Antologia dos Dezoito Anos

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Dedico essa antologia a todos que não viram o tempo passar.


- Soneto do Amor Porvir -

É chama, alma e estrelas;

Sorrisos e sonhos pífios

E estios, e solstícios -

Meu amor sê-los deseja


E lágrimas, e orvalhos;

E medos, e incertezas

E ânsias, e infirmezas

Meu amor há de levá-lhos


O coração, quando aberto,

Tornar-se-á sol, distante,

E do sol arde, insano,


O fogo cruel, e incerto,

Que troveja, flamejante,

Diz quanto eu te amo.


- Sogno -

devo sognare

il sogno eterno

e svegliarmi

quando sorgire il sol;

il sogno

il sogno devi svegliarmi

quando sorgire il sol -

voglio sognare;

non voglio svegliarmi

quando sorgire il sol

il sogno è molto bello

e io, uno violoncello

e voglio cantare.


- Para Milos -

eu quero voltar para milos

navegar na praia lunar

ou pra taormina

ficar doente na beira do mar

vendo RAI! Itália sem entender

uma palavra sequer

mas ver futebol

língua universal

gol da Parma!

arancine e vongole com areia dentro mesmo

flores doces

brisa salgada

quero voltar para minha milos

ver o sol se pondo e esfriar

ao lado do meu pai que sorri

quase não o vejo sorrir

quero um dia voltar para milos

azeitonas? duas dúzias!

azeite e vinho branco em tons verdes

por que cai sobre mim o amargo da vida?

o pesar sóbrio da morte que se respira

aquele sentimento vazio na alma que expira

eu não sei se tenho saudade

ou se é tristeza acumulada

de tudo aquilo que foi

Antologia dos Dezoito AnosOnde histórias criam vida. Descubra agora