Depois que todos já haviam se vestido, os alunos foram para o pátio, onde Aizawa estava esperando. Todos se arrumaram em fila e esperaram o professor falar algo.
- Hoje eu vou examinar suas individualidades sem treino, vou ver o que precisam melhorar. Os testes vão ser corrida e o quão longe vocês conseguem jogar essa bolinha. - Ele tirou uma bola de baseball do bolso. - Se preparem então.
Os outros alunos estavam indo muito bem, e estava chegando na hora de Raifu correr também, ela correria com Midoriya, Todoroki e Uraraka. Quanto mais perto de sua vez estava, mais ela se arranhava e se coçava, a morena viu aquilo e segurou a mão de Muteki sem dizer nada, ela não entendia porque estava sendo tratada daquele jeito.
Chegou a hora, era a vez dela.
- Midoriya, Uraraka, Todoroki e Muteki, nas linhas. - O professor gritou.
Os quatro se posicionaram, ficaram em posição e quando Aizawa gritou "Já" Uraraka deixou suas pernas leves com a gravidade zero, Todoroki fez um caminho de gelo pra ir deslizando, Midoriya foi correndo, e Muteki abriu duas asas gigantes e voou até a linha de chegada, ficando em primeiro. Todos ficaram em choque, pois achavam que a individualidade dela era o vento, e não asas.
- COMO ASSIM? COMO ELA CONSEGUIU? - Bakugou gritou.
- Você tem duas individualidades Muteki? - A garota invisível perguntou.
- Isso não é uma individualidade. - Ela disse isso enquanto fazia as asas sumirem de novo.
E assim se seguiram os testes, Muteki usou sua individualidade para conseguir levar a bolinha de baseball o mais longe possível, mas não foi o suficiente. O último teste, foi um que o professor não havia citado, eles teriam que acertar alvos, que seriam os próprios alunos, mas teriam que equilibrar suas forças para não machucarem os alvos.
Quando chegou a vez da garota nova, ela tentou equilibrar sua força, porém quando foi atirar, ela caiu no chão.
- Muteki. Kero, você está bem?
- Eu...Eu preciso ir no banheiro. - Ela se levantou com a mão no rosto e saiu.
- Todoroki. Vá ajudar ela, você não está fazendo nada mesmo. - O professor disse.
Ela ficou na frente do espelho por alguns minutos, mas sem olhar para si mesma, só se apoiando na pia, ela estava com medo de olhar o que estava em sua frente, até que ela ouviu um barulho da porta do banheiro se abrindo.
- Raifu Muteki? Quer ajuda? - O garoto perguntou.
- Todo...- Ela percebeu que teve contato visual com ele e se virou. - Todoroki, aqui é o banheiro feminino, você não deveria estar aqui...
- O que aconteceu com seu rosto? - Ele pegou o braço dela, forçando ela a se virar. - Tem pelo em seu braço, o que é isso.
A garota começou a chorar e se ajoelhou no chão.
- Não era pra você ter visto isso...- Ela secou as lágrimas.
- Você...- Todoroki bufou. - Quer conversar sobre isso? - Ele se ajoelhou.
- Eu sei que você está tentando ser gentil, mas não precisa...
- Você disse que suas asas não eram uma individualidade né? - Ele ignorou o que ela falou. - O que é então? - Ela não falou nada. - Olha...Eu também tenho um passado meio...pertubardor.
- Ahn?...- Ela se virou.
- É, eu nasci pra ser algo que eu não escolhi desde o início...Meu pai.... - Ela o interrompeu.
- Eu sou um experimento.
- Que?
- Eu também nasci pra ser algo que eu não escolhi. Minha mãe nasceu sem individualidade, e por isso ela tinha raiva das pessoas que tinham, principalmente super-heróis, principalmente o...
- All Might.
- Isso. Meu pai sempre soube, mas ele preferiu ignorar...Antes mesmo de eu nascer, minha mãe já tinha seu plano em mente...Ela queria que eu me tornasse uma vilã que pudesse derrotar o All might. Por isso ela fez vários experimentos, várias pessoas morreram pra isso dar certo, mas ela conseguiu.
- Conseguiu o que?
- Injetar a individualidade de outra pessoa em mim.
- Como isso é possível?
- Eu não sei. Mas ela fez. Ela injetou o DNA de alguém que tinha individualidade de se transformar em um Gárgula. Eu nasci com a individualidade do meu pai, mas ainda assim, não sabia controlar minha parte de monstro. Eu as vezes mostrava minhas garras, e me machucava, porém essa mania não parou, eu continuo me machucando, por isso tenho essas faixas. - Ela deu uma pausa. - Quando eu penso nela, quando eu penso no que ela me fez passar, eu surto e minha outra parte tenta tomar controle...Eu estou falando demais né, desculpa.
- Não...Tudo bem. Eu tenho uma relação assim com meu pai também, mas ele quer que eu me torne um herói que vai superar o All might. Mas eu quero me vingar dele só usando meu lado de gelo, assim vou rejeitar ele.
- Espero que você consiga Todoroki. - Ela sorriu.
- Muteki, você voltou ao normal. Vamos a enfermaria, colocar novas ataduras em seus braços.
- Pode me chamar de Raifu.
- Tá bom Raifu.
Os dois seguiram para a enfermaria, e ali, Raifu sentiu que tinha feito seu primeiro amigo.