Capítulo 17.

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Subo a escada até o segundo andar,paro bem no topo e de lá encaro os cômodos. Uma mulher ruiva vestida com um traje de frio aparece saindo de um dos quartos.

— Quem é você?. — Diz ela apontando um tipo de pistola em minha direção.

— Calma,eu não sou um deles e muito menos quero machuca-la. — Respondo.

— É o que todos dizem.

A mulher parecia estar mais tempo nesse lugar do que eu,talvez o encontro com outros sobreviventes não fosse algo agradável.

— Olha,eu não tenho arma alguma,você poderia baixar a sua?. — Pergunto.

— Não vai me enganar dessa vez. — Ela se mantém firme.

— Eu cheguei nesse mundo a poucos dias,só quero ir pra casa.

— Se sabe como esse lugar funciona então vai.

— Eu ainda não encontrei meu propósito. — Encaro o vazio — Mas a gente pode se ajudar basta...

Rapidamente começo a lembrar do noticiário meses atrás falando sobre um estrupo e tentativa de assassinato,essa mulher parece bastante com a vítima que ficou em coma por duas semanas até falecer. Não lhe culpo,é difícil acreditar nas pessoas,se fosse comigo também agiria assim.

— ...isso é uma bolsa?. — Ela pergunta.

— Sim,é. — Falo

— Vamos,passa pra cá.

— Não tem nada de valor aqui.

— Me da a bolsa e sai dessa casa,é meu refugio.

— Vamos fazer o seguinte,você me deixa passar a noite aqui e eu divido...

De repente a mulher atira na parte direita da minha cintura...com a dor e o sangue lembro de perder a consciência e cair escada abaixo. Depois de me roubar a bolsa a mulher sai correndo pela porta da frente,antes de fechar os olhos a última coisa que vejo é uma pessoa vindo até mim.

...se eu morrer nesse mundo também morro no mundo real,mas e se eu já estiver morto? o que me aguarda é o vazio?...

...

" — Mãe,será que você poderia me ajudar com o dever de casa?. — Pergunto assim que chego na cozinha.

— Eu estou ocupada com o jantar,peça ao seu pai.

...meio apreensivo decido fazer o que ela pede...

— Pai?. — Me aproximo de seu escritório.

— Sim?. — Ele responde com a atenção voltada para o notebook.

— Pode me ajudar com o dever de casa,é biologia,eu não entendo.

Se não entende devia estudar mais,aquele seu amigo,Lohan,te distrai muito.

— ... — Fico em silêncio.

— Tenho um relatório para entregar amanhã,não vou poder ajudar.

— Pode deixar,eu me viro. — Fico alterado

— Jhonatan,você precisa aprender a fazer suas coisas sozinho,sua mãe e eu não vamos estar a vida toda aqui.

— ...na verdade vocês nunca estiveram aqui. — Saio de seu escritório"

...

— Jhon,você disse que se sente sozinho as vezes...saiba sempre que eu estou o tempo todo do seu lado.

...

Lentamente abro os olhos,a princípio parecia ser um quarto de criança até eu conseguir visualizar melhor os desenhos na parede. A cama onde eu estava deitado era bastante confortável,um cobertor macio cobria meu corpo até o ombro.

— O que houve?. — Tento me mecher.

Meu corpo todo doía,eu não conseguia levantar. Ao retirar o cobertor noto que estava sem camisa e sem sapatos,em volta da minha cintura havia um esparadrapo com algumas manchas de sangue...logo imagens do que houve na noite passada vem em mente.

Alguém me trouxe aqui e cuidou dos meu ferimentos,não pode ter sido aquela mulher,lembro de ter visto outra pessoa quando ela saiu da casa. Tentar raciocinar só iria piorar a situação,com bastante dificuldade levanto da cama,minha camisa e meus sapatos estavam por perto...antes de sair do quarto me visto.

...os sapatos foram a parte mais difícil,eu mal consegui me abaixar...

Em cima da cômoda tinha comida e água,a fome era tanta que nem procuro pensar em quem poderia ter trazido. Agora ferido,desarmado e sem minha bolsa de mantimentos eu não tinha condições de continuar meu percurso,mas de alguma forma teria que tentar.

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(Continua No Próximo Capítulo)

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