Domingo
Safira,
Você deve estar pensando que sou meio desmiolada, eu sei. É que ontem fiquei muito nervosa. Tenho dificuldades de lidar com pessoas. Sofro com isso. Quando estou na presença de alguém estanho, meu rosto formiga de apreensão e a garganta parece que vai travar a qualquer instante.
A verdade é que morro de medo de que as pessoas descubram sobre as coisas difíceis que acontecem entre Edgard e eu. Então, você não faz ideia como foi o churrasco de ontem para mim.
Doeu tolerar aqueles homens me observando com olhares acusatórios dos tipos: devassa, safada, puta. Foi difícil me controlar para não sair correndo e me trancar no meu quarto. Mas se fizesse isso, teria que lidar com consequências, piores do que as suportei após todos saírem.
Kim e Tabata me ajudaram com a louça antes de partirem, então, ocupei-me em colorar as cadeiras para dentro da garagem e recolher o lixo. Em certo momento, Edgard, que havia bebido além do costume, aproximou-se e passou o braço ao redor da minha cintura.
— O que achou de Tony, Eric e John? — Ele perguntou e me deu um beijo no pescoço. — Dão bons touros, não?
— Eu nem observei direito... — respondi com desdém e me agachei para apanhar um guardanapo no chão. Quando me ergo, me deparo com o seu semblante transformado.
Edgard tomou o saco de lixo da minha mão.
— Pode deixar isso para depois... — o tom de voz perdeu o ar descolado e ganhou um peso austero.
Engoli em seco com medo.
Ele beijou a minha testa e me conduziu para o interior da casa. Meu coração disparou de tensão.
— Ah, Safira, nosso amor está acima de tudo, nosso amor é para sempre. Se lembra do pacto que fizemos?
Ele parou entre a sala e a bancada da cozinha e me encarou. Receosa, entrelacei os dedos diante do peito e balancei a cabeça confirmando.
Quando éramos adolescentes, furamos nossos dedos, esprememos gotas de sangue e as unimos. Quase como uma oração, juramos sermos um do outro e nos amarmos para toda vida.
— E o meu maior prazer é te ver feliz.., — Edgard suspendeu o meu queixo e me enlaçou. — ...e te assistir sendo fodida, desejada, endeusada por um homem que nunca poderá ter o que tenho de você, o seu coração, a sua mente e alma — ele sussurra em meu ouvido. — Quero esses sujeitos se arrastando por você.
Estremeci.
Inspirei fundo em busca de coragem e dei dois passos para trás, até minhas costas baterem na bancada.
— Mas eu não quero aqueles homens. Não quero nenhum. Eu quero ter paz, Edgard — berrei trêmula. — Não, não quero, isso está me deixando doente.
Ele segurou o meu braço direito com força e avançou como um animal em fúria.
— Sabe bem que só consigo de forma plena assim! E isso é algo normal, vários casais praticam. Conhecemos alguns deles nas casas de swing que frequentamos — ele berrou.
Eu já estava com os olhos umedecidos.
— É normal quando os dois querem. Você agora quer me forçar... — acusei.
— Está me acusando de ser abusivo? Não acredito, Safira! Nosso amor e sexo sempre esteva acima disso — ele se aborreceu.
Então, ele segurou o meu antebraço, virou-o nas minhas costas e o tensionou, causando-me dor.
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A ESPOSA DO MEU AMIGO ⚠️ (Degustação) Só os capítulos iniciais
RomanceA ESPOSA DO MEU AMIGO Safira é uma mulher linda, mas a sua beleza nunca lhe trouxe sucesso ou alegrias. Ao contrário, para ela, é uma maldição. Casada com Edgard, a quem conhece desde a adolescência, eles aparentemente formam um casal perfeito. Mas...