Prólogo

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— Silêncio! Já basta! Essa discussão não leva ninguém a lugar nenhum

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— Silêncio! Já basta! Essa discussão não leva ninguém a lugar nenhum. — esbravejou Zeus olhando para os outros deuses.

— Eu estou amando tudo isso! — Disse a deusa da discórdia com sarcasmo, arrancando diversos sussurros e comentários.

— Vamos ser conscientes! Nossos tronos não significam nada. Os  deuses menores... — Atena foi interrompida.

— Deuses menores? Amiga, é isso que tem que acabar. Se os tronos não importam por que quem senta neles é maior? — retrucou Hebe, a deusa da juventude.

— Temos problemas demais agora; isso é mesmo necessário? — falou Héstia em um tom triste — Não precisamos de divisões. O mundo está definhando por causa disso.

Houve silêncio. Até uma gota caindo no orvalho podia-se escutar.

— Um guerra não precisa começar! — falou Atena.

— UMA GUERRA JÁ COMEÇOU !— falou Hécate se levantando — Não percebem? Isso é a verdade.

— Você só vai estar piorando com isso. — falou Poseidon.

— Que seja, estou farta disso. — concluiu Hécate , se retirando solenemente do local.

A partir daquela noite tudo mudou. "deuses X deuses". Essa guerra não será fácil de ser vencida. Um lado apoiava a permanência dos tronos entre os deuses maiores mas outro alegava que isso não deveria existir, mais outro grupo de deuses se formava, aqueles que não concordavam com nenhum dos lados e com isso, eles foram se dividindo cada vez mais...e a humanidade que pagaria por tais disputas de poder.

Tudo começou com pequenos acontecimentos. As ondas do mar se tornaram cada vez mais violentas, tempestades com raios e trovões cada vez mais frequentes, tornados, furacões, terremotos, tsunamis, incêndios, eram tudo apenas aperitivos e se a guerra finalmente eclodisse, nenhuma criatura, semideus, mortal ou deus escaparão.

No meio disso tudo, uma sombra, sussurrando e andando pelos cantos, se deliciando com a ira, a maldade, a inveja e a discórdia daqueles que eram facilmente manipulados por ela.

— Ele está querendo roubar o seu lugar. Ele acha que pode administrar melhor do que você. Ele é melhor do que você.— Ela sussurrou para sua próxima vítima, um homem de meia idade que se debruçava sobre a mesa,com uma garrafa de vinho na mão.

O homem tem um rosto redondo e cabelos encaracolados pretos com um estranho brilho roxo. Seus olhos marejados fizeram com que seu nariz ficasse ainda mais vermelho.
Ele pegou um copo e tentou colocar o vinho dentro dele, mas para seu sofrimento, a coloração vívida de vermelho foi se transformando aos poucos em transparente. Com toda sua raiva, ele arremessou o copo e a garrafa contra a parede mais próxima.

— QUER SABER ZEUS?PODE ENFIAR ESTE ACAMPAMENTO NO SEU...—seus berros foram interrompidos pela entrada abrupta de um ser meio homem e meio cavalo.

— Dionísio! Todos já estão dormindo. — Falou o centauro o mais calmo possível. 

— Quíron, lá vem você querendo me dizer o que fazer, o que não fazer, como administrar meu acampamento...— O deus do vinho e da loucura cuspia as palavras com ódio profundo. — Eu não me importo nem um pouco com esses moleques.

De certo, que nem todas as palavras esbravejadas por ele eram cem por cento verdadeiras. O fato é que ele gostava de administrar um acampamento que abrigada dos mais diversos jovens e crianças, filhos dos deuses gregos, além de outras criaturas como ciclopes menores, harpias, ninfas e etc,  ainda que fosse apenas um castigo muito antigo a mando de Zeus. Outra questão importante aqui, é o fato de que ele não queria mais guerras. Já havia perdido muitas coisas importantes nelas e ele finalmente estava em paz com as perdas. 

Quíron, o centauro, já estava com os cabelos e a pelagem grisalhas depois de tantos anos ajudando o deus naquele local. Ele sabia que estava acontecendo algo, como um sentimento como tudo está calmo demais, só esperando algo de ruim para acontecer. Ele então resolveu deixar seu amigo, curtindo suas dores e foi pacientemente para sua cabana, voltar a descansar. Mal sabia ele, que a sombra que sussurrava no ouvido do deus, acabou de encontrar sua nova vítima, se espreitando entre os pilares das cabanas, aproveitando para passar por entre as penumbras das tochas, até chegar em seu ouvido. 

— Ele acha que seu trabalho aqui é inútil e que deveria se aposentar. Nenhum destes semideuses ou criaturas se importa realmente com você. — A sombra sussurrou, encontrando o ponto fraco de sua vitíma. 

Quíron sentiu um peso em seus ombros, como se aquele pensamento tivesse um peso invisível. Ele então decidiu dormir para afastá-los, assim como o deus do vinho, que estava um pouco distante. 

Vendo que ainda teria muito trabalho pela frente, a sombra continuou a espreita, sussurrando em todos que ali se encontravam, acordados ou não. Depois que estava tudo feito, sua missão ali havia terminado e antes de sair pelas sombras, ela deu uma risada que arrepiou a todos, mas principalmente uma garota de cabelos pretos e pele branca como porcelana, que se encontrava adormecida em uma pequena casinha construida com mármore preto, acordou como se a risada fosse o motivo pelo qual ela  havia feito isso. 



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⏰ Última atualização: Oct 06, 2021 ⏰

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As crônicas do Olimpo, Livro 1: Divino EgoísmoOnde histórias criam vida. Descubra agora