Prólogo

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Sua respiração pesada era a única coisa audível no quarto o tecido de seda da venda, era quase que como um carinho em sua pele. Em contrapartida, as cordas ao redor do torço faziam uma pressão extrema em si. Seus punhos estavam presos acima da cabeça, em uma posição não muito confortável, mas ele não reclamaria, afina, havia feito de tudo para estar assim agora.

O sentimento de humilhação era o que lhe mantinha aceso. Além disso, a falta de visão fazia com que todos os seus outros sentidos estivesse em alerta para o que viria a seguir.

Nos últimos dias, vinha se comportando de maneira extremamente arbitraria em relação ao seu daddy, mas sabia que no final o castigo seria o seu melhor momento. Sentia que não estava recebendo a devida atenção, por isso decidiu ser um verdadeiro pirralho.

Nos primeiros dias, parecia que não fazia o menor efeito. Fingia não ouvir quando recebia uma ordem, estava dando um verdadeiro gelo, com o objetivo de saber até onde a paciência dele iria. E conseguiu.

No último dia, havia saído com seus amigos sem nem avisar, simplesmente saiu para beber. Recebeu uma ligação quando estava na boate e pediu que um dos seus amigos atendesse, mesmo sabendo que isso era algo que seu daddy odiava mais que tudo.

Ao chegar em casa, encontrou tudo apagado e em um profundo silencio. Ao caminhar mais um pouco, percebeu que a única luz em todo o apartamento vinha do escritório que estava com a porta escancarada. Uh, aquilo era um péssimo sinal.

Mas ainda estava irritado, e o efeito do álcool no corpo só tornava tudo ainda mais prazerosamente perigoso. Passou de maneira lenta e provocante pela porta do escritório. De canto de olho percebeu que, Caius estava com um copo de whisky em mãos. Sua blusa estava dobrada até os cotovelos, sua gola estava aberta, revelando o começo do seu peitoral, a gravata estava jogada em algum lugar, seus olhos estavam nublados, um claro sinal de raiva. Estava sentado de pernas abertas na poltrona, ao lado do abajur.

-Venha aqui – a voz rouca e sexy de Caius se fez presente. Ele sabia que não deveria desobedecer nesse momento, mas o álcool lhe deixou ligeiramente imprudente.

Continuou seu caminho pelo corredor como se não houvesse ouvido nada.

-Deixe de ser uma vadia mimada e venha até aqui antes que eu vá lhe buscar – o tom agora estava irritado. Sim, Caius além de alcoolizado, estava puto. E Yohan não podia estar mais feliz.

Com passos lentos, voltou para a porta do escritório. O homem a sua frente não havia mexido nem um fio de cabelo do lugar. O copo rodava em sua mão e seus olhos cinzas estavam ainda mais tempestuosos do que usualmente.

Parou na porta, sem a menor intenção de entrar, percebeu uma tensão surgir no pescoço dele.

-Venha até mim – foram as únicas palavras ouvidas no momento, seguidas de um olhar fulminante.

Com passos ainda mais lentos, avançou em direção a poltrona, a alguns metros de distância, parou e cruzou os braços. Um barulho, quase como um rugido saiu da garganta de Caius. Desta vez seu garoto estava realmente audacioso. Levantou-se da poltrona, depositou seu copo na mesinha, onde jazia seu relógio e os óculos. Avançou em direção a Yohan, se ele quer brincar que pelo menos saiba onde está se metendo.

Ficou tão próximo que podia sentir o cheiro de álcool, cigarro e um perfume masculino que sem sombra de dúvidas não tinham naquela casa. Isso só lhe serviu ainda mais como combustível para sua raiva.

Sua mão esquerda foi em direção ao rosto dele, encostou-a em sua bochecha subindo em direção à orelha esquerda. O jovem a sua frente fechou os olhos apreciando o contato, seus dedos se embrenharam nos fios negros e então veio. Caius puxou seu cabelo fazendo com que sua cabeça tombasse para trás, seu queixo levantou deixando a pele de seu pescoço exposta.

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