Subo a escada até o segundo andar,paro bem no topo e de lá encaro os cômodos. Uma mulher ruiva vestida com um traje de frio aparece saindo de um dos quartos.
— Quem é você?. — Diz ela apontando um tipo de pistola em minha direção.
— Calma,eu não sou um deles e muito menos quero machuca-la. — Respondo.
— É o que todos dizem.
A mulher parecia estar mais tempo nesse lugar do que eu,talvez o encontro com outros sobreviventes não fosse algo agradável.
— Olha,eu não tenho arma alguma,você poderia baixar a sua?. — Pergunto.
— Não vai me enganar dessa vez. — Ela se mantém firme.
— Eu cheguei nesse mundo a poucos dias,só quero ir pra casa.
— Se sabe como esse lugar funciona então vai.
— Eu ainda não encontrei meu propósito. — Encaro o vazio — Mas a gente pode se ajudar basta...
Rapidamente começo a lembrar do noticiário meses atrás falando sobre um estrupo e tentativa de assassinato,essa mulher parece bastante com a vítima que ficou em coma por duas semanas até falecer. Não lhe culpo,é difícil acreditar nas pessoas,se fosse comigo também agiria assim.
— ...isso é uma bolsa?. — Ela pergunta.
— Sim,é. — Falo
— Vamos,passa pra cá.
— Não tem nada de valor aqui.
— Me da a bolsa e sai dessa casa,é meu refugio.
— Vamos fazer o seguinte,você me deixa passar a noite aqui e eu divido...
De repente a mulher atira na parte direita da minha cintura...com a dor e o sangue lembro de perder a consciência e cair escada abaixo. Depois de me roubar a bolsa a mulher sai correndo pela porta da frente,antes de fechar os olhos a última coisa que vejo é uma pessoa vindo até mim.
...se eu morrer nesse mundo também morro no mundo real,mas e se eu já estiver morto? o que me aguarda é o vazio?...
...
" — Mãe,será que você poderia me ajudar com o dever de casa?. — Pergunto assim que chego na cozinha.
— Eu estou ocupada com o jantar,peça ao seu pai.
...meio apreensivo decido fazer o que ela pede...
— Pai?. — Me aproximo de seu escritório.
— Sim?. — Ele responde com a atenção voltada para o notebook.
— Pode me ajudar com o dever de casa,é biologia,eu não entendo.
— Se não entende devia estudar mais,aquele seu amigo,Lohan,te distrai muito.
— ... — Fico em silêncio.
— Tenho um relatório para entregar amanhã,não vou poder ajudar.
— Pode deixar,eu me viro. — Fico alterado
— Jhonatan,você precisa aprender a fazer suas coisas sozinho,sua mãe e eu não vamos estar a vida toda aqui.
— ...na verdade vocês nunca estiveram aqui. — Saio de seu escritório"
...
— Jhon,você disse que se sente sozinho as vezes...saiba sempre que eu estou o tempo todo do seu lado.
...
Lentamente abro os olhos,a princípio parecia ser um quarto de criança até eu conseguir visualizar melhor os desenhos na parede. A cama onde eu estava deitado era bastante confortável,um cobertor macio cobria meu corpo até o ombro.
— O que houve?. — Tento me mecher.
Meu corpo todo doía,eu não conseguia levantar. Ao retirar o cobertor noto que estava sem camisa e sem sapatos,em volta da minha cintura havia um esparadrapo com algumas manchas de sangue...logo imagens do que houve na noite passada vem em mente.
Alguém me trouxe aqui e cuidou dos meu ferimentos,não pode ter sido aquela mulher,lembro de ter visto outra pessoa quando ela saiu da casa. Tentar raciocinar só iria piorar a situação,com bastante dificuldade levanto da cama,minha camisa e meus sapatos estavam por perto...antes de sair do quarto me visto.
...os sapatos foram a parte mais difícil,eu mal consegui me abaixar...
Em cima da cômoda tinha comida e água,a fome era tanta que nem procuro pensar em quem poderia ter trazido. Agora ferido,desarmado e sem minha bolsa de mantimentos eu não tinha condições de continuar meu percurso,mas de alguma forma teria que tentar.
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(Continua No Próximo Capítulo)
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Agonia
HorrorPerdido em uma realidade paralela,Jhon,terá que enfrentar os monstros do seu passado para conseguir se libertar da maldita cidade infestada de criaturas bizarras. Confuso e completamente sem rumo sua única esperança é seguir os conselhos daquele que...