toda noite - engasguei com meu chá quando o riso saiu, ela conseguiu me deixar vermelha de vergonha com essa afirmação.

- Viu? - ela diz abrindo um sorriso - Consegui te fazer rir - Quinn estende a mão para a sua bolsa - Preciso fazer uma anotação, 13:30 Brittany Susan Pierce riu de uma das minhas piadinhas sexuais - depois ela enfia de novo o celular na bolsa e me olha com aquela expressão pensativa que sempre faz quando está para entrar no modo psicanalista - Olha para ele rapidinho, não vai te matar - ela insiste séria. Então para ela parar de me encher, viro o queixo um pouco de lado para olhar rapidamente o sujeito. Ele se afasta do caixa e vai para a ponta do balcão, onde pega a sua bebida. Ele era alto, musculoso, olhos verdes penetrantes e seus cabelos eram de um castanho claro espetado.

- Ok - me viro para minha amiga novamente - Ele é bonito e daí? - admito olhando para ela. Mas ela está ocupada demais olhando o cara sair da lanchonete para prestar atenção em mim.

- Nossa - Ela suspira abanando o rosto e olhando pra mim novamente.

- Caramba, Quinn, é só um cara - coloco os lábios no canudinho novamente - Você parecia aquelas adolescentes obcecadas por algum artista. Só faltou babar pelo cara.

- Você está brincando comigo? - sua expressão era de choque - Brittany, você tem um sério problema, você sabe disso, não sabe? Precisa aumentar a dose dos seus remédios - ela se encosta na cadeira olhando pra mim.

- Parei de tomar em abril.

- O quê? Por quê?

- Porque é ridículo - retruco com decisão - Não tenho impulsos suicidas, então não tenho motivo pra continuar tomando aquilo - ela balança a cabeça e cruza os braços sobre o peito.

- Você acha que eles receitam esse negócio só pra quem tem impulsos suicidas? Não. Não é bem assim - ela aponta pra mim rapidamente e volta a cruzar os braços - É um lance de desequilíbrio químico, alguma porra dessas - eu abro um sorriso.

- Ah é? Desde quando você entende tanto de saúde mental e dos remédios usados para tratar as centenas de transtornos? - ergo as sobrancelhas só um pouco, o bastante para mostrar o quanto sei que ela não faz ideia do que está dizendo. Quando Quinn franze seu nariz para mim em vez de responder, eu continuo - Vou me curar no meu ritmo e não preciso de um comprimido pra consertar as coisas - minha explicação começou delicada, mas inesperadamente ficou amarga antes que eu conseguisse acabar de dizer a última frase. Isso acontece muito. Quinn suspira e o sorriso desaparece completamente do seu rosto - Desculpa - digo com remorso pela resposta atravessada - Olha, eu sei que você está certa. Não posso negar que tenho problemas emocionais bem complicados e que ás vezes sou um pouco grossa...

On the Road - Brittana Onde histórias criam vida. Descubra agora