Cartas na mesa

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As semanas passaram voando. Muitos alunos já começaram a entrar em pânico por causa da quantidade de deveres que os professores passavam, sem dar nenhum descanso. Hermione e Selena ajudavam o máximo que podiam os colegas a estudarem, mesmo escondendo, também estavam nervosas. Sempre ao final de todo estudo, os amigos acabavam em baderna ou conversa fiada, pelo menos não deixavam os nervos à flor da pele.

Os encontros com Draco continuaram depois do primeiro beijo. Cada novo toque era uma sensação única e muito boa para os dois. Claro que o sonserino ainda continuava com o ego maior que a lua e com sua mania de provocá-la e irritá-la, mas sabia compensar depois com beijos de tirar o fôlego.

O quarteto saiu da aula de Poções parecendo que tinham explodido a sala. Estavam cansados, famintos, com sono e mau humorados.

— Ei, Falk — escutou Malfoy chamá-la. — Esqueceu o seu livro na mesa.

— Não poderia ter pego pra mim?

— O que eu sou? Seu empregado? — debocha e volta pra sala.

— Podem ir! Encontro vocês depois — diz aos amigos e retorna também à sala.

Draco estava sentado na mesa dos grifinórios com o livro dela na mão. Eram os únicos ali e ao se dar conta disso, não demorou pra entender o que aconteceu.

— Você roubou o meu livro pra ficar sozinho comigo? — cruza os braços perto dele.

— Você roubou minha maçã — responde tranquilo.

— Ah, Draco, já passamos dessa fase — sorri divertida. — O que o faz pensar que não vou pegar o livro e simplesmente ir embora?

— Porque se você fosse fazer isso, já teria feito — um ponto, Malfoy. — Achei que passamos dessa fase, Falk.

— Te conhecendo, ficaremos presos nela até um dos dois enjoar.

— Você acha que me conhece? — ergue as sobrancelhas. Não deixou de notar o desdém na voz dele.

Apesar de conversarem em alguns de seus encontros, Selena já havia notado o quanto Draco se mantinha na defensiva às vezes. Reparou em algumas situações, quando ele conversava com os seus colegas de Casa que ele não tinha o menor problema em ser superior e até um pouco cruel. A morena não conseguia entender porque ele agia assim sendo que já tiveram momentos tão tranquilos várias vezes.

— Talvez você seja tudo o que dizem mesmo. Um garoto mimado, egocêntrico e mesquinho, que só se importa com o próprio nariz.

— Eu nunca disse o contrário — dá de ombros.

— Sabe o que eu acho?

— Por que tenho a sensação de que você vai falar de qualquer maneira?

— Eu acho que você mantém essa fachada porque tem medo de se relacionar de verdade com as pessoas. Você pode até enganar todo mundo Draco, e até a si mesmo, mas eu não caio nessa — tenta pegar o livro mas o loiro o tira de seu alcance.

— Já acabou o monólogo? — fala com tédio. Selena ri e aproveita seu pequeno momento de distração pra agarrar o livro. — Ei!

— Vamos jogar um jogo, Draco. Olhe no fundo dos meus olhos e diga que estou absoluta e completamente errada sobre o que acabei de dizer. Que você age assim simplesmente porque é uma pessoa mesquinha e realmente não tá nem aí pra nada nem ninguém! Faça isso e eu te agarro agora mesmo, em cima dessa mesa.

O loiro tentou sem muito sucesso não a olhar surpreso. Foi rápido o choque, passando da mesma maneira.

— O que é isso de repente, Falk? Não sabia que era tão sentimental.

A Herdeira da MagiaOnde histórias criam vida. Descubra agora