5. As Crianças de Ongsan

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E hoje vamos de capítulo gigante e cheio de revelações, pam, pam, pam!
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Dia do Perdão

18:30 horas

O pequeno lobisomem caminhava distraído, a cestinha em forma de abóbora pendurada no pescocinho pendia de um lado para o outro ainda vazia, o macacão peludo e cinzento era perfeito para esquentar o corpinho magrinho que sentia frio mais rápido do que deveria, a cabeça de olhos lupinos e dentes afiados de borracha escondia o rosto infantil que era iluminado pela tela do smartfone, o objeto, quase uma extensão de si, agora indicava o caminho que deveria seguir para alcançar seu objetivo.

Estava acompanhado de outros quatro lobisomenzinhos, cada um com uma pelagem diferente, a ideia era formarem uma alcateia, em determinado momento fingiu atender uma ligação do pai e deixou-se ficar para trás enquanto o resto do bando seguia para o primeiro "assalto" da noite. Aproveitou o momento sozinho para seguir em direção à floresta, não era tão longe embora com suas perninhas curtas demoraria muito mais que o necessário, por isso foi esperto o suficiente para deixar sua bicicleta verde estrategicamente escondida do lado de fora da garagem de sua casa, ocupados como eram seus pais nunca notariam, assim cansaria menos e pouparia tempo, se tudo desse certo estaria de volta antes das 20:00hs.

19:00 horas

O lobisomem entrou na floresta pela borda leste, largou displicentemente sua bicicleta assim que tornou-se impossível avançar com ela. Se fosse um pouco mais velho, ou estivesse mais atento, teria notado a sombra da Bruxinha da Lua entrado por outro caminho um pouco mais à sua esquerda, contudo estava ocupado de mais sentindo seu coração pulsar em expectativas.

A lua estava cheia e o céu limpo de nuvens, por isso era capaz de enxergar bem o caminho pelo qual seguia. O GPS do celular mostrava que faltavam apenas alguns metros até a pedra dos desejos, mas em seus passinho trôpegos, acostumados aos caminhos de asfalto, achava que levaria um eternidade para chegar. Não conhecia a dinâmica de uma floresta, por isso não temeu o silêncio ensurdecedor do lugar, afinal para ele tudo era novidade, contudo o som cortante daquela flauta o fez tremer.

Vinha do centro da floresta, a mesma direção para onde seguia. Era aguda, doce e impregnava em sua mente infantil do mesmo jeito que a trilha sonora de um daqueles joguinhos arcade. Junto da melodia veio um cheiro estranho, uma presença densa que contaminava o ar. Os pelos da nuca do pequeno lobisomem eriçaram, suas narinas pequenas dilataram e sua boquinha curvou-se num claro sinal de choro, mas ele sabia que não podia chorar.

Tomado de uma súbita coragem arrancou em uma correria desenfreada. Não enxergava muito bem o caminho que seguia, em algum momento tropeçou e um de seus tênis extravagantes e sem cadarço escapoliu do pé esquerdo, não há tempo para parar. Ele corre como jamais precisou correr, algo parecia estar próximo, comete então o erro de olhar para trás e neste momento tromba em algo e cai.

As Crianças de Ongsan e a Melodia do MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora